III. A "FORMOSA" E OUTRAS PRAIAS
Na enseada do Imbo ao longo da reentrância de 2,5 milhas para Oeste da
ponta Maunhane estendem-se as praias mais límpidas de areia bastante fina e
solta umas vezes branca outras vezes negra, alternando zonas com rochedos e
outras completamente descobertas.
De fronte de quase todas elas existem áreas de corais de diversa
variedade visíveis mesmo a olho nu.
A principal praia é a de Wimbi ou a "Formosa", nome por que
era conhecida pêlos portugueses, povoada de coqueiros da índia e é a mais
procurada pelo turismo na zona dada a sua serenidade, contrastando ali o suave
sibilar das ondas com o movimento de restaurantes bastante frequentados.
A praia do Wimbi está localizada a cerca de 6 quilómetros do centro da
cidade em direcção à ponta Maunhane e é mais usada para o recreio desde 1950,
altura em que os portugueses iniciaram a sua urbanização.
A primeira obra efectuada na "Formosa" em Pemba data de 1958, quando as autoridades locais colocaram à disposição do município pouco mais de 29 contos para a construção de um pavilhão / balneário, a que os pembenses tanto se acostumaram para estacionar seus haveres e petiscos que traziam para divertidos piqueniques.
Esta obra foi concluída dois anos mais tarde com um subsídio adicional de cerca de 18 contos dispensados pelo Governo do Distrito para os custos de urbanização e arruamentos da praia do Wimbi, por forma a melhor ligá-la à cidade.
Em 1961 possuía já aquela praia duas pequenas habitações para quem quisesse passar lá alguma temporada e o exemplo foi seguido por alguns residentes das classes mais abastadas que ali começaram a montar suas próprias casas para repouso.
A mais exótica casa construída por essa altura na Formosa foi a do Governador do Distrito, hoje do Presidente da República, com arquitectura naval, projectando um navio – o “WIWIPI”, onde a residência se encontra instalada.
Assim, uma casa após outra a urbanização da praia do Wimbi se tornou realidade e sempre chamando a si mais gente.
A meados dos anos 60 funcionava já nesta praia o bar "Tininha", assim baptizado por ser também o nome mais popular da f ilha do proprietário que à morte de seu pai toma as rédeas da "embarcação" com grande prestígio e fama nada deixando esmorecer.
Em 1968 abriu na praia do Wimbi o Centro Náutico (hoje extinto) onde funcionava uma escola para velejo, natação e pesca desportiva.
Promovia este centro diversas actividades de recreio ao largo da baía, sendo de realçar as competições entre velejadores, almadiadores, caçadores submarinos e ao currico bem como interessantes concursos de construções na areia nas festividades do dia da cidade.
Em 1971, por
ocasião de tais comemorações o Governador do Distrito de Cabo Delgado, concedeu
um subsídio de 20 contos para a aquisição de um motor de popa para um barco
destinado ao apoio da Escola de Vela que nesse mesmo ano começou a funcionar.
Com idêntico objectivo algumas firmas locais contribuíram com 12.500 escudos.
Ainda a inícios dos anos 70 foi construída na praia do Wimbi o centro
social do Aeroclube (agremiação também já extinta).
Para além da praia do Wimbi espalham-se pela cidade tantas outras sendo
de realçar a de Natite de fronte às antigas instalações de processamento de
peixe da “INOS" e em tempos a de Cumissete com bastante rocha, também
conhecida por "praia dos pecados" (com excelentes rochas na escarpa
em forma de sombreiro), mas hoje praticamente um porto de pesca bastante
frequentado.
Junto ao cais, que igualmente não deixou de ser usada por gentes das
regiões baixas encontra-se a praia de Marindima, ou popularmente da Sagal, em
virtude de as instalações daquela empresa algodoeira colonial estarem ali
situadas. Foi nesta praia, apesar de lodosa, que muitos jovens de Pemba
aprenderam natação e disputaram diversos torneios da modalidade.
Na parte setentrional da baía, nas áreas dos régulos Macesse (Bandar) e
Said Ali (Mussange), localizam-se também belas praias ainda não exploradas com
fundeadouros propícios e o seu correcto aproveitamento deixaria muito a lograr
o desenvolvimento do turismo na região.