A BIBLIOTECA DO MACUA

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LIVROS & AUTORES QUE A MOÇAMBIQUE DIZEM RESPEITO



CENTRO DE FORMAÇÃO FOTOGRÁFICA DE MOÇAMBIQUE



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ALGUNS TEXTOS, MAPAS E FOTOS

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CAMINHOS DO MAR EM TERRA DA BOA GENTE

   É interessante. Quando se fala de Inhambane, desta extensa província ao Sul do Save, situada, precisamente, entre Sofala e Gaza, não se focaliza a sua riqueza floral e faunística, o seu potencial mineral e energético, mas tão-somente o seu mar, as suas praias, as  suas ilhas paradisíacas.
   Efectivamente, quando se fala de Inhambane não nos referimos ao seu palmar de coco e sura, à sua floresta de cajueiros ou à apreciada aguardente de cana;  não mencionamos os pomares caseiros de tangerineiras e mangueiras, as machambas de amendoim "bibiana"' ou a utilíssima "tona"" da mafurra; não potencializamos o volume multi-quilométrico da suas reservas de gás natural, a adubo superférfil dos montes de guano ou a rica e cheirosa madeira de sândalo.
   Quando falamos de Inhambane os nossos olhos enchem-se de mar, de praias a perder de vista, de enseadas bordejadas de palmeiras e cajueiros, mahimbi e tingolé; os nossos corações batem de emoção no coração das ilhas de águas
límpidas, autênticos aquários de crustáceos e peixes multicolores. Quando falamos de Inhambane é de facto a espuma iodada que sentimos na pele de sal e Sol, é o gosto da sura na língua sequiosa, o paladar da matapa de mandioca com frutos-do-mar a aguçar o apetite.
   Há, na verdade, uma relação antiga entre as gentes de Inhambane e o mar. As salinas rivalizam com as machambas de amendoim, e os bois puxam redes de pesca quando descansam do arado. A secagem dos frutos-do-mar tem aqui uma tradição e técnica dignas de respeito, de tal modo que a estenderam a certas plantas comestíveis tornando-as acessíveis todo o ano para surpresa dos visitantes.
   Vatswa, bitonga e chope povoam esta grande província. Já ali sediadas desde os finais do século XV, estas populações, mesmo antes da chegada das caravelas portuguesas, já tinham contacto comercial com mercadores de outras partes do mundo. Talvez por isso o acolhimento afectuoso aos homens de Vasco da Gama em 1498 que identificaram a região e as pessoas como "terra da boa gente". Um epíteto que ficou, mas, sobretudo, uma vontade grande de ser melhor!

"Bibiana" é o nome que os bitonga dão a uma espécie de amendoim de formato pequeno, muito resistente a certas pragas e que não precisa de muita água para se reproduzir.
""Tona" é o nome que os chope e bitonga dão ao óleo extraído da mafurra.


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Em Inhambane o aproveitamento dos animais para a lavoura e para o transporte pessoal já faz parte de uma cultura tradicional. O burro é uma das espécies mais utilizadas em vastas zonas daquela província. Animais dóceis para uma vida mais fácil.

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Mafurra deste tamanho? Até parece mentira! Mas em Morrumbene é assim. O "ugúhú" ou "ukusu" para bitonga e chope, respectivamente, é uma riqueza alimentar e uma excelente fonte de rendimento.
Efectivamente, a mafurra é um óptimo alimento e uma excelente matéria- prima para a produção de sabão.

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Ponte da Maxixe. A ligação com a cidade de Inhambane é feita por barcos a motor. Mas em caso de avaria ou por pouca capacidade destas embarcações são os antigos barcos à vela que fazem o
serviço de transporte. Para as crianças da Maxixe a ponte é, todavia, o bom trampolim para um mergulho nas águas da baía.

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Quando não há fio para tecer a rede, nem por isso diminui a capacidade dos homens para a pesca. Na bela praia da Barra estes pescadores erguem uma gamboa-armadilha para a apanha de peixe mais variado. Engenho e arte para a sobrevivência.

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Há um poema aberto no coração da natureza. Um poema de água e luz neste pôr-de-Sol em Inhambane. Pincel de sentimentos mais belos nasce deste colorido e amoroso cenário tropical. Mas outras vibrações emanam deste "clic" à beira do ĺndico: os medos diluem-se, o êxtase acontece, pois beleza assim faz desaparecer a distância entre o observador e o observado.

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HáÁrvore-de-aquário. Será uma nova espécie vegetal? Claro que não! Mas na Ilha do Bazaruto o encanto e o inédito se sucedem numa sequência deslumbrante. A natureza caprichou-se para que ninguém resista ao sonho.


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Edição de 1994

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