Nascentes e Fontanários

Documentando-se em autores antigos diz José de Arriaga no capítulo «A questão de Lourenço Marques» do seu livro, a p. 261, na descrição que faz da então vila de Lourenço Marques: — «Tem duas fontes de boa água, uma junto à praia, ao sul da praça, e outra fora e que serve para aguada dos navios. A lagoa fornece também água aos habitantes que se servem dela para beber».

O venerando c estimado colono, Sr. Amadeu Neves, recorda-se de que em  1900 existiam ainda várias fontes, na parte baixa da cidade: uma na Rua da Electricidade, junto ao edifício da central eléctrica e pouco distante da Avenida Manuel de Arriaga ; outra na Avenida Alvares Cabral, flanqueada pelos muros do jardim botânico, com dois tanques para bebedouro dos animais e uma pe­quena bica, à direita. Embora com pouco uso, provavelmente desde os fins de 1907, por se haver iniciado o abastecimento de água do Umbelúzi à cidade pela companhia concessionária, existia ainda em 1940, como recordação de tem­pos longínquos. Dentro deste jardim havia uma outra fonte que era a principal fornecedora de água à população.

Ao longo da encosta, desde o Maé até à saliência da Ponta Vermelha, havia numerosas nascentes, sob pressão, algumas das quais corriam livremente por entre exuberante vegetação. Haveria, possivelmente, outras de que não há memória nem vestígios.

O venerando c estimado colono, Sr. Amadeu Neves, recorda-se de que em  1900 existiam ainda várias fontes, na parte baixa da cidade: uma na Rua da Electricidade, junto ao edifício da central eléctrica e pouco distante da Avenida Manuel de Arriaga ; outra na Avenida Alvares Cabral, flanqueada pêlos muros do jardim botânico, com dois tanques para bebedouro dos animais e uma pe­quena bica, à direita. Embora com pouco uso, provavelmente desde os fins de 1907, por se haver iniciado o abastecimento de água do Umbelúzi à cidade pela companhia concessionária, existia ainda em 1940, como recordação de tem­pos longínquos. Dentro deste jardim havia uma outra fonte que era a principal fornecedora de água à população.

Ao longo da encosta, desde o Maé até à saliência da Ponta Vermelha, havia numerosas nascentes, sob pressão, algumas das quais corriam livremente por entre exuberante vegetação. Haveria, possivelmente, outras de que não há memória nem vestígios.

longe o tempo em que, para esse fim, bastavam os grandes tanques das fontes do sopé da encosta da Machaquene.

Em 1900 as lanchas subiam o estuário e entravam no rio Umbelúzi, para além da influência das marés, de onde regressavam carregadas de água para a navegação.

Refere-se o ano de 1900 porque, então, o patrão dessas lanchas era um marítimo de nome José Carlos, neto do célebre patrão Joaquim Lopes, que com o decorrer do tempo se tornou numa das figuras mais populares da cidade. Homem do mar, como os seus maiores, rude, simples, franco e sério tratava toda a gente por tu, como se fora um sequaz de George Fox ou de William Penn mas, naturalmente, sem os motivos e os princípios de ordem moral e filosófica que determinavam a atitude firme e altiva dos quakers.

Ficara-lhe esse jeito, de tratar as pessoas, da sua vida de marítimo, dos seus colóquios intermináveis com o mar, cuja linguagem compreendia e sentia numa comunhão íntima de sentimentos indefinidos e primitivos comuns a todos os seres e coisas da natureza que, traduzem luta e sofrimento. As vezes olhava-o desconfiado: — «estás com má cara»! — ou zangava-se com ele e gritava-lhe inutilmente: a sua voz perdia-se no rugir do vento e da rebentação das vagas grossas contra o costado do navio, que balouçava como um ébrio desnorteado. Um dia ficou em terra e fez-se professor de inglês. Ensinou o idioma a médicos, advogados e caixeiros.

Ainda o conhecemos, já velhinho, aí por volta de 1925. O proprietário das lanchas chamava-se Luciano Inácio Félix. Viera para Moçambique incorporado numa expedição militar. Quando deixou a tropa fez-se, como tantos outros, cantineiro e comerciante;  prosperou e aqui veio a falecer de idade bastante avançada.

Dois homens simples, humildes, trabalhadores e respeitados ; são bem duas figuras típicas e simpáticas da grande massa dos nossos colonos que, como trabalhadores, comerciantes, industriais e agricultores prepararam o futuro para as gerações que vieram depois.

Não é demais esta breve referência aos seus nomes honrados.

VOLTAR