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LIVROS & AUTORES QUE A MOÇAMBIQUE DIZEM RESPEITO
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CENTRO DE FORMAÇÃO FOTOGRÁFICA DE MOÇAMBIQUE
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ALGUNS TEXTOS, MAPAS E FOTOS
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SAL DA HISTÓRIA SUOR DE EMIGRANTES
Gaza está marcada pela história das últimas grandes
batalhas de resistência contra o colonialismo no século passado e, emblematicamente, pelas figuras de
Gungunhana e Maguiguana. História de glória e traição, de resistência e submissão, Gaza tem na sua população
Changana uma certa dose de simbiologia guerreira tal como os macondes no canto Norte de Moçambique. Mas
se existe este aspecto mitosimbólico isso não significa que as suas populações tenham sido as únicas,
as maiores ou as mais resistentes à ocupação colonial, pois outras também o fizeram com igual ou maior
empenho, sejam elas Makuas ou Ndaus, Nyanjas ou Rongas. De Chicualacuala a Manjacaze, passando
por Chibuto, de Massingir ao Bilene, passando por Chókuè, a província de Gaza, com a sua capital na cidade
de Xai-Xai, estende-se por uma extensa e rica planície cortada em largo espaço pelos rios Changane e
Limpopo e apenas se elevando no seu interior junto à fronteira com a África do Sul. Caju, algodão,
arroz, milho, hortícolas, frutícolas, criação de gado bovino para leite e corte, uma costa marítima com
boas estâncias turísticas e duas excelentes barragens para irrigação e futura produção de energia eléctrica,
o território de Gaza, o seu chão, se bem aproveitado, pode ser, efectivamente, mais um celeiro para o
país. Com uma linha férrea que atravessa as suas regiões agrícolas mais ricas, e que também liga o porto
de Maputo à Republica do Zimbabwe, a população desta província está, relativamente, bem servida de vias
de comunicação, muito embora ainda haja muito por fazer nesse sentido. É com o sabor de amendoim
e castanha de caju, de um queijo do Chókwèè ou uma sobremesa de mafurra (ukulhu) com batata-doce que
viajamos por estas belas terras de Gaza sempre com a imagem de um camponês saudando-nos na estrada ou
de crianças jogando - forças em brincadeiras tradicionais de resistência e adestramento para a vida.
Terra de muita emigração para as minas da África do Sul desde os finais do século passado prolongando-se
até aos nossos dias, o sal da história mistura-se aqui com o suor do emigrante desejoso de trazer e criar
progresso para a sua terra e felicidade para os seus filhos. Gaza é grande de vontade e de cultura.
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Lagoa azul. É profunda e todos sabem disso. O quanto mede é que ainda ninguém sabe. O nome nem sempre
esteve ligado à cor desta lagoa. Nem sempre azul, mas quase sempre sem ninguém a colorir o seu espaço.
Não muito longe da praia do Bilene, esta lagoa de Gaza entrou já na mitologia local. Histórias estranhas
são contadas pelos mais velhos sobre a origem destas águas e acontecimentos à sua volta.
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Parece pousar para o fruto das mãos. À beira da estrada do Bilene, este jovem camponês fez banca de
comércio para o manjar dos viajantes. Multiplicadas estas bancas simbolizam a força produtiva da região
nem sempre farta de chuvas, mas persistentemente, trabalhada com carinho. Qualquer terra dá fruto, o
que é preciso é saber plantar, conhecer o que plantar.
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