"Mudar de Vida - Pelo nosso futuro" é um ponto de partida na busca das soluções para deixarmos aos vindouros um mundo melhor, a partir de uma profunda mudança de mentalidades, de jovens e menos jovens, em que a defesa do mérito e do ambiente estejam ao serviço da erradicação da injustiça, da pobreza e da corrupção.
Fernando Silva Sousa, com base na experiência profissional da auditoria internacional, relança o debate com uma nova definição de governação e de bem-estar dos cidadãos, partindo de um exemplo concreto, o colapso da multinacional Firestone, em Alcochete, instalada no terreno que veio a albergar o outlet Freeport.
Como sublinha Paulo Morais, no prefácio, «Portugal está numa encruzilhada e esta não é só financeira».
Prefácio
A situação a que Portugal chegou, de crise profunda e estagnação, terá muitos culpados e algumas causas. Não tenho dúvida que a corrupção, nas suas múltiplas e perversas formas, constitui uma das principais, se não a principal, causas da díficil situação que o país atravessa. Ao longo de anos, nem a eficiência, nem o mérito, a virtude ou a ética presidiram à organização do nosso tecido político e produtivo. O corolário deste modelo não poderia ser outro senão a pobreza generalizada e desencantada a que nos querem condenar. O desenvolvimento de um País é razão inversa do nível de corrupção que aí grassa e face às práticas danosas que têm caracterizado a gestão em Portugal não poderíamos aspirar a outro nível de qualidade de vida.
Denunciar as situações que nos conduziram à crise é um dever cívico e propor ideias e debate de propostas é, hoje em dia, um imperativo ético. Por isso é tão importante e oportuna esta obra de Fernando Silva e Sousa. A partir de um exemplo por ele vivido, somos levados a viajar pela nossa história recente, cheia de infelizes relatos de compadrios, escolhas económicas motivadas por tudo menos pela procura da eficiência, e até de fraudes. Com a sua experiência, o autor tenta pôr a nú uma prática corrente que conduziu empresas à falência, trabalhadores ao desemprego, sucesso ao desencanto.
(Continua) PAULO MORAIS