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satisfizer o bem-estar e o progresso civil e religioso de todos.
4. Todos os movimentos
que empregam a força (terroristas) são contra a lei natural, porque a independência, admitin-
do-se como boa, deve ser obtida por meios pacíficos.
5. Quando o movimento é terrorista,
o clero tem obrigação, em consciência, não só de abster-se de tomar parte nele, mas também
de se opor a ele. Esta (obrigação) deriva da natureza da sua missão (como dirigente religioso).
6. Mesmo quando o movimento é pacífico, o clero deve abs- ter-se, a fim de manter a influência
espiritual sobre todo o povo. O Superior da Igreja pode impor essa abstenção; ele impõe-na
agora para Lourenço Marques.
7. O povo nativo da África tem obrigação de agradecer aos
colonizadores todos os benefícios que deles recebem.
8. Os mais educados têm o dever de guiar
aqueles que têm menos educação contra todas as ilusões de independência.
9. Os actuais
movimentos de independência têm, quase todos, o sinal da revolta e do comunismo; não têm razão
alguma; não devemos, portanto, apoiar esses movimentos. A dou- trina da Santa Sé é bem
clara quanto ao comunismo ateu e revolucionário. A grande revolução é a do Evangelho.
10.
A palavra de ordem "África para os Africanos" é uma monstruosidade filosófica e um desafio
à civilização cristã, porque os acontecimentos de hoje dizem-nos que o comu- nismo e
o islamismo querem impor a sua civilização sobre os Africanos."
É evidente que
não é por acaso que a Igreja adopta este ponto de vista, e que a educação do africano é confiada à
Igreja; é ainda mais um sinal de que a finalidade da educação portu- guesa dos africanos é a submissão,
não o desenvolvimento. Em teoria, o fim da educação é ajudar o africano a "civilizar-se"
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e torná-lo um "português". Isto, em si, é um ponto de vista etnocêntrico estreito, mas ao menos
ofereceria aos africanos a oportunidade de se desenvolverem, mesmo que não fosse na direcção mais
desejável. Na prática, contudo, nada disto é levado a cabo. O sistema é organizado de modo a tornar
quase impossível a um africano obter educação que o qualifique para mais alguma coisa do que o
trabalho insignificante. Todo o sistema do ensino africano é delineado para produzir não cidadãos
mas servos de Portugal.
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