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assim indirectamente para o Governo, na medida em que pro- porcionam custos de produção muito baixos;
o último destína-se a produzir rendimento e divisas estrangeiras directamente para o Governo.
Indústria e recursos mineiros
Antes da chegada dos Portugueses à África oriental, eram
exportados ouro e prata da área agora ocupada por Mo- çambique e pela Rodésia do Sul. Os primeiros
aventureiros portugueses sonhavam encontrar grandes filões desses pre- ciosos metais no interior,
mas as suas esperanças foram goradas. Até meados deste século, a prospecção revelou pouco do valor
possivelmente existente, e a colónia recusou dar mais do que modestos lucros provenientes da exploração
agrícola. Todavia, recentemente, a situação alterou-se pela descoberta de vários jazigos minerais
importantes, incluindo carvão, bauxite, amianto, tântalo e nióbio, pequenas quantidades de ouro e
cobre e reservas de petróleo e gás natural. A compreensão de que poderiam existir recursos
mineiros importantes em Moçambique teve início ao mesmo tempo que o Governo Português se viu forçado
a alargar as restrições ao investimento estrangeiro nas "províncias ultramarinas". Estes dois factores
combinados incitaram uma afluência maciça de capital estrangeiro a Moçambique desde os princípios
dos anos sessenta. Esta volumosa participação de capital estrangeiro não é, de modo nenhum,
um fenómeno novo, visto que mesmo as primeiras "três grandes" companhias concessionárias eram lar-
gamente financiadas do exterior. A diferença está no novo tipo de investimento e suas origens. Os
primeiros investimentos eram limitados principalmente a esquemas agrários, e a primeira fonte de
capital era a Grã-Bretanha. A Sena Sugar Estafes é uma das mais importantes companhias dessa fase
de investi- mentos. É de capital britânico majoritário, e é a maior produtora de açúcar de todas
as colónias portuguesas: entre 1965 e 1966
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representou 70% da produção total; emprega 25 000 africanos e em 1967 apresentou lucros de £ l 400
000 antes da dedução de impostos. Por outro lado, a nova fase de investimentos foi dominada
pela África do Sul e pelos Estados Unidos, embora também fossem importantes os da Grã-Bretanha, Franca
e Japão, bem como de países europeus ocidentais menores, tais como a Bélgica, a Suécia e a Suíça,
que também contribuíram. A extracção de minério e pequenas industrias de proces- samento
e manufactura adquiriram predominância sobre a produção agrícola. A prospecção de petróleo tomou
lugar proeminente: a Gulf Oil, propriedade americana, iniciou a prospecção em 1953 e recebeu
direitos de concessão em 1958, varias vezes prorrogados. A companhia fez várias perfurações bem
sucedidas no Sul de Moçambique, incluindo a descoberta de gás natural em Pande, mas a extensão da
reserva é ainda matéria de especulação. Outra companhia americana que tem estado a realizar prospecções
durante vários anos é a Pan American International Oil Corporation. Em 1967, ambas as companhias
receberam novas concessões. A Gulf fez nova perfuração para gás natural, perto do rio Buzi, a cerca
de 30 milhas do jazigo de Pande. Os jazigos de gás natural nesta região são actualmente avaliados
em 3000 milhões de metros cúbicos. Também em 1967 foram concedidos direitos de prospecção a
três novas companhias americanas - Sunray Mozambique Oil Company, Clark Mozambique Oil Company e
Skelly Mozambique Oil Company- e a um grupo de companhias sul-africanas e francesas. A concessão
é feita por três anos, durante os quais o investimento mínimo deve ser de 11 milhões de escudos
no primeiro ano, 35 milhões no segundo e 56 milhões no terceiro. As companhias pagarão 3 milhões de
escudos pelo arrendamento da superfície durante os primeiros três anos, e quando renovarem a concessão
pagarão 200$00 por quiló- metro quadrado.
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O grupo francês e sul-africano consiste na Anglo-American Corporation of South Africa, Société
Natíonale des Pétroles d'Aquitaine e Entreprises de Recherche et d'Actívités Pétro- lières. Esta
concessão cobre uma área total de 14000 milhas quadradas, incluindo uma região ao largo da costa.
O investi- mento durante os primeiros três anos está estipulado em 140 milhões de escudos.
Nos últimos dois anos, a descoberta de jazigos minerais também atraiu fundos estrangeiros. Em 1967,
um grande jazigo de minério de ferro de alto grau foi descoberto perto de Porto Amélia, e os direitos
de concessão foram dados ao grupo japonês Sumitomo, que investirá 50 milhões de dólares americanos
no projecto, e tem planeada uma ligação ferroviária com Nacala. O minério tem 60% de ferro, e as
reservas estão avaliadas em 360 milhões de toneladas. A produção prevista para o primeiro ano
é de 5 milhões de toneladas. Para o processamento parcial deste minério, dois fornos de alta tensão
estão a ser construídos na Beira, em conjunto pela Sociedade Algodoeira de Fomento e pela Companhia
Sher da Rodésia. Outras recentes descobertas incluem um jazigo de tantalite no distrito de
Moçambique; jazigos de minério de cobre, azurite e malaquite perto de Nacala; ouro, perto de Vila
Manica; e um novo veio de diamantes em Catuane, na fronteira da África do Sul. No campo
da manufactura, os investimentos têm sido orientados principalmente para fábricas de processamento
de produtos agrícolas e de montagem de artigos manufacturados de importação. São exemplos típicos
a refinaria de açúcar sul- -africana a ser construída perto da Beira, a fábrica de processa- mento
de leite Nestlé em Lourenço Marques e a fábrica de pneus American Firestone, na Beira. Planos mais
recentes incluem o processamento de bauxite, a fábrica de amoníaco e adubos químicos. Quatro companhias
- a firma sul-africana Frazer Chalmers; as firmas francesas Sodeix e Socaltra; a firma portuguesa
Sociedade Química Geral de Moçambique - fazem parte dum projecto de construção duma fabrica de adubos
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