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LIVROS & AUTORES QUE A MOÇAMBIQUE DIZEM RESPEITO
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ABERTURA - da 1ª edição
O excelente acolhimento dispensado aos POSTAIS ANTIGOS DE MACAU,
cujas duas edições redobraram o entusiasmo inicial de prosseguir o projecto de divulgação da minha colecção
de mais de 7 800 postais fotográficos relativos aos antigos territórios do ultramar, motivou agora o
surgimento do presente álbum MEMÓRIAS DE MOÇAMBIQUE. Sobre Moçambique recolhi até hoje mais de
l 800 exemplares diferentes emitidos por cento e dezassete editores, a maior parte locais mas alguns
de proveniência portuguesa, sul-africana, inglesa e até alemã, com datação situada entre 1898 e 1975.
Este lote de "clichés" testemunha aspectos multifacetados da história da formosa nação lusófona do
ĺndico numa fase crucial que vai desde o início da ocupação efectiva por parte de Portugal, em 1895,
até à data da independência, em 1975. Delas seleccionei para este livro uma amostra de 312 postais
que considero representativos da iconografia desses oitenta anos de colonização portuguesa na África
Oriental, que constituem um interessante período de pesquisa comum tanto para a História de Portugal
como para a História de Moçambique. Confirmei a raridade deste tipo de fonte documental nos arquivos
públicos portugueses, pois desse tempo apenas se encontram 181 exemplos na Biblioteca Nacional de Lisboa
e 210 no Arquivo Histórico Ultramarino, sendo de todo inexistentes noutros locais com atribuições similares.
Só com os valiosos patrocínios do BANCO TOTTA & AÇORES e BANCO STANDARD TOTTA DE MOÇAMBIQUE, do GRUPO
ENTREPOSTO e da FUNDAÇÃO ORIENTE foi possível a publicação destas MEMÓRIAS DE MOÇAMBIQUE. Para
estas instituições quero dirigir a sincera expressão de muito reconhecimento, já que o seu inestimável
contributo permitiu, para além do registo da minha visão de Moçambique, evocar lembranças gratas de há
precisamente trinta anos quando, pela primeira vez, percorri com deslumbramento as suas imensas terras
de encanto e fascínio. Creio convictamente que estes postais antigos documentando as obras e as
vivências de várias gerações de portugueses em terras moçambicanas, ajudarão os jovens de hoje a compreender
melhor as razões por que é reciprocamente vantajoso aprofundar a proximidade, solidariedade e cooperação
entre os dois países irmãos.
João Loureiro
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INTRODUÇÃO
O bilhete postal ilustrado, que viveu o seu ciclo de apogeu desde os fins
do século XIX até meados do século actual, constitui uma preciosa fonte auxiliar da história contemporânea.
Até tempos recentes, em que a evolução das comunicações e das novas tecnologias da informação fizeram
decair a sua importância como meio difusor de notícias, o postal imperou sem qualquer contestação.
Moçambique não escapou a esta regra, e é hoje impensável querer conhecer as imagens do seu passado
a partir dos finais de oitocentos sem o recurso à cartofilia. Entre os primeiros editores laurentinos
predominavam as livrarias da Rua Consiglieri Pedroso e da Praça 7 de Março, tais como a Minerva Central,
a Bayly e a Spanos, cujos nomes dos estabelecimentos evidenciam desde logo o cosmopolitismo da capital
moçambicana. Mas é ao famoso fotógrafo Lazarus, sediado na não menos falada Rua Araújo, que devemos
muitos "clichés" da antiga Lourenço Marques, também designada por Delagoa Bay, naquela era de disputas
com os interesses britânicos na região. Surgiram mais tarde, em 1929, os preciosos dez volumes
do "Álbum Fotográfico e Descritivo da Colónia de Moçambique", editado pelo comerciante José Santos Rufino,
cujo zelo posto nesta publicação o faz encomendar a impressão a Hamburgo, e que é igualmente responsável
pela difusão, em postal ilustrado, de valiosas séries, a preto e branco e coloridas, que reproduzem as
fotos contidas naqueles. Diminuindo a quantidade e a variedade dos editores de postais nos anos
do segundo conflito mundial, esta actividade conhece todavia uma nova fase de dinamização desde o começo
dos anos sessenta. O acervo de imagens que reuno no presente álbum revela-nos a génese e a evolução
de todas as principais cidades moçambicanas - das quais conheci, desde os finais daquela década, as belas
urbes de Lourenço Marques, Matola, Beira, Inhambane, João Belo, Vila Pery, Quelimane, Moçambique e Nampula;
permite-nos revisitar o fulgor perdido dos velhos centros comerciais que entretanto entraram em declínio,
como o Chinde, Macequece ou a histórica vila do Ibo; possibilita-nos a visão dos portos de mar e das
múltiplas linhas de caminho-de-ferro, ambos com um papel fulcral na economia moçambicana; conduz-nos
ao sentir do quotidiano das repartições públicas, das escolas, dos liceus, das missões do mato, dos hotéis
e quiosques, dos mercados, das lojas dos "monhés", das fazendas e das plantações; evoca-nos a coexistência
das igrejas cristãs com as mesquitas muçulmanas e até com os palácios maçónicos; transporta-nos às savanas
a perder de vista e à fauna variada da Reserva da Gorongosa, às areias extensas e aos corais das praias
do sul do Save; recorda-nos o simbolismo das ruínas das antigas fortalezas de Sofala, de S. Marcai de
Sena ou da Praça de S. Tiago em Tete, e o brilho do passado ímpar da ilha de Moçambique. Antecedendo
os quatro capítulos fundamentais em que se desdobram estas MEMÓRIAS DE MOÇAMBIQUE, que contemplam sucessivamente
a cidade de Lourenço Marques (actual Maputo), a região do Sul do Save, a Beira, Vila Pery e Gorongosa
e, finalmente, a Zambézia e os distritos do Norte, encontrará o leitor algumas breves e despretenciosas
notas de introdução histórica aos assuntos focados.
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VILA PERY, MANICA GORONGOSA
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