A ARTE RUPESTRE - OS AMURALHADOS em MOÇAMBIQUE
|
Encontro com a arte nativa primitiva
|
Esta foto mostra um aspecto colhido nas proximidades do rochedo em forma de nicho, no qual se
encontra a famosa pintura rupestre, representando um antílope isolado, situado no pendor da Serra Vumba,
a Leste do Monte Chinhamapere.
Lemos, com grande interesse, os trabalhos de Octávio Roza de Oliveira,
acerca das pinturas rupestres que se encontram no contraforte da Serra Vumba (Monte Chinhamapere) em
Vila Manica, publicados pelos Serviços Culturais da Comissão Concelhia da Beira e pela Sociedade de Estudos
da Província de Moçambique. Tais estudos possuem copiosa soma de informações sobre esse belo conjunto
de pinturas, que tivemos ensejo de descrever nas páginas anteriores. Nada lemos, porém, quer deste ou
de outro autor, sobre a pintura rupestre isolada que estamos considerando, e que se encontra aproximadamente
a um quilómetro das referidas pinturas, e também perto da Estrada Internacional de Vila Machado a Untali,
do mesmo lado esquerdo, embora mais para Leste. É desta estrada que, olhando para o contraforte da
Serra Vumba, se avista, a menos de dois quilómetros, o rochedo, que contém a pintura em causa. De longe
este rochedo parece-se com um nicho, destinado a guardar gigantesca imagem religiosa. A sua identificação
é fácil, pois é o único que se vê a meia encosta. Foi nele que encontrámos a belíssima pintura rupestre,
limitada à simples figuração de um antílope. A cor da pintura é alaranjada. Os seus contornos são
perfeitos e harmoniosos. Trata-se de uma admirável figura de gazela. As suas dimensões ocupam uma pequena
parte da superfície inclinada da rocha, escavada, como dissemos, inferiormente, de maneira a formar uma
gruta, dentro da qual uma pessoa pouco nutrida pode entrar ou sair facilmente, embora tenha de manter-se
curvada. Em frente da rocha, como para protegê-la da chuva e da luz, há um pequeno rochedo, que a Fig.
l assinala.
|
Em bom estado de conservação esta pintura rupestre não possui quaisquer desenhos ou figuras a
enquadrá-la, nem delas carece para por si mesma se valorizar. O artista, satisfazendo-se com ela, parece
ter querido deixá-la propositadamente isolada.
|
NOTA: - Click nas figuras para as ver ampliadas. Com o "back" do browser regresse a esta página.
|
|