ISLAM: O FENÔMENO MAL
COMPREENDIDO por Yusuf Islam (Cat Stevens)
O islam hoje é um fenômeno muito mal compreendido.
Infelizmente, as pessoas estão olhando para os muçulmanos em função de alguns
incidentes ocorridos no mundo atual, os quais são supostamente um reflexo do
islam. Contudo, eles não são. Tais incidentes são reflexos de um mau
comportamento de muçulmanos individualmente, o qual acaba sendo associado com
toda comunidade islâmica.
É claro que existem muçulmanos que são bons elementos e
de boas práticas, contudo normalmente estes não são notados. Usualmente a
televisão e a mídia em geral apresenta apenas os elementos maus e
sensacionalistas. A solução para isto é que as pessoas não olhem para o
muçulmano, mas para o Islam.
Seria errado se alguém julgasse um carro como sendo ruim,
dizendo "esta carro é ruim", apenas porque o motorista está bêbado e
se acidentou com ele. Na realidade não tem nada a ser melhorado no carro. É
preciso melhorar o motorista. Então você deve olhar para o carro e ver que tipo
de carro ele é, para perceber que não existe nada de errado com ele, mas sim
com o motorista.
O Islam é uma orientação para todos seres humanos em suas
vidas diárias, em sua dimensão espiritual, mental e física. Mas é preciso
encontrar a fonte desta orientação que está primeiramente no Alcorão e depois
deste nos exemplos do profeta Muhammad (que a paz e a benção de Deus esteja com
ele), o último profeta. Se chegarmos a estas duas origens, então podemos ver o
islam ideal.
Em Nome de Deus, O Clemente, O
Misericordioso
COMPREENDA O ISLAM E OS MUÇULMANOS em
O QUE É O ISLAM?
O Islam não é uma religião nova. Ela é a mesma verdade
que Deus revelou por meio de seus profetas para toda a humanidade. Para um
quinto da população mundial, o Islam é uma religião e um sistema de vida
completo. Os muçulmanos seguem uma religião de paz, misericórdia, perdão, e a
maioria nada tem a ver com os eventos extremamente graves que ficaram
associados com sua fé.
Surata al Fatiha - Surata da
Abertura
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Em Nome de
Deus, O Clemente, O Misericordioso Louvado seja Deus, Senhor do
Universo O Clemente, O Misericordioso Senhor do Dia do Juízo Só a Ti adoramos, e só de Ti
imploramos ajuda Guia-nos à senda reta, à senda dos que agraciastes, não à dos abominados, e nem
à dos extraviados |
Esta surata de Abertura do Alcorão é primordial na oração
islâmica. Ela contém a essência do Alcorão e é recitada em todas orações.
QUEM SÃO OS MUÇULMANOS?
Mais de um bilhão de pessoas de uma vasta classe de
raças, nacionalidades e culturas através do globo, desde as Filipinas até a
Nigéria estão unidas pela fé islâmica. Aproximadamente 18% vivem no mundo
árabe; a maior comunidade islâmica do mundo é a Indonésia; partes substanciais
da Ásia e da maior parte da África são muçulmanas, enquanto a minoria
significativas são encontradas na União Soviética, China, América e na Europa.
EM QUE OS MUÇULMANOS
CRÊEM?
Os muçulmanos crêem em um Único e Incomparável Deus; nos
anjos criados por Ele; nos profetas pelos quais Suas revelações foram trazidas
à humanidade; no dia do Juízo e na prestação individual de contas pelas ações
praticadas; na autoridade total de Deus sobre o destino do homem e na vida após
a morte. Os muçulmanos crêem na corrente dos profetas a partir de Adão,
incluindo Noé, Abraão, Ismael, Isaac, Jacó, José, Jó, Moisés, Araão, Davi,
Salomão, Elias, Jonas, João Batista e Jesus, que a paz esteja com eles. Mas a
mensagem final de Deus para o homem, uma confirmação da mensagem eterna e um
resumo de tudo que acontecera anteriormente, foi revelada ao profeta Mohammad
por intermédio do anjo Gabriel.
COMO ALGUÉM SE TORNA
MUÇULMANO?
Simplesmente por proferir o Testemunho de que "não
há divindade além de Deus, e que Mohammad é o Mensageiro de Deus". Com
esta declaração o crente anuncia a sua fé em todos os mensageiros de Deus, e nas
Escrituras que eles trouxeram.
O QUE O ISLAM
SIGNIFICA?
A palavra árabe "Islam" significa
"submissão". É derivada de uma palavra que significa "paz".
Num contexto religioso, significa total submissão à vontade de Deus. Maometano,
portanto, é uma denominação errada, porque sugere que os muçulmanos adoram a
Mohammad em vez de Deus. "Allah" é a palavra árabe que significa
Deus, usada pelos árabes tanto muçulmanos como cristão.
PORQUE O ISLAM PARECE
ESTRANHO?
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O
Islam pode parecer exótico ou mesmo extremista no mundo moderno. Talvez isso
acontece porque a religião não domina a vida do dia a dia no ocidente de
hoje, enquanto os muçulmanos têm a religião sempre presente em suas mentes, e
não fazem distinção entre o secular e o sagrado. |
Acreditam
que a Lei Divina, Shari’a, deve ser tomada seriamente. Por isso, assuntos
relacionados com a religião continuam tão importantes. |
SERÁ QUE O ISLAM E O CRISTIANISMO TÊM ORIGENS
DIFERENTES? |
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Não!
Juntamente com o Judaísmo, eles remontam ao Profeta e Patriarca Abraão. Seus
três profetas são descendentes diretos de seus filhos – Mohammad descende do
primogênito, Ismael, Moisés e Jesus descendem de Isaac. |
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Abraão
estabeleceu as bases do que chamamos hoje a cidade de Meca, e construiu a
Caaba, em direção da qual todos os muçulmanos se voltam quando oram. |
O QUE É CAABA?
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A
Caaba é o local de adoração que Deus ordenou Abraão e Ismael construírem há
aproximadamente 4000 anos atrás. A construção foi feita de pedra, a qual,
muitos acreditam, foi o local original de um santuário estabelecido por
Adão.Deus ordenou a Abraão a convocar toda a humanidade para visitar o local,
e quando os peregrinos lá vão, dizem "Eis - nos aqui, ó Senhor!",
em reposta à tal convocação. |
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QUEM É MOHAMMAD?
Mohammad nasceu em Meca no ano 570, em um período em que
o Cristianismo não tinha-se estabelecido completamente na Europa.
Uma vez que seu pai faleceu antes de seu nascimento, e
sua mãe logo depois, ele foi cuidado pelo seu tio, pertencente à respeitada
tribo dos coraixitas.
À medida que ia crescendo, tornou-se conhecido pela sua
retidão, generosidade e sinceridade, a tal ponto que era procurado pela sua
capacidade de arbitrar nas disputas. Os historiadores descrevem-no como calmo e
meditativo.
Mohammad
possuía uma natureza profundamente religiosa, e abominava a decadência de sua
sociedade. Ele adquiriu o hábito de meditar na caverna de Hirá, perto do topo
da Montanha da Luz (Jabal al-Nur) em Meca. |
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COMO ELE RECEBEU A
REVELAÇÃO?
Aos quarenta anos de idade, enquanto estava empenhado em
um retiro meditativo, Mohammad recebeu sua primeira revelação de Deus por
intermédio do anjo Gabriel. Essa revelação, que prosseguiu por vinte e três
anos, é conhecida como Alcorão.
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Tão
logo ele começou a recitar as palavras que ele ouviu de Gabriel, e a pregar a
verdade que Deus havia lhe revelado, ele e seu pequeno grupo de seguidores
sofreram perseguições amargas, que se tornaram tão violenta no ano de 622 que
Deus lhes ordenou que emigrassem. Este evento, a Hégira (migração), na qual
eles se mudaram de Meca para a cidade de Medina, cerca de 260 milhas ao
norte, marca o início do calendário muçulmano. |
Depois
de muitos anos, o profeta e seus seguidores retornaram a Meca, onde perdoaram
seus inimigos e estabeleceram o Islam definitivamente. Antes que o profeta
morresse, aos 63 anos de idade, a maior parte da Arábia já era muçulmana, e
um século após sua morte, o Islam tinha se difundido até a Espanha no
ocidente e até a China no oriente. |
COMO A DIFUSÃO DO ISLAM
AFETOU O MUNDO?
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Entre as razões da difusão rápida e pacífica do Islam há a simplicidade a
simplicidade de sua doutrina – o Islam convoca para a crença no Único Deus
Merecedor de adoração. O Islam também freqüentemente instrui o homem a usar
seus poderes de inteligência e observação.
Dentro de poucos anos, grandes civilizações e
universidades floresceram, uma vez que, de acordo com o profeta:
"Procurar o conhecimento é uma obrigação de todo muçulmano e
muçulmana". |
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A síntese das idéias orientais e ocidentais e os
pensamentos novos e antigos geraram grandes avanços na medicina, matemática,
física, astronomia, geografia, arquitetura, arte, literatura e história, e
também o conceito do zero(fundamental para o desenvolvimento da matemática),
foram transmitidos à Europa medieval pelo Islam. Foram desenvolvidos instrumentos sofisticados,
que possibilitaram as viagens dos europeus de descobrimento, incluindo o
astrolábio, o quadrante e os bons mapas de navegação. |
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QUE É O ALCORÃO?
O Alcorão é um registro das palavras exatas reveladas por
Deus por intermédio do anjo Gabriel ao Profeta Mohammad. Foi memorizado por
ele, e então ditado aos seus companheiros, e registrado pelos seus escribas,
que o conferiram durante sua vida. Nenhuma palavra de suas 114 suratas foi
mudada ao longo dos séculos. Assim, o Alcorão é, em cada detalhe, o único e
miraculoso texto que foi revelado a Mohammad quatorze séculos atrás.
DE QUE TRATA O ALCORÃO?
O Alcorão, a derradeira palavra de Deus revelada, é a
principal fonte da fé e da prática de todo muçulmano. Ele trata de todos os
assuntos relacionados conosco, como seres humanos: sabedoria, doutrina, rituais
e lei, mas seu tema básico é o relacionamento entre Deus e Suas criaturas. Ao
mesmo tempo ele proporciona orientação para uma sociedade justa, uma conduta
decente e um sistema econômico eqüitativo.
HÁ OUTRAS FONTES
SAGRADAS?
Sim, a Sunnah, a prática e o exemplo do profeta é a
segunda autoridade para os muçulmanos. Um hadith é a narração fiel transmitida
a respeito do que o profeta disse, fez ou aprovou. Crer na sunnah faz parte da
fé islâmica.
EXEMPLOS DOS DITOS DO
PROFETA
O profeta disse:
"Deus não tem misericórdia daquele que não tem
misericórdia dos outros"
"Ninguém de vós crê realmente antes de desejar ao
seu irmão o que deseja a si próprio"
"Aquele que se alimenta enquanto o seu vizinho está
passando fome não é crente"
"O comerciante honesto está associado aos profetas,
aos santos e aos mártires"
"O poderoso não é aquele que derruba os outros; o
poderoso é aquele que controla e si próprio em um acesso de cólera"
"Deus não vos julga baseado em vossos corpos e
aparências, mas perscruta vossos corações e examina vossas obras"
" ‘Um homem caminhava em uma estrada e sentiu muita
sede. Encontrando um poço, nele desceu e subiu. Então viu um cão arfando,
tentando lamber a lama para amainar a sede. O homem percebeu que o cão estava
sentindo a mesma sede que ele sentira antes. Então, ele desceu novamente no
poço e encheu o seu sapato com água e deu de beber para o cão. Por isto Deus
perdoou os pecados do homem.’ Foi perguntado: ‘Ó Mensageiro de Deus, seremos
acaso recompensados por nossa bondade para com os animais?’ Ele respondeu: ‘Há
recompensa pela bondade demonstrada por qualquer ser vivo’"
extraídos das coleções de hadith de Bukhairi, Muslim e Baihaqui.
QUAIS SÃO OS CINCO
PILARES DO ISLAM?
São a estrutura da vida do muçulmano: a fé, a
oração, o interesse pelo necessitado (zakat), a auto-purificação (jejum) e a
peregrinação à Meca para quem tiver posses para tal.
1. A fé
chahada inscrita sobre a entrada do Palácio Osman
Topkapi (o museu possui um manto usado pelo profeta, entre outros tesouros).
Istambul
Não há outra divindade além de Deus e Mohammad é
seu Mensageiro.
Esta declaração de fé é chamada Chahada , uma fórmula simples que todo o crente
pronuncia.
Em árabe, a primeira parte é: la ilaha ílal-lah (não há
outra divindade além de Deus). Ilaha (divindade) pode se referir a qualquer coisa
que podemos ser tentados a colocar no lugar de Deus: riqueza, poder e
similares. Então vem, illal-lah (além de Deus), a Fonte de toda criação.
A Segunda parte da Chahada é Mohammad Rasul lul-lah
(Mohammad é o mensageiro de Deus). Uma mensagem de orientação que veio por
intermédio de um homem como nós mesmos.
Mihrab persa, que indica a direção das orações.
No início os muçulmanos oravam em direção de Jerusalém, mas durante a vida do
profeta foi mudada para Meca. Do púlpito o Imam que dirige as orações, faz o
sermão durante as orações congregacionais de sexta-feira 2. A Oração Salat é o nome das
orações obrigatórias que são praticadas cinco vezes ao dia, e são um elo
direto entre o adorador e Deus. Não há autoridade hierárquica no Islam, nem
padres, assim, as orações são dirigidas por uma pessoa com instrução, que
conhece o Alcorão, escolhido pela comunidade. Essas cinco orações diárias
contém versículos do Alcorão que são recitados em árabe, a linguagem da
Revelação, ao passo que as súplicas pessoais podem ser feitas no idioma de
cada um. As orações são praticadas na alvorada, ao meio dia, no meio da
tarde, ao crepúsculo e à noite, e assim determinam o ritmo do dia todo. Apesar
de ser preferível praticar a oração em conjunto, em uma mesquita, o muçulmano
pode orar em qualquer lugar, tal como campo, escritório, fábrica e
universidade. Os visitantes do mundo islâmico ficam impressionados com a
dominância das orações na vida cotidiana. |
Tradução do Chamado à
oração Deus é
Grandioso, Deus é Grandioso Deus é
Grandioso, Deus é Grandioso Testemunho
que não há outra divindade além de Deus Testemunho
que não há outra divindade além de Deus Testemunho
que Mohammad é o Mensageiro de Deus Testemunho
que Mohammad é o Mensageiro de Deus Vinde à
oração! Vinde à oração! Vinde à
salvação! Vinde à salvação! Deus é
Grandioso, Deus é Grandioso N ão há
outra divindade além de Deus |
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3.
Zakat A pessoa piedosa deve
também dar tanto quanto possa como caridade (sadaca), e fazê-lo
preferivelmente em segredo. Apesar que esta palavra possa ser traduzida como
"caridade voluntária", ela tem um significado mais amplo. O profeta
disse: "Mesmo o
encontrar o seu irmão com o rosto risonho é caridade" O Profeta disse "A
caridade é uma necessidade para todo muçulmano", foi-lhe perguntado:
"e se a pessoa não tiver nada para dar?", o profeta
respondeu: "Deve trabalhar com suas próprias mãos para o seu
benefício e então dar algo de tal ganho em caridade." Os
companheiros perguntaram: " e se ele foi incapaz de trabalhar?"
O profeta respondeu: "Ele deve ajudar os pobres e necessitados",
perguntaram novamente: "e se não puder fazer isto?", o
profeta respondeu: "deve incitar as pessoas a praticarem o bem"
e os companheiros perguntaram ainda "e se também não puder fazer
isto?" O profeta respondeu "Deve se afastar da prática do
mal, que isto também é caridade." |
Zakat promove fluxo do dinheiro na sociedade.
Cairo. |
4. O Jejum
Todo ano, durante o mês de Ramadan, todos os muçulmanos jejuam
desde a alvorada até o por do sol, abstendo-se da comida, da bebida e das
relações sexuais. Quem estiver doente, for idoso, ou em viagem, e mulher
grávida ou amamentando é permitido quebrar o jejum e jejuar o mesmo número de
dias em outra época do ano. Se houver incapacidade física para fazê-lo, devem
alimentar uma pessoa necessitada para cada dia não jejuado. As crianças começam
a jejuar (e praticar as orações) a partir da puberdade, apesar de muitos
começarem mais cedo.
Apesar do jejum ser muito benéfico para a saúde, é
considerado um método de purificação pessoal. Ao privar-se dos confortos
mundanos, mesmo por um período curto, o jejuador adquire verdadeira simpatia
por aqueles que sofrem fome, ao mesmo tempo desenvolve a sua vida espiritual.
Tendas de Peregrinos
5. O Hajj
A peregrinação anual a Meca (hajj) é uma obrigação
somente para aqueles que são física e financeiramente capazes de empreendê-la.
Portanto, dois milhões de pessoas aproximadamente vão a Meca cada ano, de toda
parte do Globo, oferecendo uma única oportunidade para os provenientes de
nações diferentes a se encontrarem. Apesar de Meca estar sempre cheia de
visitantes, o hajj anual começa no décimo segundo mês do calendário islâmico
(que é lunar, não solar, assim o hajj no verão, outras no inverno). Os
peregrinos vestem roupas especiais: vestimentas simples que eliminam as
distinções de classes e cultura, assim todos ficam iguais perante Deus.
Os rituais do hajj foram substituídas por Abraão,
incluindo o circundar a Caaba por 7 vezes, e o percorrer 7 vezes a distância
entre os montes Safa e Marwa, como fez Hagar durante a sua procura de água.
Então os peregrinos se põem em pé no vasto vale de Arafat e se juntam em oração
para pedir o perdão a Deus. Pensa-se que esta cena é uma visão do Dia do Juízo
Final.
Nos séculos passados, o hajj era um empreendimento árduo.
Hoje, porém, a Arábia Saudita fornece água, transporte moderno e as mais
modernas facilidades de atendimento médico a milhões de pessoas.
O encerramento da peregrinação é marcado por um festival,
Eid-Al-Adha, celebrado com orações e troca de presentes entre as comunidades
islâmicas. Este Eid e o Eid-al-Fith, uma festa comemorando o final de Ramadan,
são as principais festas do calendário islâmico.
PORQUE A FAMÍLIA É TÃO
IMPORTANTE PARA OS MUÇULMANOS?
A família é a base da sociedade islâmica. A paz e a
segurança oferecidas por uma unidade familiar estável é muito valorizada e
vista como essencial para o desenvolvimento espiritual de seus membros. Uma
harmoniosa ordem social é criada pela existência de famílias numerosas; os
filhos são muito apreciados, e raramente deixam suas casas antes de casarem.
QUAL O PAPEL DA MULHER
NO ISLAM?
O Islam vê a mulher, quer solteira ou casada, como uma
pessoa com seu próprio direito, com o direito de possuir e dispor de sua
propriedade e ganhos. O dote é dado pelo noivo à sua noiva para seu próprio uso
pessoal e ela conserva o seu nome de família em vez de adotar o nome do marido.
Espera-se que ambos, homens e mulheres, usem roupas
modestas e dignificantes. As roupas tradicionais da mulher vistas em alguns
países muçulmanos são sempre a expressão de costumes locais.
O Mensageiro de Deus disse: "O melhor dentre vós é
aquele que melhor trata sua esposa, e eu sou o melhor que trata a esposa"
A RELIGIÃO DO ISLAM
Sharifa Carlo
Desde nossa criação, os homens
têm ponderado a respeito dos mistérios existenciais da vida. As mesmas questões
têm nos perseguido através dos séculos, "De onde eu vim?", "Por
que estou aqui?", "O que é esperado de mim?", "Para onde
vou?" e "Isto é tudo que existe?" Alguns de nós gastam toda uma
vida perseguindo as respostas para tais questões, outros de nós parecem se
contentar aceitando as respostas providas pelas nossas religiões e culturas
individuais, ao passo que outros decidem ignorar este instinto básico de
encontrar respostas, mesmo que inconscientemente. Os muçulmanos tem uma
tradição muito forte de procurar conhecimento, e o mais fundamental é aquele
que nos levará a respostas para estas questões.
Sabemos que a forma de alcançar a
verdade plenamente é analisar objetivamente todas as evidências disponíveis,
formular uma tese, pesquisar cuidadosamente cada parte da evidência e
finalmente obter nossa conclusão.
Pesquisar respostas para nossos
dilemas individuais deveria receber tanta atenção quanto a pesquisa de uma
teoria literária perfeita, quanto o chip de computador mais rápido, ou quanto a
última descoberta científica. Na realidade, tais respostas são mais importantes
e essenciais para nós humanos que qualquer outro tipo pesquisa.
O Islam, como todas as religiões,
tem respostas para aquelas questões, mas diferentemente das outras religiões,
estas respostas não satisfazem apenas o coração ou ao espírito, mas também a
mente, e esta é a chave para obter a satisfação genuína que a verdade tem sido
finalmente alcançada.
De onde eu vim?
Como resultado da análise das
evidências disponíveis, o muçulmano sabe que existe um Criador, que nós somos
criados por um Deus Onipotente e Amável. Consequentemente, este ser racional
pode ver a glória e a maravilha do mundo ao seu redor e concluir que isto era
um acidente providencial. Imagine um estudante que se dirigiu ao seu professor
– mostrou-lhe a cadeira e disse "Isto foi criado pelo atrito do vento na
árvore; depois de séculos de atrito em várias direções, este objeto emergiu
como este produto final". O professor provavelmente iria rir, mas nunca
ser convencido. Da mesma forma, as teorias puramente científicas falham ao
explicar completamente como este mundo poderia ter tal perfeição na interação
dos ecossistemas, sistemas biológicos, sistemas filosóficos, sistemas
geológicos, e sistemas astrológicos. Todos estes sistemas são interdependentes.
Até o momento ainda não existe
nenhuma teoria que não leve a um conhecimento desconhecido – a força
originária.
Quem é este Criador?
Saber que existe um Criador não é
suficiente. Nós precisamos saber quem é este Criador. A melhor forma de definir
isto é definir os atributos necessários de um criador. Desde que reconhecemos
que nossas habilidades como humanos são limitadas – nós somos incapazes de
iniciar uma criação a partir do vácuo – nós sabemos que o Criador não pode ser
humano. Este ponto essencial nos ajuda a descartar muitas teorias religiosas
baseadas nesta premissa. Então nós sabemos que nada menos que um humano, como
um animal que tem menos intelectualidade que nós ou como a natureza que não tem
intelecto, não podem ser nossos criadores. Se o homem em sua mentalidade
superior não é o criador, então isto seria impossível para qualquer outra
criatura com mentalidade inferior. Também sabemos que este criador nos deixaria
algumas evidências para levar-nos a conhecê-lo. Estas evidências nos provaria
em muito níveis – intelectualmente, cientificamente, emocionalmente e
logicamente – que elas são verdadeiras. O Alcorão têm estas evidências. Então
quando a lógica razoável do indivíduo analisa o Alcorão, ele se torna
muçulmano, concluindo que existe um Sapientíssimo Criador Todo Poderoso, Deus.
Por que estou aqui?
Uma vez que a pessoa aceita que
ele foi criado por um Único e Verdadeiro Deus, Alá, ele cai na próxima questão
"Por que estou aqui?" "Qual a proposta para a qual fui
criado?". O Alcorão responde que nossa proposta de vida é adorar Alá. Alá
nos criou neste lugar como um grau de teste para nós, para vermos se nós somos
merecedores do prêmio final, o paraíso. Mas, como concluir isto? Fácil. Olhemos
em volta para circunstâncias de nossa vida. Ume exame cuidadoso mostra que todo
evento em nossa vida tem correlação direta ou indireta com outros eventos. Por
exemplo, alguns eventos do passado nos prepararam para enfrentar uma crise
atual. Nossas vidas são configuradas como um teste que nos fortalece e nos
prepara para um próximo nível. É óbvio que vamos sendo lentamente refinados e
purificados, tanto que podemos cultivar a força necessária para enfrentar os
desafios finais.
O que é esperado de mim?
Uma vez que o muçulmano tem
alcançado esta compreensão, é necessário saber o que é esperado dele, em termos
de adoração. Para fazer isto, ele deve se orientar às fontes enviadas por Alá.;
Nenhum Criador Misericordioso deixaria Sua criação sem orientação. Esta
orientação vem do exemplo dos profetas enviados ao longo dos tempos para mostrar
à humanidade o caminho do Paraíso.
Estes profetas, como Adão, Noé,
Abraão, Moisés, Jesus e Mohammad (paz e benção estejam sobre todos eles),
vieram com a mesma mensagem: adorar apenas aO Único Deus e não atribuir-Lhe
parceiros. Eles também nos legaram ordens práticas para nos ajudar em nossa
existência nesta terra. Freqüentemente, tais ordens eram pela conduta dos
nossos amados profetas e são hoje valores comportamentais que nos ajudam a
viver com paz e contentamento nesta vida, preparando-nos para a próxima. Tais
valores são como rejeitar substâncias e comportamentos prejudiciais e
incentivar padrões de comportamento que nos beneficiam tanto enquanto
indivíduos como quanto membros de uma sociedade em geral.
Para onde vou?
Uma vez que temos completado nossa
missão nesta terra, o que nós devemos esperar? O muçulmano, nesta altura
alcança a compreensão de que ele tem tudo o que ele pôde agradar seu Criador, e
espera uma recompensa por esta ação. A recompensa é o Paraíso. Ele sabe esta é
a verdade assim como o pesquisador sabe que mesmo não enxergando além de um
certo ponto no universo, mais espaço existe. A evidência é conclusivamente
provada pela circunstância. Nós sabemos que existe um Criador, que este Criador
é Alá, e Ele tem nos mandado profetas e tem nos prometido o Paraíso como
recompensa de nossas vidas bem vividas. Nós também sabemos que assim como para
esta vida existe punição para o mau, na próxima vida seremos punidos pela
desobediência. Temos já visto que esta vida é meramente um teste, e como todos
os testes, é meramente preparatória.
Isto é tudo o que existe?
Além de tudo, a conclusão é que
isto não é tudo o que existe, pois é inconcebível que este mundo limitado
criado é nosso único domínio. Deus nos prometeu uma vida futuram, paz,
serenidade, amor, contentamento e prazer para aqueles que O adoram e O
obedecem. Ele nos prometeu um prêmio para ações positivas. Por outro lado, Ele
prometeu uma punição para aqueles que O desobedecem e persistem em suas más
ações. Para prepararmo-nos a aceitar esta premissa, Ele criou para nós um teste
que enfatiza estes valores. Por enquanto, nós sabemos que se um indivíduo
trabalha e estuda seriamente, ele irá obter um bom trabalho e viver mais
confortavelmente que um que não o faz. Esta é a regra, que funciona na maioria
dos casos. Na pior das hipóteses, ele terá o benefício do próprio conhecimento.
Uma ação positiva produz uma recompensa positiva. Nós também sabemos que se um
indivíduo comete um ato mau, provavelmente será punido, se não pela sociedade
então por si próprio. Então uma ação negativa produz um efeito negativo.
Conclusão
Definitivamente não existe
nenhuma forma para provar a existência de Deus. Ninguém pode apontar para Ele e
dizer "Olhe pare Ele. Lá está Ele". Mas nós podemos observar Suas
obras, Sua criação e saber que não pode existir criação sem um criador. Nós não
olhamos para a cadeira e dizemos que ela foi criada por ela mesma. Nós sabemos
que algum ser a tem criado. Para saber quem é este criador, nós temos que
seguir os indícios que Ele nos deixou. Nós temos que definir o que nós
consideramos ser um Deus, e definir suas características. Como muçulmanos, nós
encorajamos e convidamos a você estudar o Alcorão, para analisá-lo e compará-lo
com outras fontes de sabedoria existencial, e nós desafiamos você a encontrar a
verdade em qualquer outra fonte. Você não encontrará.
PROFECIA, PROFETAS E APÓSTOLOS DE DEUS
Assume importância capital entender o significado
destes vocábulos para os muçulmanos. Para fazer chegar à humanidade SUAS
MENSAGENS, Deus escolheu HOMENS especiais, dentre os homens, para cumprirem
essa tarefa. Todavia: Profeta, Apóstolo, Mensageiro ou Enviado, não significam
a mesma coisa, não são sinônimos.
Profecia, na nomenclatura islâmica, não significa
vaticinar sobre o futuro, ou adivinhar, ou predizer o porvir, como o vocábulo
possa indicar, no âmbito filológico. Profecia, no contexto islâmico, significa
a- iluminação de Deus para um homem de bem, de virtudes, a fim de servir, esse
homem-Profeta, com a sabedoria recebida de Deus, de Guia-Orientador para sua
gente e para seu tempo. Já o Apóstolo ou Enviado ou Mensageiro de Deus, é,
necessariamente, um Profeta a quem Deus confia um Livro Sagrado, pelo processo
da REVELAÇÃO, que contenha uma doutrina, um código, uma lei. Assim, fica claro
que todo Enviado de Deus é um Profeta, mas nem todo profeta é enviado de Deus,
porque o Profeta pode não ter a missão de pregar uma nova doutrina, e apenas
revigorar e fortalecer uma doutrina já existente, porém esquecida parcialmente,
ou deturpada em alguns princípios.
Para simplificar, dizemos:
- PROFETA: é um homem que tem como incumbência
(por parte de Deus) revigorar, fortalecer e reesclarecer urna doutrina
religiosa já existente.
- APÓSTOLO, MENSAGEIRO ou ENVIADO DE DEUS: é um
homem a quem Deus REVELA uma Mensagem, ou um LIVRO SAGRADO, contendo uma Nova
Doutrina e uma Lei Divina e Completa.
Então, dizemos que Muhammad S.A.A.W.S. (Maomé) é
um ProfetaApóstolo (Enviado) de Deus, cuja Mensagem Divina é o Alcorão Sagrado,
a ele revelado por Deus através do Arcanjo GABRIEL.
Os muçulmanos crêem em todos os Profetas-Apóstolos
de Deus, porque assim os ordena o Sagrado Alcorão, Palavra Autêntica de Deus,
que ordena a todos os muçulmanos:
"Dizei: Cremos em Deus, e cremos no que foi
revelado a nós e no que foi revelado a Abraão e a Ismael e a Isaac e a Jacó e
às tribos (filhos de Jacó), e cremos no que foi dado a Moisés (Torá)
e a Jesus (Evangelho), e no que foi dado aos profetas pelo Senhor
deles. Não fazemos distinção entre eles, e a Ele (Deus) somos muçulmanos."
Alcorão
2:136 7
Eis, portanto, a grande UNIÃO entre todas as
mensagens reveladas, e entre todos os mensageiros (Enviados de Deus). Esta
UNIÃO constitui a base sólida da concepção islâmica. E a crença dos muçulmanos
em todas as Mensagens, e em todos os Mensageiros de Deus, obriga-nos a não
discriminar entre os Enviados de Deus, pois se um muçulmano descrer de algum
Profeta-Apóstolo, terá comprometido TODA a sua fé, conforme diz o Alcorão:
"Aqueles que descrêem de Deus e de Seus
Apóstolos, querendo negar as ligações entre Deus e Seus Apóstolos e dizem:
"Cremos em alguns Apóstolos e descremos de outros", e pretendem nisto
uma saída, esses são verdadeiramente descrentes. Aos descrentes Deus reservou
uma punição degradante. Mas aqueles que crêem em Deus e em Seus Apóstolos e não
discriminam nenhum dentre os Apóstolos (de Deus), Deus lhes dará
Suas Recompensas, porque Deus é Indulgente e Misericordioso."
Alcorão
4:150,151,152 8
A crença na UNICIDADE de Deus demanda a unidade da
religião que Ele, Deus, enviou à humanidade, e a unidade de Seus Apóstolos que
transmitiram Sua Mensagem à família humana.
Portanto, toda descrença quanto à unidade dos
Apóstolos de Deus, e da Mensagem Divina é descrer, na realidade, da unidade
(unicidade) de Deus.
A fé é uma unidade indivísvel. A fé em Deus é a fé
na Sua UNICIDADE. E Sua Unicidade demanda a unidade da Religião que Ele quiz
para os homens.
Muçulmanos, portanto, são os que sua
crença abrange a fé em Deus e em Seus Apóstolos TODOS, sem nenhuma
discriminação, pois a totalidade dos Apóstolos merece, dos muçulmanos, o
respeito e a credibilidade. E todas as religiões celestiais são verdadeiras
para os muçulmanos, desde que não tenham, as religiões, sofrido modificações e
alterações.
A FAMÍLIA DA VIRGEM MARIA
Não se pode biografar Jesus Cristo sem enfocar a
mãe dele: a Virgem Maria, e suas origens.
Ficarão, certamente, surpresos todos aqueles que
souberem que a Virgem Maria ocupa, no Alcorão Sagrado, um espaço e um lugar
singulares!
Nenhuma mulher, entre todas, é citada pelo nome,
no Livro Sagrado dos muçulmanos, exceto Maria, mãe de Jesus! Nem a mãe de
Maomé, nem a esposa ou as filhas dele, são nominadas no Alcorão, e entretanto,
a mãe de Jesus Cristo é citada mais de trinta (30) vezes!
Aliás, nem a Bíblia Sagrada dos cristãos dedica à
mãe de Jesus, o espaço, a veneração e a exaltação a ela dedicados pelo Livro
dos muçulmanos!
Os próprios cristãos, se quiserem conhecer melhor
a genealogia da Virgem Maria, necessitarão recorrer à leitura do Alcorão, onde
encontrarão detalhes e minúcias, absolutamente únicas, que não constam do NOVO
TESTAMENTO.
0 terceiro capítulo do Sagrado Alcorão, que é a
segunda mais extensa das Suratas, tem por título o nome da família da Virgem
Maria: AL IMRÁN.
IMRÁN é o pai de Maria, o avô materno de Jesus Cristo.
E o décimonono capítulo (Surata) do Alcorão tem por título o nome da Virgem:
Surata de MARIAM .25 A Surata de Mariam contém o relato da concepção e da
gravidez de Maria, e o nascimento de Jesus, todos acontecimentos e fatos
miraculosos. Mas, afinal, quem foi Maria? 0 Sagrado Alcorão responde:
"A mulher de lmrán (pai de Maria) disse (a
Deus): "Senhor Meu, consagrarei a Ti, totalmente, o que tenho no ventre
(estava grávida). Aceita-o de mim, porque és Oniouvinte, Onisciente".
Quando deu à luz (Maria) ela disse: "Senhor meu, dei à luz uma
menina". Deus já o sabia. "E varão não é como virago, e dei-lhe o
nome de Maria, e ponho-a e sua descendência sob Tua Proteção para livrá-la do
maldito satanás". Deus aceitou-a e fê-la crescer magnificamente, e designou
Zacarias para tutelá-la. Sempre que Zacarias entrava no oratório, para vê-Ia,
encontrava-a provida de víveres (frutas não da temporada) e perguntava: Maria,
como o obtiveste? Ela dizia: É da parte de Deus, pois Deus provê, fartamente, a
quem Ele quizer."
Alcorão
3:35,36,37 26
Estes versículos resumem a história do nascimento
de Maria, a qual não é contada, assim, pela Bíblia.
IMRÁN, o pai de Maria, era sacerdote israelense,
em NAZARÉ, e descendia de DAVI e de RUTE, de cuja descendência, conforme a
PROFECIA, viria o Messias.
A mulher de IMRÁN, quando se viu grávida, e
pensando que daria à luz um menino, fez voto de doá-lo (consagrá-lo) ao TEMPLO,
porque somente homens serviam aos santuários.
A mãe de Maria prometeu a Deus o que lhe era mais
caro: o filho que trazia em suas entranhas. Prometeu-o totalmente a Deus.
Somente para Deus. Essa confidência para com Deus, por parte da mãe de Maria,
indica a confiança, a proximidade, a intimidade mesmo, que havia entre a
criatura... e 0 CRIADOR. Nenhum bem lhe parecia maior do que sua filha - Maria
estivesse na Potestade de Deus.
Mas IMRÁN, pai de Maria, falece antes do
nascimento da filha. A mãe dela levou-a para os guardiões do TEMPLO de
Jerusalém, para decidirem sobre o destino da menina que, por voto da mãe, fôra
consagrada ao serviço do templo.
Os guardiões do Templo de Jerusalém recorreram ao
sorteio, para ver quem ficaria com a guarda (tutela) de Maria. 0 contemplado
foi Zacarias, esposo da tia de Maria, Elizabete, irmã da mãe dela. Este fato é
relatado, assim, pelo Alcorão:
"Esses são fatos do (mundo) transcendental
que te revelamos (à Muhammad), pois não estavas presente quando eles sacerdotes
de Jerusalém), por sorteio, decidiram quem tutelará Maria, nem estavas presente
quando se desentenderam."
Alcorão
3:44 27
LEMBRETE: Maomé (Muhammad S.A.A.W.S. recebe
revelação de Deus a respeito de Maria - e de Jesus -, no meio de um povo que
rejeitava a Maomé e à sua religião. Se ele não fosse, verdadeiramente, Enviado
de Deus, não teria tornado público esses dizeres que não constavam em quaisquer
Escrituras Sagradas, anteriores ao Alcorão.
E Maria foi crescendo em Jerusalém, no Templo, e
foi recebendo a visita dos anjos que lhe anunciavam que Deus a exaltara e a
escolhera - dentre todas as mulheres - e a purificara. Isto é contado no
Alcorão:
"Os anjos disseram: 0 Maria,
Deus elegeu-te e purificou-te e elevou-te sobre as mulheres do mundo. Ó Maria,
consagra-te a Teu Senhor, inclina-te e prostra-te com os orantes."
Alcorão
3:42,43 23
A expressão "Purificou-te", aqui, refere-se
ao que, no futuro, irá cercar a conceição e a gravidez de Maria e o nascimento
de Jesus, de dúvidas e achaques que os judeus virão a lançar sobre Maria, a
Pura, a Imaculada!
Ainda "Purificou- te", que está no
versículo corânico, refere-se à não-menstruação de Maria, que jamais
menstruou-se.
Passado algum tempo, a mãe de Maria veio de Nazaré
a Jerusalém. Ao regressar, levou a filha para passar alguns dias com ela. Em
Nazaré, pediu Maria, em casamento, o José, filho de Jacó, um parente dela, e
descendente de Davi. Maria ficou triste com o noivado, pois sempre ouvira no
Templo de Jerusalém, que o Messias nasceria de uma virgem da genealogia de
Davi, e sonhava ser - como sonhavam as virgens de Israel - ela a mãe do
Messias.
0 noivado de Maria e José foi anunciado. Maria
voltou a Jerusalém, enquanto José permanecia em Nazaré, trabalhando para obter
o necessário, a fim de constituir o novo lar.
Em Jerusalém, no Templo, Maria orava a Deus, e
rezava fervorosamente. Numa certa noite, pareceu-lhe que havia alguém em seu
aposento. Assustada, ela com voz baixa e trêmula:
- Há alguém aqui?
Eis que uma voz suave responde, sem que alguém
fosse visto:
- Sou Enviado de Deus para você, Maria.
Maria fôra eleita por Deus para uma missão
fantástica.
Uma luz celestial invade o aposento de Maria, e os
anjos se fazem presentes diante dela, e um sentimento indescritível mexe com
seu peito, e toma conta de todo seu ser. 0 Alcorão Sagrado assim descreve esse
momento:
"E os anjos disseram: 0 Maria,
Deus anuncia a ti uma Palavra (verbo) d'Ele, cujo nome é o Messias, Jesus,
Filho de Maria, notável neste mundo e no mundo do além, e é dos íntimos de
Deus. E falará ao povo ao nascer, e quando velho será dos virtuosos. Disse
(Maria): Senhor meu, como poderei ter um filho se humano algum me tocou?
Disse-lhe (o anjo): Deus cria o que deseja, e quando Ele decide algo,
simplesmente diz-lhe: SÊ! E Será."
Alcorão
3:45,46,47
Sobre Maria, interessa-nos da vida dela o que está
ligado a Jesus, o tema central deste livro. Então ficamos sabendo, graças ao
Alcorão Sagrado, que Maria descendia de uma família religiosa, e o pai dela era
sacerdote no Templo de Nazaré, cuja ascendência genealógica remonta ao Profeta
(e rei) DAVI. E Maria já estava destinada em voto pela mãe dela, para servir o
Templo. Mas estava destinada por Deus, para uma missão muitíssimo maior, e para
um feito singular:
Ser a mãe VIRGEM de Jesus, 0 Cristo!
JESUS
CRISTO
0 Alcorão Sagrado é Livro Divino, e o muçulmano
que duvidar disto, deixa de ser muçulmano. Este Alcorão contém um capítulo
(Surata) intitulado: Maria, onde está registrado como aconteceu a CONCEIÇÃO da
Virgem, sua gravidez e o nascimento de Jesus.
Eis a tradução do texto do Alcorão:
"E menciona, no Livro (Alcorão), Maria,
quando afastou-se de sua família para um lugar ao leste. E Nós (Deus) enviamos a ela um
espírito Nosso apresentando-se a ela na forma perfeita de um humano. Maria
disse a ele: "Peço a Deus, 0 Clemente, que me livre de ti. Espero que
sejas piedoso". Disse-lhe o anjo): "Sou enviado do Teu Senhor (Deus)
para agraciar-te um menino santo". Disse Maria: "Como poderei ter um
menino, se humano algum jamais me tocou, e nunca fui impura?" Disse (o
anjo) à Maria: "Assim será, disse Teu Senhor, porque Me é fácil, e faremos
dele (de Jesus) um Sinal para a humanidade e Uma Graça Divina". E a
questão consumou-se. (Maria) Concebeu-o e retirou-se para um lugar distante. As
dores do parto levaram-na até o tronco de uma tamareira. Disse (Maria): Prefiro
ter morrido antes disto, e caído no esquecimento total. E, eis que uma voz,
vinda de baixo, chamou-a: Não fiques triste, porque Teu Senhor (Deus) fez
correr um riacho a teus pés. Sacode o tronco da tamareira, e cairão para ti
frutos maduros e frescos. Come e bebe e acalma-te. E quando encontrardes alguma
pessoa, dize: "Fiz um voto de silêncio ao Clemente (Deus), e hoje não
conversarei com ninguém." E voltou à sua gente carregando-o (ao filho).
Disseram a ela: "ó Maria, tu cometeste um ato imoral. ó irmã de Aarão, teu
-pai não era um homem mau, nem tua mãe uma prevaricadora". Maria, então,
apontou para o menino. Eles (perplexos) indagaram: "Como falarmos com um
recém-nascido?" Ele (o bebê Jesus) falou-lhes: "Eu sou um servo de
Deus, deu-me o Livro, e me fez Profeta. E fez me abençoado onde eu estiver, e
recomendou-me orar e fazer caridade enquanto eu estiver vivo. E ser sempre bom
filho para minha mãe, e jamais me tornar malfeitor, déspota. E (Deus) me deu
paz no dia que nasci, no dia quando morrer, e no dia que eu for
ressuscitado". Assim é (a história) Jesus, Filho de Maria, o relato
verdadeiro no qual ainda divergem (e duvidam). Não é cabível que Deus tenha um
filho (próprio), Glorificado seja! Se (Deus) quizer algo, basta-lhe dizer:
"SÊ" para acontecer. Deus é Meu Senhor e Vosso Senhor. Adorai-0. Eis
a senda reta."
Alcorão
20: 19 a 36 3
Nestes dezoito (18) versículos da Surata de MARIAM
(Maria), Deus conta toda a história de Jesus. Uma história de relato suscinto,
porém extraordinariamente rica! Significativa! Convincente! Completa! Cabal!
Nós vamos agora tentar, a nosso modo - e dentro da
nossa capacidade e imaginação -, analisá-la e símplificá-la, sem, contudo,
alterar-lhe nenhum detalhe, ou modificar-lhe qualquer aspecto.
Se nós excluirmos o fato da criação do primeiro
homem, e sua modelação na sua forma atual, iremos constatar que o fenômeno do
nascimento de Jesus, Filho de Maria, é - talvez -, o mais extraordinário que a
humanidade conheceu, em toda sua história. É, portanto, um acontecimento
SINGULAR, INIGUALÁVEL, IRREPETIDO!
A humanidade, na realidade, não testemunhou a sua
própria criação. 0 fato mais milagroso e gigantesco de sua existência, ou seja:
a criação do primeiro homem, ADÃO, sem pai e sem mãe.
Quis, porém, a Providência Divina, mostrar-nos o
segundo fato, milagrosamente gigantesco: o nascimento de Jesus sem genitor (pai
físico) para ser testemunhado pela humanidade, e para perpetuar-se no registro
da vida dos homens como acontecimento ímpar e INIGUALÁVEL, e servir de PROVA
para todas as gerações.
Uma jovem, virgem e santa, de quem jamais alguém
soube, senão: a pureza, a castidade e a pudicícia, e de cuja família nada se
sabe, exceto: a bondade e a virtuosidade - desde a antigüidade -, uma jovem
nascida - praticamente - no Templo, em Nazaré, e criada no Templo, em
Jerusalém. Essa jovem se isola, por alguma razão pessoal, e na sua solidão,
certa ela de que está só... surpreende-se de modo violentíssimo! Um homem...
sim, um homem, não se sabe de onde, nem como, veio até o aposento dela, um
quarto fechado, isolado e chaveado, no andar superior do Templo mais sagrado e
mais bem guardado e protegido... o Santuário de Jerusalém!
A jovem recorre a Deus. Pede Seu Socorro. Pede que
a livre daquele estranho, estranhíssimo!
E o anjo anuncia à jovem, que veio para
presenteá-la com um filho virtuoso! "Como poderei ter um filho, se jamais
me tocou homem algum? Jamais pensei em imoralidade."
Diz-lhe o anjo:
"Sou mensageiro do Teu Senhor. E Teu Senhor
disse que isto (dar-te um filho sem relacionar-te com homem), é facílimo para
Ele (Deus) quem diz: "Faremos dele (do menino) um Sinal para a humanidade
e Uma Graça Divina."
Assim encerrou-se o diálogo entre o "Espírito
Santo" e a Virgem Maria!
A seqüência da Surata Corânica não especifica COMO
Maria ficou grávida de Jesus, nem por quantos meses.
Mas... eis que Maria começa a sentir as dores
físicas (juntamente) com as dores psicológicas, decorrentes do ultraje que terá
de enfrentar diante de sua gente. Terá que enfrentar tudo... e todos: sozinha,
absolutamente só!
Maria concebeu Jesus com sopro Divino! Assim o diz o Sagrado Alcorão:
. Maria, filha de lmrán, era pura (casta), Nós (Deus) sopramos nela de
Nosso Espírito..."
Alcorão 66:12 32
Então, claro está que Deus infundiu em Maria um alento de Seu Espírito.
Maria tinha certeza de que concebera 0 MESSIAS. Sua gravidez foi se
acentuando. Os cochichos começaram. Tornaram-se comentários. Chegaram até
Nazaré! José, o noivo de Maria, ficou deprimido, arrasado. Os outros, dele
debochavam. Ficou muito triste. Porém, não acreditou que Maria pudesse cometer
deslizes. Ele sabia que ela era muito religiosa, piedosa, pura e honesta.
Resolveu, José, viajar de Nazaré a Jerusalém. Ao chegar e se encontrar com
Maria, perguntou-lhe:
- Há alguma planta que brota sem semente?
- Sim, respondeu-lhe Maria.
- As árvores nascem sem a água da chuva? Perguntou José.
- Sim, respondeu-lhe Maria.
Então, José foi direto:
- Pode haver gravidez sem a participação do macho?
Maria disse a ele:
- Sim. Não sabes, José, de que Deus quando criou a primeira planta, criou-a
sem semente alguma? Não sabes que a primeira árvore que Deus fez brotar, brotou
sem chuva? Dirias tu, que Deus não pôde criar árvores sem recorrer à água?
José respondeu:
- Eu não digo semelhante coisa. Digo, sim: que Deus tudo pode. Ele é o
TODO-PODEROSO.
Voltou Maria a dizer-lhe:
- Tu não sabes de que Deus criou ADÃO e EVA sem macho nem fêmea?
- Sei, claro que sei. - Respondeu José.
Então, Maria revelou a ele:
- José, Deus me anunciou que terei o MESSIAS.
"Os anjos disseram: Ó Maria, Deus anuncia a ti uma Palavra (verbo)
d'Ele, cujo nome é o Messias.
Alcorão 3:45 33
José, que era, um homem de muita fé, acreditava
que Deus enviará o
Messias aos judeus. Um Messias da descendência de
Davi, e que terá por mãe UMA VIRGEM, e Maria descende de Davi. José
compreendeu! Quando foi dormir, recebeu a visita de um anjo que lhe anunciou:
- "José, o que Maria tem no ventre é de Deus.
E Deus te escolheu para zelar por Seu Apóstolo. José, - prosseguiu o anjo - os
sacerdotes pretendem julgar Maria por estar grávida sem ser casada, e a Lei de
Moisés estabelece a pena de apedrejamento para a mulher que se engravída sem
estar casada. José, - aconselhou o anjo - leva Maria daqui e já".
No silêncio da noite, José e Maria deixaram
Jerusalém. Ao atingirem o caminho que leva a BELÉM, naquela noite muito fria,
Maria começa a sentir as contrações do parto. Somente havia ela e José, e mais
ninguém!
José, inexperiente e envergonhado, nada podia
fazer para ajudar Maria.
Ela, surpreendida pelas dores do parto,
encostou-se a uma tamareira, enquanto José permanecia distante. Passou pela
cabeça de Maria uma idéia: que dirão dela, seus parentes, em Nazaré? Uma
tristeza enorme apossou-se dela, e pensou: "Antes tivesse morrido, e caído
no esquecimento."
E o menino nasceu!
Eis que a noite fria transforma-se numa noite
esplendorosa, como as noites de primavera! E veio dos céus UMA LUZ fantástica
iluminando todo o lugar! Luz tão forte que acordou os pastores que, naquela
hora, dormiam!
Ao tocar o chão, o menino recém-nascido, Jesus, 0
Messias, chamou a mãe e disse-lhe:
"Eis que uma voz vinda de baixo, chamou-a:
Não fiques triste, porque Teu Senhor fez correr um riacho a teus pés. Sacode o
tronco da tamareira, e cairão para ti frutos frescos e maduros. Come e bebe e
acalma-te. Quando encontrares alguma pessoa, dize: fiz um voto de silêncio ao
Clemente (Deus), e hoje não conversarei com ninguém."
Alcorão
19:24,25,26 34
Santo Deus! Um menino que acaba de nascer, chama
pela mãe! Fala com a mãe, para acalmá-la, e tranqüilizar o seu coração, naquele
momento duplamente difícil e doloroso para ela! Conversa com a mãe para ligá-la
a Seu Deus, 0 Clemente, e ainda explica para a mãe como beber e alimentar-se,
além de indicar-lhe como apresentar a defesa dela, o álibi!
Imaginemos o espanto e a
perplexidade da sociedade nazarena, especialmente os familiares de Maria, ao
verem a filha deles, aquela menina pura, virgem e solteira, que fôra consagrada
ao Templo, que vivia permanentemente orando, e apenas se dedicava à adoração de
Deus... volta agora. . Carregando um bebê seu! Indignados... revoltados, gritam
com ela:
- Teu pai não era dissoluto, nem tua mãe imoral!
Maria mantém-se calada! Nada diz. Eles insistem.
Maria aponta para o bebê! Indica-lhes; para indagarem do recém-nascido sobre
esse mistério. Eles, mais revoltados ainda, pois entendem que Maria está
zombando deles, lhe dizem:
"Como falarmos com um recém-nascido?"
Alcorão
19:29
Céus! Eis que outro milagre acontece! 0 bebê fala!
0 bebê dirige-lhes a palavra! E declara, como primeiro item, de que é um servo
de Deus. Ele não se diz "FILHO DE DEUS", nem se diz "DEUS",
ou "parte de Deus". Diz, sim, que Deus o fez PROFETA. E abençoou-o. E
recomendou-lhe a prática permanente da oração e da caridade (ZAKAT), e
ordenou-o tratar sempre, e sempre, com respeito e amor a mãe dele, Maria. E com
humildade tratar à sua gente.
IMPORTANTE: 0 Sagrado Alcorão, Palavra Autêntica
de Deus e não de humanos, nos diz que Jesus falou, por duas vezes, no primeiro
dia (ou primeiros dias) do seu nascimento. Este relato milagroso não consta em
nenhuma outra Escritura Sagrada, nem mesmo no NOVO TESTAMENTO, senão. no
Alcorão.
Prosseguindo o recém-nascido, Jesus bebê, diz à
gente de Nazaré que terá, ele, uma vida limitada, com duração pré-estabelecida
por Deus. E ele morrerá! E será ressuscitado. E Deus abençoou-o, com paz e
segurança, no dia de seu nascimento, no dia de seu passamento. e no dia em que
será ressuscitado:
"Ele (o bebê Jesus) falou-lhes: Eu sou um
servo de Deus, deu-me o Livro (Evangelho) e me fez Profeta. E fez-me abençoado
onde eu estiver, e recomendou-me orar e fazer caridade (ZAKAT) enquanto eu
estiver vivo. E ser sempre bom filho para minha mãe, e jamais me tornar
malfeitor, déspota. E (Deus) me deu paz no dia que nasci, no dia quando eu
morrer, e no dia que for ressuscitado."
Alcorão
19:30,31,32,33 35
0 texto corânico, aqui, é claríssimo quanto à
morte de Jesus e sua ressurreição, e repete-se em muitas outras passagens do
Alcorão Sagrado. Não cabendo, pois, discussões, dúvidas ou quaisquer
interpretações em contrário. Assim é Jesus, Filho de Maria, no contexto
corânico, tocante a ele e à sua existência.
Filhos... têm-nos os mortais, para se perpetuarem!
Têm-nos os fracos, para apoiarem-se! Mas Deus é ETERNO, PERPÉTUO, e jamais
desaparecerá. Deus é TODO-PODEROSO, não precisa de auxílio! Diz o Alcorão:
"Assim é (a história) de Jesus, Filho de
Maria, o relato verdadeiro no qual ainda divergem. Não é cabível que Deus tenha
um filho (próprio). Glorificado seja! Se (Deus) quisesse algo baste-lhe dizer
"SÊ", para acontecer."
Alcorão
19:34,35, 36
JESUS: PREGADOR RELIGIOSO
Depois de lançarmos uma rápida olhada sobre o
nascimento de Jesus, conforme está sintetizado no Sagrado Alcorão, passamos a
analisar o modo como ele é enfocado, no tocante a seu aspecto principal: Jesus
pregador religioso. Diz Deus no Alcorão:
"E Deus ensinará a ele (Jesus)
o Livro e a sabedoria e a Torá e o Evangelho. E (o enviará) Apóstolo
aos filhos de Israel (para dizer-lhes): Trago-vos um milagre de Vosso
Senhor. Plasmarei do barro uma figura de ave, e quando eu nela soprar, será ave
verdadeira (viva) pela ordem de Deus. Ainda curarei o cego e o leproso. E
ressuscitarei os mortos com a permissão de Deus. E profetizarei sobre o que
consumís e guardais em vossas casas. Nisso tudo há sinais para vós se sois
crentes (se tendes fé). E confirmo (o conteúdo) da Torá, e
liberarei para vós parte do que vos foi vedado. Eu vim da parte de Vosso Senhor
com um sinal, remei a Deus, pois, e obedecei-me. Deus é Meu Senhor e é Vosso
Senhor, adorai-O! Porque esta é a senda reta." 1
Alcorão
3:48,49,50,5137
Nós já dissemos que a segunda mais extensa das
Suratas do Alcorão, a de AL IMRÁN, tem por título o nome do pai da Virgem
Maria, e a Surata é intitulada: MARIAM, ou seja: Maria, o nome da mãe de Jesus,
acrescentamos que a 5a Surata do Alcorão, em árabe: AL MAIDAH, ou seja: a mesa
servida, refere-se ao milagre de Jesus na ocasião da multiplicação dos pães,
relatada nos evangelhos. Pois bem, nessa Surata do Alcorão, Deus diz
---No dia em que Deus convocará Seus Apóstolos (Profetas),
e lhes perguntará: Como fostes recebidos? Dirão: Nós não sabemos, mas VÓS é
Onisciente. Então Deus dirá: 0 Jesus, Filho de Maria, lembra-te da Minha Graça
sobre ti e sobre tua mãe. te fortaleci com o Espírito Santo, te ensejei falar
às gentes tanto quando ainda eras bebê. como na tua velhice, e ensinei-te o
Livro (ou a escrita) e a sabedoria e a Torá e o Evangelho.
De quando com minha permissão modelaste - de barro - uma forma de ave, e
sopraste nela, transformou-se uma ave com vida, com minha ajuda. E curaste o
cego e o leproso com minha permissão. E ressuscitaste os mortos com minha
permissão. E te protegi dos filhos de Israel, quando apresentaste aos mesmos os
SINAIS, e os incrédulos dentre eles disseram que aquilo que realizaste era pura
magia. Ainda (Deus) disse aos discípulos: Crede em MIM e em Meu Enviado (Jesus).
E os discípulos disseram: Nós cremos. Testemunha pois (o Deus) que
somos muçulmanos.
Alcorão
5:109,1 10,11138
Esta seqüência de versículos corânicos, primeiro.
da Surata AL IMRÁN (3:48, 49,50,51), e depois da Surata AL MÁIDAH
(5109,110,111), nos definem, amplamente, aquilo que o Sagrado Alcorão confere a
Jesus Cristo, de caráter religioso.
1o- Deus ensinou a Jesus o Livro (ou
ler e escrever).
2o- Deus ensinou a Jesus a Sabedoria
3o- Deus ensinou a Jesus a Torá e o
Evangelho.
4o- Deus enviou Jesus como Apóstolo
para os filhos de Israel.
5o- Deus propiciou a Jesus a realização
de milagres, com a ajuda de Deus, tais como. alentar formas de aves, curar
enfermos da cegueira e da lepra, etc ressuscitar mortos, e adivinhar o que os
filhos de Israel armazenavam - e comiam -- em suas moradias,
6o- Deus reunirá todos os
Profetas-Apóstolos para saber deles como desempenharam suas missões, inclusive
Deus perguntará - especialmente a Jesus Cristo, depois de enumerar Suas Graças
a ele e à mãe dele: Maria.
7o- Deus fortaleceu Jesus com o
Espírito Santo
8o- Deus ensejou a Jesus falar às
gentes - milagrosamente – quando nasceu, e quando idoso, 92 - Deus permitiu a
Jesus realizar SINAIS miraculosos. Os discípulos de Jesus invocaram o
testemunho de Deus de que acreditaram em Jesus e que eram fiéis a Deus
(muçulmanos).
Estes dez pontos constantes do Sagrado Alcorão, e
que qualificam a missão apostólica de Jesus Cristo e a natureza de sua pregação
religiosa e as circunstâncias que marcaram suas atividades... Estes pontos
fazem parte integrante da fé dos muçulmanos.
Como o nosso objetivo, neste livro, é demonstrar
os pontos comuns, as convergências entre o Islamismo e o Cristianismo, a partir
das bases Sagradas de ambos, vamos verificar se os pontos constantes no Alcorão
Sagrado coincidem com o NOVO TESTAMENTO, parte integrante da Bíblia Sagrada, na
qual acreditam os cristãos.
12 - 0 Alcorão diz que Deus ensinou a Jesus a
escrita.
João 7:14 -Os judeus diziam de Jesus: Como sabe
este letras, sem ter estudado ?
0 Evangelho segundo São João 7:14
22 - 0 Alcorão diz que Deus ensinou a Sabedoria a
Jesus.
João 7:15 ---Respondeu-lhes Jesus: o meu ensino
não é meu, e, sim, daquele que me enviou.
0 Evangelho, segundo São João, 7:15
João 8:28---Nadafaço por mim mesmo, mas falo como
o Pai me ensinou.-
32 - 0 Alcorão diz que Deus ensinou a Jesus a Torá
e o Evangelho.
Mateus 5:17---Nãopenseis que vim revogar a lei (da
Torá) ou os profetas: não vim para revogar, vim para cumprir.-
0 Evangelho, segundo São Mateus 5:17
42 -0 Alcorão diz que Deus enviou Jesus como
Mensageiro para os filhos de Israel. Que diz a Bíblia?
A - Jesus diz em Mateus 15:24
---Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da
Casa de Israel.-
0 Evangelho, segundo São Mateus 15:24
B - Em Mateus 10:6, Jesus orienta seus discípulos:
---... procurai as ovelhas perdidas da Casa de
Israel---.
C - Nos atos dos apóstolos 11: 19 ---... não anunciando
a ninguém a palavra, senão somente aos judeus.
5o- - 0 Alcorão confirma que Deus
propiciou a Jesus operar vários milagres, ressaltando que os operava com a
permissão (ajuda) de Deus. Que diz a Bíblia Sagrada sobre isto?
A - 0 próprio Jesus diz, conforme o evangelho de
São João 5:30
---Eu nada posso fazer de mim mesmo... não procuro
a minha própria vontade, e, sim, a daquele que me enviou.
B - E Jesus diz, em Mateus 12:28
'... Eu expulso os demônios, pelo Espírito de
Deus.
C - E Jesus diz, em Lucas 11:20
---Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de
Deus.
Depois de comprovarmos, com textos do NOVO
TESTAMENTO, que Jesus sempre atribuiu a Deus os milagres por ele realizados,
vamos comprovar, do mesmo modo, alguns milagres especificados:
A - 0 Alcorão diz que Jesus fazia viver aves de
barro.
Este milagre realizado por Jesus, não consta no
NOVO TESTAMENTO por um motivo importantíssimo: os quatro evangelhos registram
APENAS os fatos havidos posteriormente a esse feito milagroso de Jesus. Mais
adiante, abordaremos, especificamente a questão: Evangelho.
B - 0 Alcorão diz que Jesus curou cegos. E a
Bíblia?
No Evangelho, segundo São Mateus, 20:34 ---Condoído,
Jesus tocou-lhes os olhos e imediatamente recuperaram a vista.
No Evangelho, segundo São Marcos, 10:52 -Jesus
diz ao cego mendigo, Bartimeu: vai, a tua fé te salvou. E imediatamente tornou a ver.--C - 0
Alcorão Sagrado assinala que Jesus, com a ajuda de Deus, ressuscitou mortos.
Que diz a Bíblia Sagrada?
No Evangelho, segundo São João 11:43-44 ---E,
tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, vem para fora. E o defunto
saiu, tendo as mãos e os pés ligados, e o seu rosto envolto num lenço
Disse-lhes Jesus: Desligai-o, e deixai-o ir.-"
IMPORTANTE: Não apenas Jesus dissera
que fazia os milagres com a ajuda de Deus, mas os apóstolos (dele) também
acreditavam que Deus permitiu a Jesus a operação de milagres:
-Varões israelitas, atendei a estas palavras.-
Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós, com milagres,
prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre
vós.
Atos
dos apóstolos 2:22
7o- 0 Alcorão diz que Deus fortaleceu
Jesus Cristo com o Espírito Santo. Que diz a Bíblia a este respeito?
No Evangelho, segundo São Lucas 4:1 -Jesus,
cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e foi guiado pelo mesmo Espírito
Santo, no deserto.-
IMPORTANTE: Temos uma visão
interessante sobre a figura - e o termo ESPíRITO SANTO constante do NOVO
TESTAMENTO. Iremos detalhá-la mais adiante.
8o- 0 Alcorão diz que Jesus falou ao
nascer, para inocentar a mãe dele. Este milagre propiciado por Deus a Jesus,
não consta da Bíblia Sagrada dos cristãos, a exemplo do milagre de vivificar as
aves, realizado por Jesus. São, portanto, dois portentosos feitos de Jesus que
somente o Alcorão documenta!
Nesta questão de Jesus falar às gentes, há um
detalhe que chama a atenção: o Alcorão diz que Deus ensejou a Jesus falar às
gentes "Quando no berço, e na velhice". Historicamente, diz-se que
Jesus viveu 33 anos. Que diz a Bíblia sobre isto?
A - No Evangelho de São Lucas 3:23
---Tinha Jesus cerca de trinta anos ao começar o
seu ministério.
B - Já no Evangelho de São João 8:57, disseram a
Jesus:
---Ainda não tens cinqüenta anos, e viste a
Abraão?-
Observa-se que entre 33 e 50 anos, há uma grande
diferença de anos!
9o- 0 Alcorão diz que Deus permitiu a
Jesus a realização de SINAIS miraculosos -além dos milagres já enfocados -,
como a vinda de alimentos dos céus, fato que o Novo Testamento denominado como
"multiplicação dos pães". Ainda a Bíblia registra vários outros
sinais realizados por Jesus, como caminhar sobre as águas, por exemplo.
Diz o Alcorão Sagrado (Palavra de Deus) no
capítulo 19:30,31,32,33:
"Ele (o bebê Jesus) falou: Eu sou um servo
de Deus, deu-me o Livro, e me fez Profeta. E fez-me abençoado onde eu estiver,
e recomendou-me orar e fazer caridade enquanto estiver vivo. E ser sempre bom
filho para minha mãe, e jamais me tomar malfeitor, déspota. E (Deus) me
deu paz no dia que nasci, no dia em que eu morrer, e no dia que for
ressuscitado."
Alcorão
19:30,31,32,3339
Portanto, várias qualificações estão no Alcorão
sobre Jesus Cristo. Vamos comparar o que diz o Alcorão com o que diz a Bíblia.
1o- Jesus, no Alcorão, é qualificado
como SERVO DE DEUS, e na Bíblia Sagrada?
Vamos transcrever 4 passagens:
A - No Evangelho de São Mateus 12:18
---Eis aqui o meu servo, que escolhi o meu amado.
B - No evangelho de São Marcos 10:45
---Pois o próprio Filho do homem não veio para ser
servido, mas para servir. . .--
C - Pedro disse aos israelitas; em ATOS DOS
APóSTOLOS 3:13
---0 Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó...
Glorificou a seu servo Jesus. . .--
D - Os discípulos de Jesus disseram em Atos 4:27
---... o teu Santo servo Jesus.
22 - 0 Alcorão diz que Deus deu um Livro a Jesus.
Que diz sobre isto a Bíblia Sagrada?
A - Marcos 1:14
---Depois de João ter sido preso, foi Jesus
para a Galiléia, pregando o Evangelho de Deus.
B - Romanos 1:1
, 'Separado para o evangelho de Deus.
C - Apocalipse 14:6
"Tendo um evangelho eterno para pregar.
3o- 0 Alcorão Sagrado diz que Jesus foi
feito Profeta pela vontade de Deus. Diria, a Bíblia Sagrada, o mesmo? Vejamos:
A - No Evangelho de São Marcos 6:15
---Outros diziam: é Elias; ainda outros: É profeta
como um dos profetas.-
B - No Evangelho de São Lucas 7:16
---Todos ficaram possuídos de temor, e
glorificaram a Deus dizendo: Grande Profeta se levantou entre nós. . .-
C - Dois dos discípulos de Jesus dizem, conforme o
Evangelho de São Lucas 24:19 e explicaram o que aconteceu a Jesus, o Nazareno,
que era varão profeta.
D - A mulher samaritana também o diz, conforme o
Evangelho de São João 4:19
---Senhor, disse-lhe a mulher: Vejo que tu és
profeta.
E - 0 próprio Jesus se diz profeta. Isto está nos
evangelhos de São Mateus, São Lucas e São João.
São Lucas 4:24
---E prosseguiu: De fato vos afirmo que nenhum
profeta é bem recebido na sua própria terra.
São Mateus 13:57
... Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem
honra senão na sua terra e na sua casa.-
São João 5:46
---Porque se de fato crêsseis em Moisés, também
creríeis em mim. Aqui , Jesus compara a si próprio com Moisés, que foi
profeta.
42 -0 Alcorão diz que Deus abençoou Jesus para
sempre. E a Bíblia, que diz?
No Evangelho de São Mateus 21:9
-Bendito aquele que vem em nome do Senhor.
Por isto, soa estranha... estranhíssima uma
passagem do NOVO TESTAMENTO, mais precisamente na epístola de Paulo aos Gálatas
3:13 -Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em
nosso lugar, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em
madeira. -Para nós, muçulmanos, é inaceitável dizer que Jesus é
maldição, ou estaria ele incluído na maldição de todos que forem pendurados em
madeiro!
D E U S
Toda concepção religiosa. toda crença, toda fé,
toda doutrina, toda religião, enfim, começa a partir de Deus. Não acreditar em
Deus, significa não religiosidade.
Partindo deste raciocínio, vamos saber como Deus é
concebido pelas três religiões: a Muçulmana, a Judaica e a Cristã. Isto se
acreditarmos que o VELHO TESTAMENTO expressa os postulados judaicos, e o NOVO
TESTAMENTO expressa os postulados cristãos, e o Alcorão expressa os postulados
islâmicos. E é pesquisando estas Escrituras Sagradas que chegaremos ao entendimento
de judeus, cristãos e muçulmanos a respeito de Deus.
12 - Nossa norma será citar, por primeiro, o
conceito corânico sobre Deus (e Seus Atributos), em segundo lugar, o conceito
do Velho Testamento, e em terceiro lugar, o conceito do Novo Testamento.
0 Alcorão Sagrado, por ser a Palavra de Deus, dá -
somente em três vocábulos - a mais ampla definição de Deus:
"Nada
é igual a Ele (Deus). .
Alcorão
42:11 41
Em árabe: "LAIÇA CAMIÇLIHí CHAIF Em outras
palavras: "Nada do que existe nos cosmos, nada do que conhecemos, nada do
que todos os seres são, ou possam saber, pode ser comparado a Deus."
Se nada - nem ninguém - se iguala (ou se compara)
a Deus, então concluímos que Deus, além de ser 0 CRIADOR de tudo, é: ETERNO
(imortal), IMATERIAL (incorpóreo), Invisível, IMUTÁVEL, INFALÍVEL, ONIVIDENTE,
ONISCIENTE, ONIPOTENTE, ONIOUVINTE, TODO-PODEROSO, etc...
Para completar o conceito islâmico sobre Deus,
trazemos este versículo corânico:
"A visão não 0 alcança, mas Ele (Deus)
alcança a visão (tudo vê). Ele (Deus) é Invisível, Onisciente."
Alcorão
6:103 42
22 - Agora, vamos ao Velho Testamento, parte
integrante da Bíblia Sagrada, que encerra as crenças judaicas:
A - No Livro de DEUTERONÔMIO 4:12
---Então o Senhor vos falou do meio do fogo, a voz das palavras ouvistes,
porém, além da voz, não vistes aparência nenhuma Conclusão: Deus é
Invisível, por ser incorpáreo
13 - No Livro de PROVÉRBIOS 15:3
-Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons. --
Conclusão: Deus é Onividente, Onipresente.
C - No Livro de 11 CRÔNICAS 16:9
---Porque , quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a term.
D - No Livro de MALAQUIAS 3:6, Deus é quem diz:
---Porque eu, 0 Senhor, Pião mudo. Conclusão: Deus é ETERNO,
IMUTÁVEL.
E - No Livro de números 23:19
---Deus não é homem, para que minta, nem filho do homem, para que se
arrependa.-- Conclusão: Deus não é de natureza humana, não mente (é
Infalível), e não se arrepende (é ONISCIENTE).
3o- NO NOVO TESTAMENTO:
A - No Evangelho de São João 1: 18
-Ninguém jamais viu a Deus. Também na 1a- Epístola de João
4:12 Conclusão: Deus é INVISÍVEL, portanto: Incorpóreo.
B - No Evangelho de São João 5:37, Jesus diz:
---0 Pai que me enviou, esse mesmo é que tem dado testemunho de mim. Jamais
tendes ouvido a sua voz, nem visto a sua forma.-- Conclusões:
Deus é IMATERIAL, INCORPóREO. E Jesus foi ENVIADO por Deus.
C - No Evangelho de São João 4:24, Jesus diz:
-Deus é espírito, e importa que seus adoradores 0 adorem em espirito e em
verdade.--
Conclusões: Deus não é MATÉRIA, e a Ele deve-se
ADORAR.
D - Em 1 Timóteo 6:16
---0único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem
homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. Conclusões: unicamente Deus é IMORTAL, INACESSÍVEL.
E - Em 1 Timóteo 1: 17
-Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória...
Conclusão: repetem-se os Atributos de Deus:
ETERNO, IMORTAL, INVISíVEL, além de um dado novo: Deus único!
Recapitulando os textos bíblicos: do VELHO
TESTAMENTO e do NOVO TESTAMENTO, que os cristãos têm como PALAVRA de Deus,
encontramos os seguintes conceitos - e definições - sobre Deus: INCORPóREO,
IMUTÁVEL, INFALÍVEL, INVISÍVEL, ETERNO, IMORTAL, ONISCIENTE, ONIVIDENTE,
ONIOUVINTE, ONIPRESENTE, ONIPOTENTE, INACESSíVEL, IMATERIALIZADO,
TODO-PODEROSO, CRIADOR DE TUDO, etc. 43
Haveria humano algum - ou outrem - com semelhantes
atributos e qualificações?
A UNICIDADE DE DEUS
Na Religião Muçulmana, o ponto mais importante, o
primeiro pilar, a base firme e insubstituível é: A UNICIDADE DE DEUS.
Não há outro adorável... senão Deus!
LÁ ILÁHA ILLAL LÁH.
0 Alcorão Sagrado, o Livro do Islamismo, atesta,
em muitos versículos, que Deus é UM, único!
"Deus é o único adorável, é o Senhor sempre
VIVO, sempre Presente (Onipresente).
Alcorão
2:255 44
"Na verdade, Deus é UNO (único
adorável). Glorificado seja. . ."
Alcorão
4:1714,5
Mais do que isso: o Alcorão Sagrado afirma que
todos os Profetas - Enviados por Deus, pregaram a UNICIADE de Deus:
"A todos os Apóstolos (que
Deus enviou) antes de ti (Ó Muhammad) revelamos: não há outro deus
senão Ele (Deus), adorai-me , pois."
Alcorão
21:5 46
Desnecessário nós nos estendermos mais quanto à
ênfase que o islamismo confere à fé em Deus único e UNO, pois é sobejamente
conhecida. Basta dizermos que o Alcorão Sagrado diz que a condição primeira,
prioritária e eliminatória, para a salvação do gênero humano, é EXATAMENTE, a
fé num Deus único e Uno:
"Deus não perdoa (jamais)
que se adorem outros junto a Ele, e perdoa todo o mais aquém disso, para
quem Ele quizer. .."
Alcorão
4:48 47
Por ser este ponto controverso, especialmente
entre cristãos e muçulmanos, pesquisamos na Bíblia Sagrada, o Livro seguido
pelos cristãos, sobre a UNIDADE e a UNICIDADE de Deus. Eis o que encontramos:
A - NO VELHO TESTAMENTO:
1o- No Livro de DEUTERONÔMIO 4:35
---A ti foi mostrado
para que soubesses que 0 SENHOR é Deus, nenhum outro há senão Ele. . .
2o- - No Livro de DEUTERONÔMIO 4:39
-Por isso hoje saberás, e refletirás no teu
coração, que só o Senhor é Deus em cima no céu, e em baixo na terra, nenhum
outro há.' 48
3o- - No Livro de DEUTERONÔMIO 6:4
-Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único
Senhor.
4o- - lsaías 44:6
-Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor,
0 Senhor dos exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e além de mim não
há Deus.- 49
5o- - lsaías 45:5
-Eu sou o Senhor, e não há outro, além de mim não
há Deus.
6o- - Isaías 46:9
-Lembrai-vos das cousas passadas da antigüidade;
que eu sou Deus e tão há outro, eu sou Deus e não há outro semelhante a Mim .,,
50
Portanto, provado está, cabal e i insofismavelmente,
que a Bíblia Sagrada dos cristãos (VELHO TESTAMENTO) coincide totalmente com o
Alcorão Sagrado dos muçulmanos que prega a existência - e a adoração - de um só
Deus, único e Uno!
NO NOVO TESTAMENTO:
1o- No Evangelho, segundo São Mateus, 23:9
(Jesus diz às multidões):
---A ninguém sobre a terra chameis vosso pai;
porque só um é vosso pai, aquele que está no céu. -
2o- - No Evangelho, segundo São Marcos,
trava-se um diálogo entre Jesus e um escriba, cap. 12:28,29,30,31,32
"Qual o primeiro de todos os mandamentos?
Respondeu jesus : 0 principal é: ---"Ouve ó Israel, o Senhor nosso Deus é
o único Senhor. Não há outro mandamento maior do que este , Disse-lhe o
escriba: ---Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que Ele é o único, e não
há outro senão Ele.
3o- - 1 Timóteo 1:17
"Assim ao Rei eterno, imortal, invisível,
Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém.
4o- - Judas 1:25
---Ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus
Cristo... antes de todas as eras.
5o- - Romanos 3:30
---Visto que Deus é um só.
6o- - 1 Coríntios 8:6
'Para nós há um só Deus, o Pai. -
7o- - Gálatas 3:20
mas, Deus é um.-
8o- - Efésios 4:6
---Um só Deus, e Pai de todos.
Limitamo-nos a transcrever estas oito passagens do
NOVO TESTAMENTO, pois há muitas outras, tanto no NOVO como no VELHO TESTAMENTO,
as quais comprovam que a Bíblia Sagrada dos cristãos anuncia, apresenta e prega
UM DEUS CÍNICO, exatamente igual ao que prega o Sagrado Alcorão dos muçulmanos.
41. Surata de AL CHÚRA.
42. Surata de AL AN'ÁM.
43 Conceitos iguais aos dos espíritas, seguidores
de ALLAN KARDEC.
44. Surata de AL BACARAH
45. Surata de AL NIÇÁE Outras passagens corânicas
sobre a unicidade de Deus 3:64,79 / 4 116,125 / 21:25,
46. Surata dos Profetas, 47 Surata de AL NIÇÁE
48. Semelhante sentido contêm os versículos
corânicos: 6:3 43:84. 49. Semelhante sentido contém o versículo corânico 57:3.
50. Sentido idêntico ao do versículo corânico 42:11.
JESUS CRISTO: SERIA DEUS, OU
ENVIADO DE DEUS?
0 Sagrado Alcorão não deixa quaisquer dúvidas de que
Jesus não é Deus, e sim: Enviado de Deus:
"Ó adeptos do Livro
(Evangelho): não vos fanatizeis em vossa religião, e não dizeis sobre Deus
senão a verdade. 0 Messias, Filho de Maria, não é mais do que um Enviado de
Deus e Sua Palavra (Verbo, Logos) que lançou à Maria..."
Alcorão 4:17151
"0 Messias, Filho de Maria, não é mais
que um Enviado de Deus (Apóstolo), como os Apóstolos que o antecederam. A mãe
dele (Maria) era Beata. Contudo, ambos (Jesus e Maria) ingeriam alimentos. .
Alcorão 5:75 52
Assim, e de modo CATEGÓRICO,
Deus (que é o autor do Alcorão) define que Jesus foi: 12 - Enviado de Deus. 2o-
- Palavra Divina (VERBO) lançada à Maria 39 - Igual aos demais
Profetas-Apóstolos de Deus. 4-0 - Ingeria alimentos.
Nós vamos apresentar versículos da Bíblia Sagrada -
dos cristãos mais precisamente do NOVO TESTAMENTO, que comprovam - e corroboram
- as afirmações do Sagrado Alcorão.
51. Surata de AL
NIÇÁE. 52. Surata de AL MAIDAH.
A - No Evangelho, segundo São Mateus, Jesus diz
aos discípulos 10:40
---Quemvos
recebe, a mim me recebe, e quem me recebe recebe aquele que me enviou.
Conclusão: o próprio Jesus se diz: ENVIADO.
B -Jesus, igualmente diz - e reitera - que é
ENVIADO, isto está no Evangelho de São Marcos 9:37
---...
e qualquer que a mim me recebe, não recebe a mim, mas ao que me enviou."
C - Jesus diz a seus discípulos, segundo o Evangelho de
São Lucas 10:16
---Quemvos
der ouvidos, ouve-me a mim; e, quem vos rejeitar, a mim me rejeita; quem,
porém, me rejeitar, rejeita aquele que me enviou.
D -- Jesus diz, conforme o Evangelho de São João 17:3
---Ea
vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus
Cristo, a quem enviaste.-
Claríssimo está, nestes versículos bíblicos,
transcritos dos quatro evangelhos do NOVO TESTAMENTO, que Jesus Cristo foi
ENVIADO de Deus, como o diz o Alcorão Sagrado, e chamamos a atenção para o fato
de que Ele próprio, Jesus, quem o diz!
Se Jesus é ENVIADO de Deus, conforme coincidem o
Alcorão e a Bíblia, ele não pode ser Deus, pois seria o Enviado dele próprio!
Vamos, portanto, demonstrar, fartamente, que Jesus
não é Deus. Jamais apresentou-se como Deus. Nem disse que 0 era. Nem seus
discípulos 0 chamaram de Deus. Nem seus apóstolos e seguidores próximos 0
consideravam Deus.
O
ALCORÃO NEGA A DIVINDADE DE JESUS
Deus, cuja Palavra é o Alcorão Sagrado, nega,
CATEGORICAMENTE, a divindade de Jesus:
"Incorrem em blasfêmia aqueles que disseram
que: "Deus é o Messias, Filho de Maria". Dize (ó Muhammad): Quem
poderia fazer algo se Deus quisesse aniquilar o Messias, Filho de Maria, e a
mãe dele (inclusive) e todos os sares da terra? Unicamente a Deus pertence o
reino dos céus e da terra, e tudo quanto há entre ambos. Deus cria o que Lhe
apraz, e é TodoPoderoso."
Alcorão 5: 1753
E Deus reitera isto, em outra passagem do Alcorão:
"Blasfemaram aqueles que disseram que Deus é o
Messias, Filho de Maria. 0 próprio Messias dissera: "Ó filhos de Israel,
adora! a Deus que é Meu Senhor e Vosso Senhor". Quem crê em semelhantes a
Deus (quem for politeísta), Deus lhe impedirá, para sempre, o acesso ao
paraíso, e sua morada é o inferno. 0 Messias, Filho de Maria, não é mais que um
Apóstolo (de Deus) como os Apóstolos que o antecederam, e a mãe dele era uma
Beata, contudo, ambos (Jesus e Maria) ingeriam alimentos.. ."
Alcorão 5:7251
Estes versículos corânicos não deixam quaisquer
dúvidas quanto à natureza humana de Jesus Cristo, e, conseqüentemente,
considera-se blasfêmia endeusá-lo.
Repetimos: o Alcorão é Palavra textual e Sagrada de Deus,
revelada a Maomé (Muhammad S.A.A.W.S.) portanto, não é afirmação de nenhum ser
humano. Os muçulmanos acreditam - piamente - na procedência divina do Alcorão.
Nós fomos procurar na Bíblia Sagrada dos cristãos,
para constatarmos se havia -nela - alguma prova de que Jesus era homem, e não
Deus. Eis o que encontramos:
1 - No Novo Testamento, Jesus jamais diz que é
Deus. Ao contrário: sempre falou - e ressaltou - de que era diferente - e menor
- de Deus, e que ele, Jesus, pronunciava o que Deus lhe determinava, e fazia o
que Deus lhe ordenava. Exemplos:
A - No Evangelho de São João 20:17
--Recomendou-lhes
Jesus: Não r~ detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os
Pneus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para Meu Deus e vosso
Deus.-
53. Surata de AL MÁIDAH. 54. Surata de AL
MÁIDAH.
Chamamos a atenção para três
considerações, neste versículo:
1a- - Jesus declara estar num nível diferente
daquele do Pai (Deus), quando diz: SUBO.
2a- - Jesus iguala a si mesmo com os demais humanos,
chamando-os "meus irmãos".
3a- - Exatamente como no versículo corânico (5:17),
Jesus diz: meu Deus e vosso Deus".
B - Jesus diz, segundo o Evangelho de São Mateus
23:9
---Aninguém
sobre a terra chameis vosso Pai, porque só um é vosso Pai, aquele que está no
céu.
Nota-se que Jesus exclui a si próprio quando diz:
"a ninguém sobre a terra", e ele, quando falava, estava sobre a
terra. Além de que, Jesus afirma sem nenhum equívoco, de que Deus é: "só
um. . aquele que está no céu".
C - No Evangelho de São Marcos
10: 18
---Respondeu-lhe
Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um só, que é Deus.-
Claríssimo está, cristalino, que Jesus questiona
aquele que insinua algo, e afirma que ele, Jesus, não é Deus, e ainda reafirma
que Deus é um só.
D - Jesus diz, conforme o Evangelho de São João
14:28
--- pois o Pai é maior do que
eu. ---
Aqui, Jesus estabelece a
diferença DIMENSIONAL entre ele e o Pai (Deus), que é MAIOR que ele, e ainda o
reafirma no mesmo Evangelho de João 13:16.
11... nem o enviado é maior do que aquele que o
enviou.
Ainda faz distinção entre ele (enviado) e Deus
(que o enviou).
E - Jesus negou que ele possuísse o poder (e a
competência) que pertencem a Deus, de acordo com o evangelho de São Mateus 20:23
---Entãolhes
disse: Bebereis o meu cálice; mas o assentar-se à minha direita, e à minha
esquerda não me compete fazê-lo; é, porém, para aqueles a que está preparado,
por meu Pai.-
F - No Evangelho de São Lucas 8:21
---Ele,porém,
lhes respondeu: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus
e a praticam."
Importantíssimo: Jesus não
disse "minha palavra".
G - No Evangelho de São João 5:19
---Entãolhes
falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho do homem (ele
próprio) nada pode fazer de si mesmo, senão
somente aquilo que vir fazer o Pai. . .-
Eis uma declaração CONTUNDENTE de Jesus quanto à
sua própria incapacidade em relação à ABSOLUTA capacidade do Pai, que é Deus.
H - 0 Próprio Jesus é quem diz, segundo Marcos
13:32
---Masa
respeito daquele dia ou da hora ni . nguém sabe, nem os anjos do céu, nem o
Filho, senão somente o Pai.--
É desnecessário qualquer comentário a
respeito da diferença entre o saber (limitado) de Jesus, e o Saber (ilimitado)
do Pai (Deus).
11 - 0 Alcorão Sagrado, Livro dos muçulmanos,
apresenta um argumento fortíssimo sobre a impossibilidade de Jesus ser DEUS, ou
seja: Que Jesus e sua mãe ingeriam alimentos.
Ingerir alimentos foi um fato real, e inegável, na
vida de Jesus, de acordo com o Evangelho de São Mateus 11 19.
Veio o filho do homen, que com e bebe assim como
na vida da mãe dele, a Virgem Maria. E ingerir alimentos é uma necessidade
corpórea e fisiológica, e a Bíbli
Sagrada dos cristãos diz, como já o demonstramos na página 40 deste
livro, que Deus é INCORPóREO, IMATERIALIZADO. Não seria Deus quem necessitasse
de alimentar-se para sobreviver, porque Deus é AUTO-VIVENTE.
Jesus e a mãe dele viviam como todos os humanos.
Ingeriam alimentos como todos os seres vivos, pois eram de carne e osso. Quem
necessita de alimentação para viver - e sobreviver - obriga~se a urinar e
evacuar-se, a fim de eliminar os resíduos alimentares, e isto é INCOMPATÍVEL
com a natureza divina. Jesus dormia, cansava e descansava, aborrecia-se, etc.
Enfim, tinha, Jesus, todos os sentimentos e as reações comuns a todos os
humanos.
111 - Uma vez mais, vamos
procurar na Bíblia Sagrada, o Livro dos cristãos, as provas que corroboram o
conteúdo do Sagrado Alcorão que diz: Deus não é Jesus, e Jesus não é Deus.
A - No VELHO TESTAMENTO, Livro de Isaías 40:28
---Nãosabes,
não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos confins da terra, nem se
cansa nem se fatiga?"
Mas Jesus se cansava! (E Jesus não é CRIADOR da
terra!). Isto está no Evangelho de São João 4:6
---...
cansado da viagem, assentara-se Jesus junto à fonte
B - No Velho Testamento, Livro Números 23:19
"Deus não é honrem, para que minta;
nem filho do honrem, para que se arrependa.
Não cabe qualquer vacilação diante deste versiculo
bíblico. Ele nega, CATEGORICAMENTE, ser Deus homem ou filho de homem! Contudo,
Jesus Cristo sempre se apresentou como: FILHO DO HOMEM. E isso está repetido,
no Novo Testamento, por mais de oitenta (80) vezes! Assim como em muitas
passagens, o Novo Testamento refere-se a Jesus como: HOMEM ou VARÃO. Exemplos:
12 - Romanos 5:15
---0dom
pela graça de um só homem, Jesus Cristo.
2o- - Evangelho de São Lucas
24:19 -. e explicaram o que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que era varão
profeta.- 39 - Timóteo 2:5
-Porquanto há
um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens: Cristo Jesus homem .-
C - A Bíblia Sagrada dos
cristãos, quer no Novo Testamento, quer no Velho Testamento, ensina que Deus
não pode ser visto pois não tem forma, e é espírito e não carne. Exemplos:
12 - Êxodo 33:20 "E (Deus) acrescentou (a Moisés): tão
me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá.
2o- - No Evangelho de São João 5:37, Jesus
diz:
---O Pai que
me enviou, esse mesmo é que tem dado testemunho de mim. Jamais tendes ouvido a
sua voz, nem visto a sua forma --
Quanto a Jesus, foi visto por muitos e muitos, foi
ouvida a voz dele, tinha corpo e forma, inclusive crescia quando menino,
segundo o Evangelho de São Lucas 2:52
---Ecrescia
Jesus em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens.-
IV - O próprio Jesus disse que Deus é espírito, e
não carne: A - Evangelho de São João 4:24 ---Deusé
espírito.
B -Evangelho de SãoJoão 1:18 "Ninguém jamais viu a Deus
C - Evangelho de São João 3:6 "0 que é nascido da carne é carne; e o
que é nascido do espírito é espírito.
Ninguém questiona que Jesus nasceu da virgem Maria,
e ela era de carne!
Não restando quaisquer dúvidas quanto à natureza
HUMANA de Jesus, a partir de vastíssimos exemplos, textos, versículos e
conceitos da própria Bíblía Sagrada, o Livro dos cristãos, considerada por
eles: a Palavra de Deus, vamos conhecer o que a Bíblia Sagrada sentencia a
respeito do homem de carne:
A - Romanos 1:23
---Emudaram a
glória de Deus incorruptivel em semelhança do homem corruptível.
13 - 1 Pedro 3:18
---Poistambém
Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para
conduzir-vos a Deus; morto sim, na carne, mas vivificado no espírito.
OBSERVAÇõES: Este texto do Novo
Testamento bastaria por si só, e só por si, para provar que Jesus não é Deus, e
que Deus não é Jesus. Vejamos:
19 - Afirma que "Cristo morreu". E a
Bíblia diz que Deus não morre jamais, pois é Eterno, Imortal (Timóteo 1:17).
22 - Afirma que "Cristo morreu... para
conduzir-vos a Deus". Então Deus é outro!
32 - Afirma (pela segunda vez) a morte de Cristo
"morto sim" e acrescenta: "na carne". E Deus não é de
carne, é apenas ESPíRITO, conforme o diz o próprio Jesus Cristo (João 4:24)
42 - Não deixa - o texto bíblico - qualquer dúvida
de que Jesus é humano, por ser composto de carne (matéria) e de espírito, como
todos os humanos!
SERIA, JESUS, FILHO DE DEUS?
Nenhuma frase criou tamanha controvérsia, ao longo
dos séculos, como a frase composta de três palavras apenas, ou seja:
"FILHO DE DEUS".
O Alcorão Sagrado, Palavra textual de Deus, nega,
CATEGORICAMENTE, que Jesus tenha sido Filho de Deus, no sentido que os humanos
entendem serem os filhos em relação a seus pais-genitores. Para o Alcorão, Deus
não necessita de filhos, como necessitam os homens - mortais, finitos e fracos,
porque Deus é: IMORTAL, INFINITO e ONIPOTENTE!
Outra hipótese rejeitada, veementemente, pelo
Alcorão, é a de que Deus - para ter filho -- necessita de uma esposa.
Jesus nasceu de uma mulher: a Virgem Mana- Nasceu
de uma mãe, como todos os seres humanos nascem de uma mãe. A diferença,
portanto, entre Jesus e os demais humanos, reside no fato de COMO ele foi
concebido pela Virgem Maria. Enquanto todos os homens foram - e são -
concebidos a partir da fertilização de um óvulo feminino por um espermatozóide
masculino, Jesus foi concebido pela Virgem Maria, sem a contribuição de um
genitor masculino. Aliás, todos... não. Há uma exceção: ADÃO! Adão não nasceu
do processo universal da união, entre um homem e uma mulher- Adão, aliás, foi
uma obra (criação) mais portentosa do que a de Jesus. Enquanto Jesus nasceu,
milagrosamente, sem um pai (genitor físico), Adão nasceu sem pai e sem mãe,
inclusive! Mas nem por isso, Adão adquire natureza divina. Este aspecto,
contudo, será por nós analisado no Capítulo: TRINDADE ou UNIDADE?
Deus diz, no Alcorão Sagrado, que no tocante à sua
criação (ou geração) miraculosa, Jesus assemelha-se a Adão:
"O caso de Jesus, perante Deus, é igual
ao caso de Adão: criou-o de barro, e disse-lhe: SÊ". E fez-se!"
Alcorão 3:5957
Mas voltemos ao tema: FILHO DE DEUS.
Ninguém em sã consciência acredita - ou imagina -
que Jesus é filho de Deus, como eu e vocês, leitores, somos filhos de nossos
pais. Nossos progenitores casaram-se com nossas mães, e então nascemos nós. A
virgem Maria não foi esposada por Deus. Portanto, Deus não é Pai físico
(carnal, material) de Jesus. É, sim, Pai-Criador. E neste caso, Deus é o
Pai-Criador de todos os seres humanos, como todos os seres humanos são, pela
CRIAÇÃO, filhos de Deus.
57 Surata de AL IMRÁN.
Assim sendo, a qualificação de
Jesus como: "Filho de Deus" não o credencia para ser divino, nem para
ser Deus, nem para fazer parte da divindade, porque a Bíblia Sagrada confere a
outros, além de Jesus, a qualificação de "Filho de Deus", e nem por
isso tornaram-se divinos, nem foram chamados "Deus" e nem foram
considerados "parte de Deus". Exemplos:
19 - O Novo Testamento diz que Adão é filho de
Deus:
"Cainã,
filho de Enos, Enos, filho de Sete, e este filho de Adão, filho de Deus.
Lucas 3:38
20- ----Ospacificadores são chamados filhos de Deus.--Mateus 5:9
30- - -Vós
fazeis as obras de vosso pai.
Disseram-lhe eles.- Nós não somos bastardos: temos um pai que é Deus.
João 8:41
40- -
"Pois todos que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.--
Romanos
8:14 58
Leonardo Boff, conhecido teólogo católico. diz em
seu livro "Trindade, Sociedade e Libertação", 2a- edição, página 220:
"Os
evangelhos sinóticos nunca colocam na boca de Jesus a expressão filho de Deus.-"
Igualmente, o VELHO TESTAMENTO, que abrange tempos
anteriores ao nascimento de Jesus Cristo, contém referências interessantes ao
termo 'Filho de Deus' Exemplos:
10- Deuteronômio 32:19 . 'Viu isto 0 Senhor, e os desprezou, por causa da provocação de seus
filhos e suas filhas. Portanto: homens e mulheres são filhos e filhas de
Deus!
29 - lsaías 1:2
-Ouvi,
Ó Céus, e dá ouvidos, ó terra, porque 0 SENHOR é quem fala: criei filhos, e os
engrandeci.
39 - Jó 38:7
-Quando
as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos
de Deus.-
42 - Outros homens, além de Jesus, tiveram por
parte de Deus o tratamento individual de "Filho de Deus", como
Salomão, e nem por isto Salomão é considerado Deus, ou parte de Deus:
---Eulhe
serei por pai, e ele (Salornão) me
será porfilho.
11 Samuel 7:14
59 - Alguns chamam a Jesus, como para
diferenciá-lo, de "Filho Primogénito ou Unigênito de Deus". No Velho
Testamento, bem antes do nascimento de Jesus, Deus já designara assim a outros,
e nem por isso mereceram a DIVINDADE, ou parte dela:
---Virãocom
choro, e com súplicas os levarei, guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por
caminho reto em que não tropeçarão,- porque sou pai . para Israel, e EFRAIM é o
meu primogénito.-
Jeremias 31:9
---Ele(Davi) me invocará dizendo: Tu és meu pai...
Fa-lo-ei por isso meu primogénito.--
Salmos 89:26,27
---Eacontecerá
que no lugar onde se lhes dizia: vós não sois meu povo, se lhes dirá: vós
soisfilhos do Deus vivo.-
Oséias 1: 10
REFLEXÃO: Se o uso do termo "Filho de
Deus" ou do termo "Filho Primogênito de Deus" ou
"Unigênito", ou o fato de referir-se a Deus como "Pai" ou
"Pai Celeste" justificasse, comprovasse ou credenciasse Jesus para a
divindade, ou para parte da divindade, seriam: Israel, Efraim, Davi e Salomão
individualmente - com mais direito a tal, por serem anteriores, historicamente,
a Jesus! Aliás, nesta linha de raciocínio , seria Adão o mais credenciado, pois
além de ser o primeiro entre todos, e dele descendem, teria a seu favor o fato
de não ter nascido (e não ser gerado) nem de pai humano e nem de mãe!
E por último, todos os seres
humanos teriam este direito, pois são chamados na Bíblia Sagrada, e em centenas
de versículos, de:
FILHOS DE DEUS.
Seria, então, aceitável, quer
lógica quer religiosamente, que os filhos de Deus, TODOS, inclusive Jesus,
Filho de Maria, fossem o próprio Deus? ou que fizessem parte de Deus?.
Além da constatação do Frei Leonardo Boff de que: -Os evangelhos sinóticos nunca colocam na
boca de Jesus a expressão Filho de Deus-, há, ainda, a desautorização do
próprio Jesus, EXPRESSA, para que não o chamassem de Filho de Deus, mas sim,
que o chamassem "0 Cristo". Isto está no Evangelho de São Lucas 4:41
---Tambémde
muitos saíam demônios gritando e dizendo: Tu és o Filho de Deus! Ele (Jesus)
porém os repreendia para que não
falassem, pois sabiam ser ele o Cristo.-
E para encerrarmos este
capítulo, 59 transcrevemos este texto bíblico, significativamente importante:
-Ora, se
somos filhos (de Deus), somos também
herdeiros, herdeiros de Deus, co-herdeiros com Cristo.-
Romanos 8:17
Este texto bíblico iguala todos os humanos a Jesus
Cristo, na condição de "CO-HERDEIROS" de Deus com o próprio Cristo.
Ainda o texto define duas partes.- quem herda e quem se herda. De quem se herda
é Deus, somente! E quem herdam são OS FILHOS, inclusive Jesus, pois todos são
HERDEIROS de DEUS!
TRINDADE?
ou UNIDADE? Deus: Seria TRINO, ou é UNO?
Nós, muçulmanos, acreditamos plenamente - e já o
dissemos repetidas vezes, neste livro - que o Alcorão Sagrado é Palavra textual
de Deus, portanto, todas as assertivas corânicas, para nós, são verdadeiras e
definitivas.
E o Alcorão nos diz que DEUS é único, UNO. E no
Capítulo anterior provamos, com base no Alcorão e na Bíblia Sagrada, que Jesus
Cristo é - e foi - de natureza HUMANA.
Resta analisarmos a figura do "Espírito
Santo", para concluirmos se Deus seria TRINO, ou é UNO.
ESPÍRITO SANTO
O Sagrado Alcorão adjetiva de "Espírito
Santo" ao arcanjo GABRIEL, o anjo da revelação, isto é: o intermediário
entre Deus e os Profetas-Apóstolos, a quem trazia da parte de Deus As Mensagens
como o Alcorão, o Torá, o Evangelho, etc...
"Dize (ó Muhammad): Foi (o
Alcorão) trazido (como revelação) pelo Espírito Santo, da parte de Seu Senhor,
verdadeiramente, para fortalecer os que creram, e é (o Alcorão) Guia e Alvíssara
para os muçulmanos."
Alcorão 16:102 60
Então, claro está, que, o Espírito Santo -
conforme o texto corânico - é um ANJO (GABRIEL) que trazia, diretamente de
Deus, as revelações a Muhammad, e antes as trazia aos outros Profetas.
Haveria algum texto semelhante na Bíblia Sagrada? Sim. Há
vários.
1 - Na 2a- Epístola de São Pedro 1:21
---Porquejamais
qualquer profecia foi dada por
vontade humana, entretanto, homensfialaram da parte de Deus, movidos pelo
Espírito Santo.-
11 Pedro 1:21
IMPRESSIONANTE: Este versículo da 2a- Epístola de São
Pedro coincide, inteiramente, com o entendimento islâmico quanto à revelação
divina, a saber:
1 - As profecias não se dão por vontade humana, mas
de Deus.
2 - Os profetas (todos) são homens (inclusive
Jesus).
3 - Os profetas falaram o que Deus lhes ordenou, e
não o que eles quiseram.
4 - O mais importante: 0 Espírito Santo lhes traz a
mensagem.
Deste modo, temos três partes distintas: A - Deus: quem
revela. B - 0 Profeta: a quem destina-se a revelação. C - O Espírito Santo: o
intermediário entre Deus e os profetas.
Seriam, estas três partes, uma
UNIDADE?
11 - No Evangelho, segundo São Lucas 1: 19
--Respondeu-lhe
(a Jesus) o anjo: Eu sou Gabriel, que
assisto diante de Deus.-
Lucas 1: 19
IMPRESSIONANTE (2): Aqui, no Evangelho de São Lucas, o
anjo é citado pelo nome: GABRIEL!
Porém, a minha leitura da Bíblia Sagrada dos
cristãos, especialmente o Novo Testamento, revelou-me que o termo 'Espírito
Santo" indica mais que uma significação, isto é: refere-se a mais de uma
entidade. Veremos:
1 O
Espírito Santo seria um anjo, como entende-se do Versículo 18 do Capítulo 1 do
Evangelho de São Mateus:
---Achou-se(Maria)
grávida pelo Espírito Santo.-
Mateus 1:18
22 - Há, no Novo Testamento, passagens
interessantes a respeito do Espírito Santo, pois o mesmo não revelava APENAS a
Jesus, conforme o Evangelho de São Lucas 1:15
---Poisele (João
Batista) será grande diante do Senhor,
não beberá vinho, nem bebida forte, será cheio do Espírito Santo.-
Lucas 1: 15
Atentemos: o que significa nesta passagem de São
Lucas, EXATAMENTE, o termo: Espírito Santo?
Poderia ser, este Espírito Santo, o mesmo referido
antes (em Mateus 1:18), por quem Maria achou-se grávida? Poderia ser o Espírito
Santo referido neste versículo. . . o mesmo que revelara a SIMÃO:
-Revelara-lhe
(a Simão) 0 Espírito Santo que não
passaria pela morte antes de ver 0 Cristo do Senhor.
Lucas 2:6
E seria o Espírito Santo que Maria, por meio
dele, achou-se grávida, e João Batista "cheio" do mesmo, e SIMÃO
avisado por ele "cle que não morreria sem ver antes 0 Cristo do
Senhor", e que Jesus o viu descendo como pomba vindo sobre ele (Mateus
3:16) e levou-O ao deserto, seria esse Espírito Santo o mesmo a quem referem-se
Marcos 3:29 e Lucas 12:10
---Todoaquele
que proferir uma palavra contra o filho do homem (Jesus), isso lhe será perdoado; mas para o que
blasfemar contra o Espírito Santo, não haverá perdão.
Lucas 12:10
-Aquele
que blasfemar contra o Espírito Santo, não tem perdão para sempre, visto que é
réu de pecado eterno.-
Marcos 3:29
REFLEXõES: Estes dois últimos versículos do Novo
Testamento merecem uma leitura mais detida e ATENTA, pois apresentam um
Espírito Santo DIFERENTE daquele dos versículos dos itens V e 29. Por quê?
Porque Este Espírito Santo é bem MAIOR - e mais
importante - do que o filho do homem (Jesus), uma vez que blasfemar contra
Jesus teria perdão, contudo blasfemar contra o Espírito Santo não teria perdão
para sempre, e quem o cometer é considerado: RÉU DE PECADO ETERNO. Ora, na
escala dos três componentes da TRINDADE Cristã, 0 Filho (que é Jesus) é maior
do que o Espírito Santo, e vem antes dele, mas nos versículos do Novo
Testamento (Lucas 1210 e Marcos 3:29) o Espírito Santo é INFINITAMENTE maior do
que o Filho do homem (Jesus).
Aliás, estes dois versículos evangélicos nos fazem
entender que o termo ESPÍRITO SANTO - na verdade - refere-se ao próprio Deus-
que é MAIOR do que Jesus, e maior de tudo. e de todos. E lembram-nos do
versículo do Sagrado Alcorão:
"Deus não perdoa
quem lhe atribuam semelhantes, e perdoa tudo, menos para quem Ele quiser. . .
ALCORÃO 4:48,11 61
Mas voltemos às nossas considerações sobre o EXATO
significado do termo: Espírito Santo.
Leonardo Boff, teólogo católico, assim o define em
seu livro: "Trindade, Sociedade e Libertação", 2a- edição, página 63:
"Espírito Santo (= filologicamente significa
vento ou sopro)"
3o- No Evangelho, segundo São João 14:26
---Maso
Consolador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos
ensinará todas as coisas e vosfiará lembrar de tudo o que vos tenho dito.-
João 14:26
Aqui temos uma nova - e diferente -
conceituação do Espírito Santo: Consolador, que poderá ser HUMANO!
49 - São Paulo, na 1a- epístola
aos Coríntios, dá uma outra conceituação ao Espírito Santo:
61 Surata de AL
NIÇÁE.
---Acaso,não sabeis que o vosso corpo é santuário
do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus. . .-
1 Coríntios 6:19
50- - São Lucas, em seu Evangelho, dá uma
interessante conceituação ao Espírito Santo:
-Ora, se vós
que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai Celestial dará o Espírito Santo àqueles que
lhos pedirem.
Lucas 11:13
Como essas diferentes conceituações do
Espírito Santo nos revelam que este termo não se limita à designação de uma
única entidade, na Bíblia Sagrada, revelam também, juntamente com outros ( João
4:2) (1 Pedro 1:12) uma questão gravíssima, ou seja: a questão da
TRADUÇAO das Escrituras Sagradas, cujo tema será alvo de um capítulo
específico, no fim deste livro .
Depois de tecermos estas
considerações a respeito do terceiro termo da Trindade - o Espírito Santo -
retomamos o tema principal:
Deus, seria
Trino? ou Uno?
A divindade seria: TRINDADE? ou UNIDADE?
O Sagrado Alcorão, assim fala,
sobre a Trindade:
"Ó adeptos do Livro: não
vos fanatizeis em vossa religião e não dizeis sobre Deus senão a verdade. 0
Messias, Jesus, Filho de Maria, é Enviado de Deus, e Sua Palavra (Verbo, Logos)
que lançou à Maria, é um Espírito D'Ele (Deus). Acreditai, pois, em Deus, e em
seus Apóstolos (Enviados), e não dizeis: "TRINDADE", abstendevos
disso, será melhor para vós, porque Deus é UNO (único), Adorável, glorificado
seja, impossível que tenha Ele (Deus) um filho (no sentido de gerar, procriar).
Pertence a Ele tudo quanto há nos céus e na terra.
Alcorão 4:171 62
Neste único versículo, o
Alcorão Sagrado diz tudo sobre a natureza de Deus, sobre a natureza de Jesus, e
sobre a Trindade.
12 - Diz que Jesus é ENVIADO de
Deus. E a Bíblia Sagrada coincide com o
Alcorão sobre isto, nas palavras do próprio Jesus:
---Quem me
recebe, recebe aquele que me enviou.
Mateus 10:40
62. Surata de AL NIÇÁE.
---Esle.,
porém, lhes disse: É necessário que eu anuncie o evangelho do reino de Deus...
pois para isso é que.fui enviado.-
Lucas 4:43
---Equalquer
que a mim me recebe, Pião recebe a
mim, mas ao que me enviou
Marcos 9:37
---Disse-lhes
Jesus: A minha comida consiste em.fazer a vontade daquele que me enviou.
João 4:34
Portanto, nos quatro
evangelhos, aceitos pelos cristãos como parte da Bíblia Sagrada, o próprio
Jesus afirma que é ENVIADO de Deus. Poderia ser, ele, o enviado, e quem envia,
SIMULTANEAMENTE?
20- 0 versículo corânico diz
que Jesus é: ESPÍRITO DE DEUS. Este conceito poderia causar alguma dúvida às
pessoas. Mas Deus diz na Bíblia Sagrada dos Cristãos:
---Poreiem
vós (em todos, portanto) o Meu
Espírito, e vivereis.
Ezequiel 37:14
39 -Já o dissemos, antes, que a
expressão Corânica: "Filho de Maria" indica a natureza humana de
Jesus, como o indica a expressão evangélica: "Filho do homem".
Inclusive vários textos evangélicos não deixam dúvida alguma quanto às reações
humanas de Jesus, como: ter fome, ter sono, dormir, despertar, cansar e
sentar-se, amar, chorar, comer, beber, sentir alegria, tristeza, medo, etc...
A - teve fome Mateus 21:18, Marcos 1112
B
----... Despertando-se Jesus---. Lucas 8:24 (Deus não dorme).
C -
-Cansado da viagem, assentara-se Jesus junto á fonte João 4:6 (Deus não se
cansa, nem se fatiga, segundo a Bíblia Sagrada Isaías 40:28). D - -Ora, amava Jesus Marta. . " João 11: 5
E - "Jesus chorou (por Lázaro). . ." João
11:35 (Deus não chora),
49 - Pelo texto do Alcorão,
Deus manda que não se diga TRINDADE, e sim: que Deus é UM Só, úNICO adorável,
Deus UNO: Unidade!
Vejamos o que diz o Novo Testamento:
---MasJesus
lhe respondeu: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele darás culto.
Lucas 4:8
---Ea
vida eterna é esta: que te conheçam a ti o único Deus verdadeiro, e a Jesus
Cristo, a quem enviaste.
João 17:13
Resta alguma dúvida, depois de
ler este texto do Evangelho de São João, de que Deus é único, a quem se dedicam
culto e adoração, e que Jesus é o enviado dele?
Não é EXATAMENTE isto que afirma o Alcorão?
50- - Há um texto evangélico
que dirime qualquer dúvida, ou seja: fala textualmente em UNIDADE e não em
TRINDADE:
---Sejais aperfeiçoados na Unidade. . .- (João 17:23)
IMPORTANTE: A nossa leitura do Novo
Testamento não nos permitiu ver em nenhum dos quatro evangelhos, em nenhuma
epístola dos apóstolos, qualquer referência sobre Deus TRINO. Ao contrário:
somente, apenas e unicamente vimos que TODO o Novo Testamento - além do Velho
Testamento -- quando refere-se a Deus, qualifica-o de: Deus único, UNO, UM Só.
Fomos procurar num livro da
autoria de um teólogo cristão, católico, cujo título é EXATAMENTE:
"Trindade, a Sociedade e a Libertação", 2a- edição, cujo autor é o
famoso e respeitado padre Frei Leonardo Boff.
Lemos o referido livro para entendermos a temática
"TRINDADE" a partir da crença cristã, pois a crença islâmica é clara,
muito clara, a respeito.
Na página 52, diz Leonardo
Boff:
"No Novo Testamento
não existe ainda uma doutrina trinitária." Portanto, confere com o que
dissemos há pouco!"
Na página 194, diz Boff:
"Não devemos nunca esquecer que o Novo
Testamento jamais usa as expressões: trindade de pessoas e unidade de
natureza."
Na página 195, diz Leonardo
Boff: "Trindade foi consagrada no fim do século 11 por Teófilo de
Antióquia e por Tertuliano."
OBSERVEMOS: Leonardo Boff confirma que a concepção
trinitária não consta dos evangelhos do Novo Testamento, e nem foi professada
pelos apóstolos de Jesus Cristo, nem pelos cristãos nos dois primeiros séculos.
Nasceu, portanto, de acordo com um padre cristão e católico, 200 anos depois de
Cristo!
Transcrevemos este trecho do livro do padre
Leonardo Boff, página 197:
"A Trindade é um mistério estrito, pois
escapa à razão humana compreender como três pessoas distintas possam estar de
tal forma umas nas outras que constituam um úNICO DEUS-, é incompreensível à
razão humana a absoluta igualdade das pessoas (da Trindade), dado o fato de que
o Filho "procede" do Pai e o Espírito Santo do pai e do/ mediante o
Filho' foge à razão humana o combinar a radical simplicidade de Deus com a
trindade de pessoas."
As linhas que acabamos de transcrever são de
autoria de Leonardo Boff, o grifo, contudo, é nosso.
O Frei Boff, na sua referida obra, página 48, diz:
"O Pai possui uma anterioridade ao
filho, o Pai dá origem ao filho."
Nós dizemos:
Deus é o CRIADOR, e tem ANTERIORIDADE.
Jesus é CRIADO (ou gerado), e é POSTERIOR a Deus, e
é, Jesus como humano -da gênese do barro.
O Espírito Santo é CRIADO (ou espirado), e tem
anterioridade em relação ao Filho, porém é posterior ao Pai (Deus), além de ser
da gênese da luz, por ser anjo.
Formariam, assim mesmo, uma UNIDADE?
"Santo Hilário de Poitier
escreve: "A geração é o segredo do pai e do filho. Se alguém acusar a
fraqueza da inteligência pelo fato de não conseguir compreender este mistério,
embora compreenda separadamente as palavras Pai e Filho, certamente ficará
ainda mais acabrunhado ao saber que eu também estou na mesma ignorância. Sim,
tamb érn eu não sei, e desisto de saber embora me console, pois os arcanjos o
ignoram, os anjos não possuem a inteligência deste mistério, os séculos não o
podem compreender, o profeta não o entende, o Apóstolo não o indagou e o
próprio Filho não nos disse nada acerca disto. Deixemos, pois, de
lamentar-nos."
Preferimos
nada comentar acerca destes dizeres de um santo cristão sobre a TRINDADE.
Entretanto, antes de encerrarmos este Capítulo, não podemos deixar de assinalar
a dificuldade - aliás, reconheci d íssi ma por Santo Hilário - de entender a
unidade de Deus na trindade das pessoas, além da gravidade de estender a
divinização a outras pessoas. Basta transcrever alguns trechos do livro de
Leonardo Boff, "Trindade":
Maria por força do
Espírito Santo, é elevada à altura divina, para que sua maternidade fosse
divina e ela, verdadeiramente, sem figura ou metáfora, fosse a mãe de
Deus" (página 256). "Maria: morada de Deus" (página 256).
... que o feminino terá na eternidade bem como o
masculino uma suma participação na comunhão trinitária" (página 257).
Maria seria, então... não
apenas o templo de Deus, mas o próprio Deus no templo, isto é, o Deus que mora
em Maria e que faz nela o templo vivo e verdadeiro" (página 258).
A partir deste raciocínio
nosso, avaliamos bem o gesto de reprovação do Papa João Paulo li, quando da sua
última visita ao Brasil, e de sua passagem pela capital gaúcha, Porto Alegre,
quando a multidão dissera-lhe:
"VOCÊ É JESUS CRISTO!"
O Papa, com o gesto
característico que fez com o dedo, e na própria voz alta, de manifesta
contrariedade, respondeu à multidão: "Não, não".
É que o Papa, mais do que ninguém, sabe que aquela
multidão tem, em Jesus Cristo, o próprio Deus, e se chama o Papa de "Jesus
Cristo", facilmente pode associá-lo (o Papa) a Deus, também!
A
PALAVRA "SENHOR", NA BÍBLIA SAGRADA
A exemplo do termo:
"Espírito Santo", que na Bíblia designa mais de uma entidade -como já
vimos -, e emprega-se para significar mais de um sentido, o vocábulo SENHOR é
usado na Bíblia Sagrada (versão portuguesa) para designar diferentes pessoas.
Tanto neste caso, como no outro, o motivo a nosso ver, está no âmbito da
tradução das Escrituras Sagradas para diferentes idiomas. Para não nos
estendermos, transcrevemos, a seguir, alguns exemplos, apenas:
12 - Onde o vocábulo SENHOR
designa Jesus:
A - -Vós me
chamais o Mestre e o Senhor, e dizeis bem; porque eu o sou.-
Mateus 20:30
13 -
-Sabendo que aquele que ressuscitou ao Senhor Jesus, também nos ressuscitará
com Jesus.
11 Coríntios 4:14 Aqui, o
vocábulo SENHOR está designando Jesus, mas o texto é inequívoco de que Jesus
foi ressuscitado por um outro, e não por ele próprio. Como, pois, é
possível que alguém ressuscite a si mesmo e aos outros com ele, se é mortal, e
Deus é IMORTAL, Eterno?
22 - Onde o vocábulo SENHOR
designa Deus:
A ----Poisele
(João Batista) será grande diante do
Senhor... E a mão do Senhor
estava com ele.
Lucas 1: 15 Senhor, aqui, não
se refere à pessoa de Jesus!
B - -único
soberano, o Rei dos reis, e Senhor dos senhores.
Timóteo 6:15 Também, SENHOR, aqui, não se refere à
pessoa de Jesus!
C - -Tendes
ouvido da paciência de Jó, e vistes que fim o Senhor lhe deu.
Tiago 5:11 Jesus não havia nascido
ainda quando Jó sofreu com paciência!
32 - Onde o vocábulo SENHOR não
se refere, de modo algum, à pessoa de Jesus, e onde fica indubitável que Jesus
não é Deus, e que Deus não é Jesus.
A
----Revelara-lheo Espírito Santo que
não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor.
A palavra SENHOR, neste
versículo, não poderia - de modo algum - estar designando JESUS, e sim: designa
DEUS, uma vez que o termo: "Cristo do Senhor' não deixa nenhum equívoco
quanto a Cristo pertencer a Deus (o Senhor), e assim, são duas entidades
distintas.
13 -
"Bendito o que vem em nome do SENHOR.-
Mateus 21:9 / Marcos 11:9
SENHOR, neste versículo
constando nos dois evangelhos, jamais pode estar designando a JESUS, e sim: a
Deus. E deixa evidente que Deus é um, e Jesus é outro, pois não poderia Jesus
vir em seu próprio nome, diante da redação do versículo que não deixa margem
para tal.
A HUMANIDADE DOS ENVIADOS DE
DEUS
O Alcorão Sagrado estabelece, de modo
inequívoco, que todos os Profetas-Apóstolos (Enviados de Deus) foram humanos,
inclusive Jesus e Maomé (Muhammad S.A.A.W.S.
"Não enviamos (Nós:
Deus) antes de ti (ó Muhammad) senão homens, aos quais revelávamos. Indaga!
aqueles que têm Mensagem (Divina) se o desconheceis. Não os fizemos de natureza
que prescindam de alimentar-se, e nem eram imortais."
Alcorão 21:7,8 63
Estes dois versículos corânicos nos informam de que
Deus, dirigindo-se a Maomé, disse-lhe que nenhum enviado de Deus era de outra
natureza, nãohumana, evidente está que Jesus inclui-se nisto, uma vez que,
historicamente, é anterior a Maomé.
Como humanos, os enviados de Deus foram CRIADOS
(ou gerados). Logo, não poderiam caracterizar-se pela Eternidade
(IMORTALIDADE). A isso, refere-se, o Sagrado Alcorão:
"Nenhum humano anterior a ti (ó Muhammad) teve
a imortalidade. Se tu és mortal, como seriam os outros imorredouros?"
Alcorão 21:3464
Portanto, expressa o Alcorão, de modo explícito,
que nenhum ser humano possui a imortalidade, nem mesmo os Profetas (Moisés,
Abraão, Jesus, Maomé, etc. ..).
Vamos à Bíblia Sagrada dos cristãos, para verificar
que conceito tem a mesma, a respeito da humanidade dos Enviados de Deus:
A - 11 Pedro 1:21
---Porquenunca
jamais qualquer profecia foi dada por
vontade humana, entretanto, homens falaram da parte de Deus, movidos pelo
Espírito Santo.-
13 - Timóteo 2:5 (humanidade de
Jesus).
---Porquantohá
um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens: Cristo Jesus homem.--.
C - Vejamos a diferença entre: HOMEM e Deus:
---Emudaram
a glória de Deus incorruptível em semelhança da imagem do homem corruptível. Romanos1:23
D - Atentemos BEM para estes
dizeres de Jesus Cristo, no Evangelho de São João 3:6
---O que é
nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.-
Jesus nasceu, ou não, da Virgem
Maria? Maria era, ou não, de carne?
63. Surata dos Profetas. 64.
Surata dos Profetas.
Logo: Jesus é carne (nascido
de carne), é humano, portanto!
E - Romanos 5:15
---O dom pela
graça de um só homem, Jesus Cristo.
F - E, finalmente, vejamos este
texto bíblico, do Novo Testamento, que encerra palavras de São Paulo:
---Dadescendência
deste (Davi) conforme a promessa,
trouxe Deus a Israel, o salvador, que é Jesus.
Atos 13:23
Portanto, na palavra do Novo
Testamento, parte integrante da Bíblia Sagrada dos cristãos, e pela boca de São
Paulo, Jesus é da descendência de Davi: Homem descendendo de homens!
A HUMANIDADE DE MUHAMMAD
(S.A.A.W.S.)
Dentro do capítulo destinado a provar a humanidade
(natureza humana) de todos os Profetas-Apóstolos (Enviados de Deus) não podemos
esquecer de abordar a condição humana do Profeta Maomé, do mesmo modo que
abordamos a humanidade de Jesus.
Maomé (Muhammad S.A.A.W.S.
sempre foi considerado pelos muçulmanos: UM SER HUMANO, jamais o consideraram -
e nunca o considerarão - como divino, ou como parte da divindade. Para nós,
muçulmanos, Maomé é CRIATURA de Deus, é SERVO de Deus, é ENVIADO de Deus.
Esta crença dos muçulmanos tem
profundo significado e alcance: consolida a UNICIDADE de Deus, que não tem
parceiros, nem semelhantes, nem componentes e nem partes.
Jamais um verdadeiro muçulmano
pensou - tampouco tempensará em todos os tempos, e em todos os lugares do
universo, em elevar Maomé (Muhammad S.A.A.W.S.) a nível da divindade. Nós,
muçulmanos, obedecemos - e seguimos - a Maomé - porque tudo que ele disse,
transmitiu e pregou, era por ele recebido, em revelação, vinda da parte de
Deus! Deus que nos ordenou obedecer a Maomé. Esta crença na natureza humana de
Maomé está baseada, total e firmemente, no Sagrado Alcorão:
"Muhammad não é senão um
Enviado de Deus, que fôra precedido por outros Apóstolos (enviados). Se, acaso
ele morrer ou for morto, retrocedereis? Quem retroceder (na fé) em nada
prejudicará a Deus. E Deus recompensa os que Lhe são agraciados."
Alcorão 3:14465
65. Surata de AL IMRÁN.
"Dize (ó Muhammad):
"Eu sou humano como vós recebo revelação de que vosso Deus é um Deus
único."
Alcorão 18:11066
Estes versículos corânicos
(mais 21:45 e 6:50) afirmam categoricamente, que Maomé (Muhammad) é APENAS um
ser humano, como todos os demais seres humanos; não tem - ele - o conhecimento
do futuro que a Deus pertence, não possui a eternidade, é um ser humano,
MORTAL, como os outros homens, PORÉM, com uma diferença.. . enorme, básica e
divisória:
JESUS
ANUNCIA A VINDA DE MAOMÉ
Como já o dissemos muitas vezes neste livro, nós,
muçulmanos, cremos que o Alcorão Sagrado é Palavra de Deus, e assim, é TODO
Verdadeiro e anuncia unicamente VERDADES.
OAlcorão nos diz na Surata 61, Versiculo 6, que
Jesus Cristo ANUNCIOU a vinda de Maomé (Muhammad S.A.Affi.S.) como Enviado de
Deus:
"E quando Jesus, Filho de Maria, disse:
"ó filhos de Israel, eu sou o Enviado de Deus para vós, confirmo o que
ainda há (autenticamente) da Torá, e anuncio a vinda de um Apóstolo (de Deus),
depois de mim, e chamar-se-á Ahmad (Muhammad)."
Alcorão 61:6
Neste versículo corânico, temos afirmações claras,
indubitáveis e nominais: Jesus diz aos israelenses de seu tempo que ele é
"Enviado de Deus" para eles (e não diz que é Deus). Diz, Jesus, que
veio para confirmar a Torá. E diz que virá, depois dele, um NOVO Enviado de
Deus, cujo nome será AHMAD (sinônimo de Muhammad -Maomé).
Para nós, muçulmanos, isto é
CABAL. Porém, vamos ao Novo Testamento, Escritura Sagrada para os cristãos,
para verificarmos se existe algum registro que coincida com o texto do Alcorão,
referente à ANUNCIAÇÃO feita por Jesus sobre a vinda de Maomé.
No Evangelho, segundo São João,
há estes textos:
66. Surata de AL
KAHF.
---Eeu (Jesus)
rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro
Consolador.
João 14:16
---Masaquele
Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará
todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.-
João 14:26
--- Já não falarei muito convosco: porque se aproxima o príncipe deste
mundo. ---
João 14:30
---Mas,quando
vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de
verdade que procede do Pai, ele testificará de mim.-
João 15:26
-Todavia
digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque se eu não for, o Consolador
não virá a vós... E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado e da justiça
e do juízo.
Mas, quando
vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não
falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há
de vir.-
João 16:7,8,13
Terminaram os textos
evangélicos de São João.
Antes de mais nada, convém
esclarecer aos leitores que o Evangelho de São João -conforme o dizem os
próprios cristãos -, foi escrito originalmente em GREGO, e do grego foi
traduzido para outros idiomas, inclusive o português. Pois bem, o vocábulo
grego que se traduziu: CONSOLADOR, é: PERIOLYTOS, cuja tradução fiei e correta
seria: o mais célebre, o ilustre, o glorioso, e não CONSOLADOR, que em grego
corresponde a PARACALON.
AHMAD, ou MUHAMMAD, em árabe,
significa exatamente o que significa em grego o vocábulo PERULYTOS.
A única dificuldade aqui reside
em sabermos o termo SEMITA usado por Jesus, que se expressava em ARAMAICO e em
HEBRAICO.
Novamente, seremos forçados a nos referirmos à
TRADUÇÃO das Escrituras Sagradas para outros idiomas, fato responsável por
muitos equívocos, contradições e confusões até!
Mas o nosso objetivo prioritário, neste capítulo, é
comprovarmos, baseado na Bíblia Sagrada, de que Jesus Cristo ANUNCIOU a vinda,
depois dele, de um outro Enviado de Deus, cujo nome será MUHAMMAD (Ahmad), exatamente
como o diz o Alcorão (61:6).
O Velho Testamento contém, igualmente, várias
anunciações sobre a vinda de Maomé (Muhammad S.A.A.W.S.), um Profeta das terras
da ARÁBIA (terra de Tema), descendente de QUEDAR, filho de lsmael 67.
Em Deuteronômío 18:18,19
---Suscitar-lhes-ei
um Profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti (ó Moisés), em cuja boca porei as minhas palavras, e ele
lhes falará tudo o que eu lhes ordenar. ' '
Sabe-se que os irmãos dos
israelitas (filhos de lsaac) são os árabes (filhos de lsmael). E como se sabe
que Maomé não sabia ler, então Deus pôs na sua boca (de Muhammad) as palavras
divinas (por revelação). E é interessante RELER as palavras de Jesus:
---Porque não
falará de si mesmo, nus dirá tudo o que tiver ouvido.
João 16:13
É interessante, igualmente,
ressaltarmos outros pontos já abordados por nós, em outros capítulos deste
livro:
12 - 0 texto corânico (61:6)
afirma que Jesus foi enviado por Deus aos filhos de Israel. E a Bíblia Sagrada
confirma isto, nas palavras do próprio Jesus:
---Nãofui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.-
Mateus 15:24
E isto repete-se em: Mateus
10:6 / 15:31 e Atos 11:19.
20- - 0 texto corânico (61:6
diz que Jesus afirmara que veio para confirmar a Torá. A Bíblia Sagrada
coincide com o Alcorão sobre isto. Jesus diz: ---Nãopenseis que vim revogar a lei (Torá) ou os profetas.- não vim para revogar, vim para cumprir.--
Mateus
5:17
39 - Os textos evangélicos, segundo São João,
14:26 / 14:30 1 15:26 1 16:13 trazem, como referentes à mesma pessoa (portanto
sinônimos), as seguintes denominações:
- Consolador
- Espírito Santo
- Espírito da verdade - Príncipe
do mundo. A nós, interessa sobremaneira, dentre as quatro denominações a:
"Espírito Santo", pois já dedicamos à mesma um capítulo próprio, onde
demonstramos que esta designação refere-se - na Bíblia Sagrada dos cristãos - a
diferentes pessoas, e usa-se para qualificar mais de uma entidade, pessoa ou
significação. Nosso entendimento é que tal fato, que causa várias, e
diversificadas concepções sobre a figura do Espírito Santo, decorre da TRADUÇÃO
das Escrituras Sagradas, cujo tema mereceu um capitulo próprio neste livro.
O MODO
DE JESUS ORAR
Como este livro objetiva demonstrar, sobretudo,
pontos de semelhanças - e de convergência - entre islamismo e cristianismo,
achamos por bem fazer um paralelo entre o modo dos muçulmanos orarem (rituais)
e o modo de Cristo orar, conforme o descreve o Novo Testamento.
Impressionou-nos a semelhança.
1 - Mostramos abaixo a posição
de prostração, obrigatória, nas orações (SALAT) dos muçulmanos:
2 - Vejamos estes textos bíblicos que nos relatam -
com detalhes - como Jesus orava:
A - Mateus 26:39 ---Adiantando-se um pouco, (Jesus) prostrou-se sobre o seu rosto, orando.
B - Marcos 14:35
Prostrou-se (Jesus)
em terra, e orava.
C - 1 Coríntios 14:25
-Prostrando-se
com a face na terra, adorarás a Deus.-
D - Apocalipse 7:11
---E,ante o
trono se prostraram sobre os seus rostos e adoraram a Deus.-
---E,ante
o trono se prostraram sobre os seus rostos e adoraram a Deus.-
O EVANGELHO, ou OS EVANGELHOS?
0 Alcorão Sagrado diz, em muitos versículos, que
Deus revelou a Jesus Cristo, Filho de Maria, por intermédio do arcanjo Gabriel
- o Espírito Santo um Livro Celestial chamado: AL INJÍL (evangelho), o qual
contém os preceitos de Deus dados a Jesus para os transmitir e ensinar aos
homens, especialmente ao povo daquela época. Diz Deus:
"Depois enviamos Jesus, Filho de Maria,
confirmando o que havia na Torá, e lhe concedemos o Evangelho contendo
guiamento e luz e confirmação à Torá, anterior a ele, e com orientações e
exortações para os piedosos. Que os adeptos do Evangelho julguem conforme as
leis de Deus (reveladas no próprio Evangelho). Os que não julgam
com base na revelação divina, considerar-se-ão prevaricadores."
Alcorão 5:46,4768
Temos, destarte, neste texto corânico, inequívocas
e claríssimas afirmações ditas por Deus, a saber:
12 -Jesus foi enviado por Deus. Isto o confirma a
Bíblia Sagrada dos cristãos em mais de cem (100) passagens do Novo Testamento,
como esta: ---E quem
me recebe (diz Jesus), recebe
aquele que me enviou.
Mateus 10:40
22 - Jesus veio para confirmar a Torá, diz o
Alcorão. Isto, também, confirma-o a Bíblia, na palavra de Jesus:
---Não penseis que vim revogar
a lei (Torá) ou os
profetas: não vim para revogar, vim para cumprir.-
Mateus 5:17
68. Surata de AL MADAH,
3o- -0 Alcorão diz que Deus concedeu a Jesus: o
Evangelho (no singular), sendo este o tema deste capítulo. A Bíblia Sagrada dos
cristãos coincide, plenamente, com o Sagrado Alcorão quanto ao Evangelho ser
originário de Deus:
---Depois de João ter sido
preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus
Marcos 1:14
Portanto, temos neste texto de São Marcos a
confirmação de duas afirmativas corânicas: de que o evangelho é um só (no
singular), e de que o evangelho é de Deus.
4o- 0 Sagrado Alcorão diz que o Evangelho contém
guiamento e luz. A Bíblia, também:
---Porque de ti (Belém)
sairá o guia. (Mateus
2:6)
Cabe, aqui, uma observação: Jesus é GUIA, e não
Deus!
-Lembrai-vos dos vossos guias,
os quais vos pregam a palavra de Deus.
Hebreus 13:7
Cabe, outra vez, a mesma observação: os guias
pregam (inclusive Jesus) a palavra de Deus, e não a deles!
5o- - 0 Alcorão Sagrado conclama os cristãos, na
qualidade de Adeptos do Evangelho, para julgarem de conformidade com o mesmo.
Isto constitui uma prova indubitável de que o Alcorão reconhece o Evangelho (no
singular) como: LEI DIVINA!
Depois destas cinco (5) observações à luz do texto
corânico (5:46,47) retomemos o nosso tema: É o Evangelho? ou seriam: os
evangelhos?
0 Sagrado Alcorão jamais cita o Evangelho no
plural! Sempre refere-se ao Evangelho no singular. Isto é: para os muçulmanos,
há, houve e deveria haver APENAS UM EVANGELHO, o Evangelho revelado por Deus a
Jesus Cristo. Isto para nós muçulmanos, é parte da nossa fé, uma vez que o
Alcorão é Palavra de Deus!
Vamos acompanhar o que a Bíblia Sagrada dos
cristãos nos diz a respeito do Evangelho:
1 Nossa leitura do Novo Testamento comprovou de
que em nenhum texto do mesmo fala-se em EVANGELHOS, no plural, mas sempre, e
sempre em: o Evangelho (no singular). Basta ler os seguintes exemplos:
Marcos 1: 1 / 1: 14 / 1:15 18:35 / 10:29 / 13:10 /
14:9 / 16:15
Mateus 4:23 / 9:35 / 11:5 / 24:14 / 26:13
Lucas 7:22 / 8:1 / 9:6 / 16:16
Atos 11 :20 / 14:7 / 20:24 / 14:21 15:7 / 1610
Romanos 1:1 / 2:16 / 10:16 1:9 1:15 / 1:16 / 15:16
/ 15:19 / 16:25 1 Coríntios 9:12 / 1:17 4:15 9:14 11 Coríntios 2:2 12:12 10:14
11:7 Ainda em: Gálatas, Filipenses, 1 Tessalonicenses, Timóteo, 1 Pedro e
Apocalipse.
Portanto, em mais de 55 vezes, o Novo Testamento
fala em UM Só EVANGELHO, e em nenhuma vez fala em evangelhos (no plural). Isto
coincide com o Alcorão:
A - Marcos 10:29
---Por amor a mim e por amor do
evangelho.-
B - Lucas 8:1
---Andava Jesus de cidade em
cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho.
2 - Nossa leitura do Novo Testamento comprovou que
a Bíblia Sagrada diz, também, que: o Evangelho é de Deus, exatamente como o diz
o Alcorão Sagrado:
A - Marcos 1:14 ---Depois
de João ter sido preso, foi Jesus
para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus.-
B - Romanos 1 : 1
-Separado para o evangelho de
Deus.
C - Romanos 15:16
---No sagrado encargo de anunciar
o evangelho de Deus.-
D - 11 Coríntios 11:7
---Visto que gratuitamente vos
anunciei o evangelho de Deus.
E - 1 Pedro 4:17
-Qual será o fim daqueles que
não obedecem o evangelho de Deus ?-
Assim, depois destes exemplos, não resta qualquer
dúvida de que tanto Jesus, como seus discípulos, pregaram - e sabiam que
pregavam - um só evangelho: o evangelho de Deus. É isto que diz o Alcorão!
32 - Em outros textos do Novo Testamento, aparece
a designação: "o Evangelho de Cristo". Não constitui isto - a nosso ver
- qualquer contradição, pois Jesus recebeu de Deus a missão de pregar, anunciar
e divulgar o Evangelho. Então pode-se dizer que o evangelho - que foi revelado
por Deus a Jesus - é de Cristo, uma vez que Deus lhe deu aquele Livro para
anunciar. 0 importante é que o Novo Testamento fala em UM Só EVANGELHO (no
singular), que é de origem divina, dado a Cristo para ser pregado. Eis alguns
textos bíblicos falando em "Evangelho de Cristo":
A - Marcos 1:1
---Princípio do evangelho de
Jesus Cristo.
13 - Atos 11:20
---Anunciando-lhes o evangelho
do Senhor Jesus.
C - 11 Coríntios 2:2
---Para pregar o evangelho de
Cristo.
Disto que dissemos até aqui, baseado no Novo
Testamento, concluímos que havia um só Evangelho, o qual foi pregado por Jesus
Cristo por seus discípulos, e depois, por seus apóstolos. Esse evangelho, ora
designado "Evangelho de Deus", ora designado "Evangelho de Jesus
Cristo", é reconhecido pelo Sagrado Alcorão, o Livro Divino no qual
baseia-se a fé islâmica.
Mas qual é a realidade de hoje?
Os cristãos têm, atualmente, quatro evangelhos, ou
quatro versões do Evangelho, a saber:
- 0 Evangelho de Mateus, ou segundo São Mateus;
- 0 Evangelho de Marcos, ou segundo São Marcos;
- 0 Evangelho de Lucas, ou segundo São Lucas;
- 0 Evangelho de João, ou segundo São João.
Se havia um só Evangelho: o de Jesus Cristo,
revelado a ele por Deus, por que existem, hoje, quatro versões, com várias
diferenças entre si, e inclusive, com algumas contradições?
E o mais importante: o Evangelho - a exemplo da
Torá e do Alcorão é de origem divina, é revelação de Deus, e por isto, tem - ou
teria que ter - o caráter da imutabilidade, da uniformidade, da
inalterabilidade. Em outras palavras: o texto divino do Evangelho - como
Palavra de Deus - é Escritura Sagrada, é de autoria de Deus, e a nenhum humano,
seja quem for ele, é dada a autoridade, ou o direito, ou o credencial para
modificar, alterar ou revogar as Palavras de Deus.
Pois bem. Não pretendemos enveredar pelo caminho
da análise mais minuciosa dos quatro evangelhos, porque tememos que isto possa
ser interpretado como agressivo de nossa parte. E nós, de modo algum,
intentamos agredir, porque o nosso objetivo é APROXIMAR (com compreensão) e não
afastar, e muito menos acirrar ânimos ou provocar polêmicas. Todavia, não
podemos deixar de registrar, a bem da verdade, que buscamos algumas evidências,
com o único propósito de ajudar, na busca da própria verdade.
Isto posto, dizemos que a TRADUÇÃO das Escrituras
Sagradas, muitas vezes, é responsável por alterações nas mesmas, por modificações
dos textos, e às vezes do sentido. Aliás, neste livro há um capítulo específico
onde abordamos a temática da tradução dos Livros Sagrados.
Voltando à unidade do Evangelho, à singularida de
O Evangelho , dizemos que o Novo Testamento - parte integrante da Bíblia dos
cristãos - nos informa que houveram outros evangelhos além dos quatro
existentes hoje em dia. Exemplos:
1 10- - 0 Apóstolo Paulo (ex-Saulo) tinha um
evangelho, ao qual se refere: "meu evangelho", em mais de uma
epístola.
A - Romanos 2:16
---No dia em que Deus, por meio
de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens de conformidade com meu
evangelho.-
Aproveitamos este texto para chamar a atenção dos
leitores mais uma vez, sobre a compreensão de São Paulo quanto à diferença
entre Deus e Jesus.
B - E o apóstolo Paulo, em sua epístola aos
Romanos, reafirma que tinha um evangelho dele:
---Para vos confirmar segundo o
meu evangelho.-
Romanos 16:25
C - Numa terceira vez, já em sua segunda epístola
aos Tessalonicenses, o apóstolo Paulo fala de um evangelho dele com o apóstolo
Barnabé:
---Vos chamou mediante o nosso
evangelho.
11 Tessalonicenses 2:14
(A propósito: existe um evangelho não reconhecido
- apócrifo - de autoria do apóstolo Barnabé, em árabe pronuncia-se: BARNÁBA.)
22 -A leitura atenta do Novo Testamento revela que
nos primeiros anos do cristianismo, houve quem apresentasse outro evangelho,
diverso daquele de Cristo. Isto confirma-o a palavra abalizada do apóstolo
Paulo, em sua epístola aos Gálatas:
---Admira-me que estejais
passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro
evangelho. 0 qual não é outro senão que há alguns que vos perturbaram e querem
perverter o evangelho de Cristo.-
Gálatas 1:6,7
Reiteramos, portanto, que da leitura atenta destes
versículos do Novo Testamento, aceito pelos cristãos como Livro Sagrado,
conclui-se:
A - Havia na época dos apóstolos de Jesus UM
evangelho que chamava-se: 0 EVANGELHO DE CRISTO.
B - Que na mesma época houvera OUTRO EVANGELHO.
C - Os "Perturbadores" de então
empenharam-se em perverter (falsificar) o Evangelho de Cristo.
D - Que o apóstolo Paulo (São Paulo) recebeu em
revelação (ou inspiração?) um evangelho.
Onde estaria - agora - o evangelho de São Paulo?
32 - No Apocalipse 14:6, lê-se:
---... tendo um evangelho
eterno para pregar.
Pois bem.- "um evangelho eterno" faz
entender que, além de singular, é ETERNO, isto é: IMUTÁVEL, INALTERÁVEL,
Infalível, DIVINO. Eterno, como o entendem - e acreditam - os muçulmanos, pois
se é Palavra de Deus, não pode sofrer variações, nem esteja sujeito a
modificações, exatamente como entendem os muçulmanos e acreditam ser o Alcorão
Sagrado: desde a sua revelação a Maomé (Muhammad S.A.A.W.S.) por Deus, e até
hoje, e até sempre, é, e será, o mesmo texto, sem tirar nem pôr uma palavra,
uma letra sequer!
Não obstante, constata-se no Evangelho, segundo
São Lucas 1:1,2,3
---Visto que muitos houve que
empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram...
Igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde
sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo TEÓFILO, uma exposição em
ordem.-
Destarte, vê-se que São Lucas escreveu sua versão
do Evangelho, depois dele constatar de que muitos outros empreenderam igual
trabalho (escrever versões dos fatos). E São Lucas o fez depois de muito
investigar... a fim de dá-lo a um excelentíssimo TEóFILO.
Outro ponto importantíssimo a considerar, é: o
relato de São Lucas (sua versão dos fatos) abrange a fase posterior à morte de
Jesus Cristo, enquanto a REVELAÇÃO de Deus (o Evangelho de Deus) foi feita a
Jesus APENAS. Deste modo, há incorporado à narração de São Lucas, algo
que não é dito por Jesus, portanto de autoria humana!
49 - No Evangelho, segundo São João 21:24, lê-se:
---Este é o discípulo que dá
testemunho a respeito destas cousas, e que as escreveu; e sabemos que o seu
testemunho é verdadeiro.
Há neste texto do Evangelho de São João três
coisas importantes a destacar
A - 0 Evangelho é apresentado como escrito por
João (discípulo).
B - Afirma-se que é "seu testemunho",
portanto a 3a- pessoa do singular (de quem está se falando) e não na 1a-
pessoa.
C - 0 verbo "sabemos" está na 3a- pessoa
do plural!
Conclusão: teria sido o discípulo João o autor
real deste evangelho? Teria o escrito sozinho? Sabendo-se que o 42 evangelho
fôra escrito em grego, e Jesus Cristo falava hebraico e aramaico?!
Lembramos de dois versículos do Velho Testamento,
do Livro de Jeremias: (23:36) e (8:8).
DIFERENÇAS
ENTRE OS QUATRO EVANGELHOS.
A partir da constatação irrefutável de que Jesus
Cristo, seguido por seus discípulos enquanto com eles, e por seus apóstolos,
depois dele, pregou UM EVANGELHO que o Novo Testamento designa "Evangelho
de Deus", e às vezes: "Evangelho de Jesus Cristo", e outras
vezes é designado: "Evangelho eterno" (no Apocalipse 14:6).
A partir disto, conclui-se que este evangelho no
singular, tem um texto uniforme e coerente, pois as Palavras de Deus são
IMUTÁVEIS e INALTERÁVEIS, e nisto, o Sagrado Alcorão concorda plenamente.
Têm - ou teriam - estas características (da
unidade do texto) os quatro evangelhos reconhecidos como sagrados?
Para a resposta, vamos transcrever textos dos
evangelhos de São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João, falando todos do
mesmo assunto:
12 - Quem carregou, efetivamente, a cruz de Jesus?
A - São João 19:17
---Tomaram eles, pois, a Jesus;
e ele próprio, carregando a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário.--
Assim, São João afirma, CATEGORICAMENTE, que Jesus
carregou a própria cruz.
B - Todavia, no Evangelho de São Mateus 27:32,
lemos:
---Ao sairem, encontraram um
Cirineu, chamado Simão, a quem obrigaram a carregar-lhe a cruz.
C - No que concorda São Marcos 15:21
---E obrigaram a Simão Cirineu
que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar-lhe a cruz.
PERGUNTA-SE: Quem, realmente, carregou a cruz de
Jesus, ele ou Simão?
22 - Qual foi, efetivamente, a hora da
crucificação de Jesus?
A - No Evangelho de São Marcos 15:25
---Era a hora terceira quando o
crucificaram.
B - Mas no Evangelho de São João 19:14
---E era a parasceve pascal,
cerca da hora sexta.-
C - Já no Evangelho de São Mateus 27:46
---Por volta da hora nona, clamou Jesus em
alta voz: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
PERGUNTA-SE: Qual foi, precisamente, a hora? 3a-
6a- ou 9a- PERGUNTA-SE (2): Como Jesus é Deus, e chama a outro: Deus meu, Deus
meu?
32 -Os evangelhos de São Mateus e de São Marcos
relatam o milagre da cura da cegueira, operado por Jesus.
A - No Evangelho de São Marcos:
--- ... Bartimeu,
cego mendigo... diz a Jesus: -Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim... e
Jesus lhe diz: -vai, a tua fé te
salvou - . E imediatamente tornou a ver. -
Marcos 10:46,47,52
B - No Evangelho de São Mateus, dois cegos dizem a
Jesus:
1 'Senhor,
que se nos abram os olhos. . .---Condoído, Jesus tocou-lhes os olhos, e imediatamente
recuperaram a vista.
Mateus 20:30,33,34
PERGUNTA-SE: Eram dois cegos, ou um cego somente?
42 - Sabe-se que Jesus Cristo entrou em Jerusalém,
no domingo de ramos, montado. Eis como os quatro evangelistas relatam esse
episódio:
A - Mateus 21:2 a 7
---Ide à aldeia que ai está
diante de vós e logo achareis presa uma jumenta, e com ela um jumentinho.
Desprendei-a e trazei-mos. . . Trouxeram a jumenta e o jumentinho. e sobre eles
Jesus montou. -
Mateus 21:2 a 7
B - Marcos 11:2
---E disse-lhes: ide à aldeia
que aí está diante de vós e, logo ao entrar, achareis preso um jumentinho no
qual ainda ninguém montou: desprendei-o e trazei-o.
Marcos 11:2
C - Lucas 19:30
---Dizendo-lhes: Ide à aldeia
fronteira, e ali, ao entrar, achareis preso um jumentinho em que jamais homem
algum montou; soltei-o e trazei-o. -
Lucas 19:30
D - João 12:14
---E Jesus, tendo conseguido um
jumentinho, montou nele.
João 12:14
PERGUNTA-SE:
1 - Eram dois, ou um jumentinho apenas?
11 - Era jumenta, ou jumento?
111 - Como pode alguém montar sobre dois jumentos,
simultaneamente?
IV - Como poderiam (os discípulos) trazer os
jumentos (ou o) sem o consentimento do dono?
V -0 texto de São João difere dos demais, pois não
faz entender qualquer 11 profecia".
52 - Os evangelistas narram um feito milagroso de
Jesus, ocorrido na terra dos GADARENOS. Vejamos:
A ----... Vieram-lhe ao encontro dois
endemoninhados.
Mateus 8:28
13 ----Ao desembarcar,
logo veio ao seu encontro um homem possesso.
Marcos 5:2
C - -Logo ao desembarcar, veio... ao seu encontro um homem possesso...
Lucas 8:27
PERGUNTA-SE: Vieram dois, ou um só?
62 -Jesus, segundo os evangelistas São Mateus, São
Marcos e São Lucas, fez a seus discípulos recomendações de austeridade.
Vejamos:
A
----Nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de
sandálias, nem de bordão, porque digno é o trabalhador do seu alimento. -
Mateus 10:10
13 -
-Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, exceto apenas um bordão. .
Marcos 6:81C C ----E disse-lhes: Nada leveis para o caminho,
nem bordão, nem alforje nem pão, nem dinheiro.
Lucas 9:3
PERGUNTA-SE: Jesus recomendou - ou não - o bordão?
7o- - Este ponto, a nosso ver, além de importante,
é, também, de extrema gravidade, pois trata da genealogia de Jesus:
A - -Jessé gerou ao Rei Davi; e o Rei Davi, a Salomão.--- Mateus
1:6
B - Mená filho de Matatá, este filho de Natá, filho de Davi .--
Lucas 3:31 PERGUNTA-SE: A qual dos dois filhos de
Davi remonta a genealogia de Jesus Cristo: a Natã? ou a Salomão?
C ----Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se
chama o Cristo.--- Mateus 1:16
D ----Era, como se cuidava, filho de José, filho de Heli Lucas
3:23
PERGUNTA-SE: Quem gerou José: Jacó ou Heli?
PERGUNTA-SE (2): E o mais grave, Jesus considera-se da genealogia de José? ou
apenas da de Maria?
82 - No mesmo evangelho - o de São João -
depara-se com dois pronunciamentos de Jesus, aparentemente contraditórios, a
saber:
A ----Se eu testifico a respeito de mim mesmo, o meu testemunho
não é
verdadeiro.--- João 5:31
B - -Respondeu Jesus e disse-lhes: Posto que eu testifico de mim mesmo, e
meu testemunho é verdadeiro, porque sei donde vim e para onde VOU.
João 8:14
PERGUNTA-SE: Seria - esta contradição -
conseqüência de má tradução? Ou é de outra natureza?
C E L I B A T 0
Um dos pontos em que divergem, ATUALMENTE, algumas
igrejas cristãs e a religião muçulmana, é o CELIBATO dos religiosos dos dois
sexos. Dissemos "algumas igrejas cristãs" porque várias seitas
cristãs permitem o casamento a seus prelados. Então a divergência, neste ponto,
existe entre cristãos e cristãos, inclusive.
Nosso objetivo, todavia, é enfocar os princípios
corânicos e seus correspondentes bíblicos, concementes a este tema, uma vez que
o Islamismo baseia-se no Alcorão Sagrado, e todas as correntes cristãs se
baseiam na Bíblia Sagrada.
No tocante à vida monástica, hoje vigente em
algumas igrejas cristãs, e preceituada a religiosos e religiosas como condição
para o exercício do Sacerdócio, devemos dizer que a religião muçulmana não
impõe o celibato a seus religiosos; ao contrário: recomenda e incentiva que os
religiosos muçulmanos sejam CASADOS.
No que concede à vida monástica, no âmbito do
cristianismo, o Alcorão Sagrado diz:
"... E enviamos (Deus enviou) Jesus,
Filho de Maria, a quem concedemos o Evangelho, e dotamos o coração dos que o
seguiram de compaixão e misericórdia. Estes instituíram (para si mesmos) a
vida monástica (celibato) com o objetivo de agradarem (mais) a Deus.
E eles, contudo, não a observaram como deveriam."
Alcorão 57:27
Este texto corânico nos diz que Deus concedeu o
Evangelho a Jesus, depois de enviá-lo Apóstolo, e Deus dotou os corações dos
cristãos (seguidores fiéis de Jesus) de compaixão, misericórdia e bondade,
portanto, altos elogios do Alcorão para os bons cristãos. Entretanto, o que
mais nos interessa neste capítulo é o que o texto corânico diz a respeito de um
tema crucial, e sempre palpitante: o celibato dos religiosos de algumas
correntes cristãs.
Seria isto. (o celibato) da ESSÊNCIA da religião
pregada por Jesus Cristo? Seria, o celibato, uma ordem de Deus transmitida por
Jesus Cristo? 0 Alcorão Sagrado nos diz que não!
Diz, o Alcorão Sagrado, que a vida
monástica foi instituída por seguidores de Jesus, para si mesmos
instituíram-na, com objetivos nobres: agradar mais a Deus! Todavia, essa vida
monástica não foi observada, como deveria ser, pelos que a instituíram. Isto é:
foi, por alguns (ou por muitos), em diferentes épocas, DESVIRTUADA!
Isto posto, fomos procurar na Bíblia Sagrada, mais
precisamente no Novo Testamento, se havia algum texto sagrado dito por Jesus,
ou por seus discípulos, ou ainda pelos apóstolos que se encarregaram de
divulgar a doutrina de Cristo, posteriormente... se havia algum texto
evangélico que DETERMINASSE a vida monástica (celibato) aos religiosos
cristãos. Eis o que encontramos:
1o- - Na primeira epístola de São Paulo aos
Coríntios:
A ----... É melhor casar do que viver
abrasado.--- 1 Coríntios 7:9
B ----E também o de fazer-nos acompanhar de esposa
crente, como fazem os
demais apóstolos. . .--- 1 Coríntios
9:5
22 - Na primeira epístola de São Paulo a Timóteo:
A - -É necessário, portanto, que o bispo seja
irrepreensível, esposo de unia
só mulher. . .--- 1 Timóteo
3:2
B ----E que (o bispo) governe bem
a sua própria casa, criando os filhos, sob disciplina com respeito. Pois se alguém
não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus.?
1 Timóteo 3:4,5
C ----0 diácono seja marido de uma só mulher, e
governe bem seus filhos e sua própria casa.
1 Timóteo 3:12
32 - Vamos agora trazer dois textos do Novo
Testamento, extraordinariamente significativos, no tocante à vida monástica:
A ----Digno de honra entre todos seja o matrimônio,
bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e os adúlteros
Hebreus 13:4
B - Solicita-se muita ATENÇÃO na leitura
do texto que segue: -Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos
tempos alguns apostatarão do fé, por
obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios. Pela hipocrisia dos
que falam mentiras, e que têm cauterizada a própria consciência. Que proíbem o
casamento, exigem abstinência de alimentos, que Deus criou para serem recebidos
com ações de graça, pelos fiéis e por
quantos conhecem plenamente a verdade. Pois tudo que Deus criou é bom. . .-
1 Timóteo 4:1,2,3,4
REFLEXÕES SOBRE ESTES TEXTOS BÉLICOS:
Nos itens 12, 22 e 3o- transcrevemos versículos do
Novo Testamento, que é a Escritura Sagrada referente a Jesus, e ao período
pós-Jesus.
E o que conclui-se da leitura atenta dos mesmos?
1 - Conclui-se, mui especificamente, que o Livro
Sagrado dos cristãos NADA contém de favorável ao celibato, muito AO CONTRÁRIO:
recomenda que é melhor CASAR-SE. (1 Coríntios 7:9)
11 - Conclui-se que os apóstolos de Jesus
faziam-se acompanhar de suas esposas. (1 Coríntios 9:5)
111 - Conclui-se que ser o bispo CASADO fazia-se
necessário. (1 Timóteo 3:2)
IV - Conclui-se que o bispo que não sabia cuidar
bem dos próprios filhos, da esposa e da própria casa (e família) não era
habilitado para cuidar da igreja de Deus! (1 Timóteo 3:4,5)
V - Conclui-se que o diácono (religioso, evidentemente)
deveria ser marido e pai de filhos. E, a exemplo do bispo, deveria cuidar bem
dos filhos e da própria casa. (1 Timóteo 3:12)
Vi - Que o matrimônio seja honrado ENTRE TODOS
(sem excluir ninguém e nenhuma categoria). E que Deus julgará os adúlteros
(casados infiéis) e os impuros (não-casados que fornicam). (Hebreus 13:4)
Vil - Importantíssimo observar nos versículos
1,2,3,4 do capítulo 4 da 1 epístola de São Paulo a Timóteo, que ele, São Paulo,
chama de Apóstatas, de mentirosos e de hipócritas, aqueles que PROIBIRÃO -
entre outras coisas - 0 CASAMENTO!
Fica, deste modo, mais do que comprovada a
veracidade do texto do Sagrado Alcorão (57:27) que diz não ter sido Deus quem
instituiu, aos cristãos, a vida monástica (o celibato), mas foram eles que a si
mesmos a instituíram, muito depois do tempo de Jesus Cristo, e muito depois
do tempo dos apóstolos dele, São Paulo, São João, São Pedro e outros.
E a outra constatação que comprova a veracidade do
texto corânico que diz: 11 os cristãos não observaram a vida
monástica como deveriam", está no fato de que no BRASIL há uma associação
de ex-padres (atualmente casados) que congrega alguns milhares de ex-sacerdotes
cristãos que abandonaram o celibato e se casaram, e hoje têm esposas, filhos e
lares, como os bispos e os diáconos do tempo do apóstolo São Paulo. Só que no
tempo de São Paulo, bispos e diáconos casavam-se e continuavam padres
(religiosos). Todavia, nos tempos presentes, os prelados que se casam são
forçados a renunciar sua condição de religiosos.
E por último, fazemos uma observação: o texto de 1
Timóteo 3:5, diz: a igreja de Deus".
SALVAÇÃO
Todos os homens que acreditam na imortalidade da
alma, e que crêem na ressurreição após a morte, e que crêem no julgamento de
Deus no Juizo Final, sonham com a salvação, porque depois do julgamento de
Deus, cada qual terá sido sentenciado conforme seus próprios atos e
comportamento na vida terrena. Deste raciocínio decorre a crença na Justiça de
Deus, e mais do que isso: o reconhecimento da soberania e da autoridade de Deus
sobre tudo e sobre todos. A partir disto, indaga-se: como salvar-se? E mais:
quem salva? As duas indagações conduzem a uma resposta quase única: salva-se
seguindo os mandamentos de Deus, porque Ele - Deus - e apenas ELE é quem salva!
E quais são os mandamentos de Deus?
Quase todas as religiões coincidem quanto aos
mandamentos de Deus: resumem-se na fé em Deus único, UNO, e no cumprimento de
tudo que Deus preceituou como deveres religiosos, como: ORAR, JEJUAR, FAZER
CARIDADE, e como deveres e regras de convívio e relacionamento familiares e
sociais: amar e honrar pai e mãe, amar e educar filhas e filhos, amar os
semelhantes e respeitar os direitos deles.
Evidentemente que nem todos conseguem, por razões
e motivos vários, cumprir todos os mandamentos de Deus. Destarte, TODOS
necessitam do perdão de Deus para salvar-se. Deste modo, chegamos a um dado
precípuo:
Todos dependem do perdão de Deus para se salvar.
Por quê?
Porque Deus é a Autoridade Máxima, o Juiz-Mor, o
Soberano Absoluto, a Derradeira instância! E isto está registrado de modo
indubitável, tanto no Sagrado Alcorão, quanto na Bíblia Sagrada. Porém, o
Alcorão nos informa de que há um único pecado, se cometido, para o qual não há
perdão. Qual é?
"Deus
não perdoa que sejam adorados outros juntamente com Ele, e perdoa todo o mais
para quem Ele quizer. quem crê em algo(ou alguém)além de Deus, comete grandioso
pecado."
Alcorão 4:48 70
Vamos explicitar este versículo corânico: Deus,
que é Bondade, Amor e Misericórdia, perdoa as faltas menores das criaturas,
porque Ele - Deus sabe que as criaturas -por- Ele mesmo criadas - são fracas,
frágeis e falíveis. Porém, há uma falta, por ser de natureza sumamente grave,
Deus não a perdoa: é a falta que algum ser humano comete quando dedica adoração
- e cultos à alguma entidafr associando-a a Deus. Estende-se este conceito à
prática do politeísmo, da idolatria e do ateísmo.;
Será que a Bíblia Sagrada, o Livro dos cristãos,
coincide com o Alcorão Sagrado dos muçulmanos, neste ponto? Vejamos:
A - No Evangelho de São Marcos, encontramos:
-Qual o principal de todos os mandamentos?
Respondeu Jesus: 0 principal é: Ouve ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único
Senhor.
Marcos 12:28,29,30
13 - No Evangelho de São Lucas:
---Mas Jesus lhe respondeu: ---Ao Senhor teu Deus
adorarás, e só a Ele darás culto.
C No Evangelho de São Lucas:
'lodo
aquele que proferir uma palavra contra o Filho do homem, is
so
lhe será perdoado,- mas, para o que blasfemar contra o Espírito
Santo, não haverá perdão ---- Lucas 12:10
OBS.. Nosso entendimento que o termo
"Espírito Santo", neste versículo (e no versículo 3:29 Marcos)
refere-se a DEUS!
E no Evangelho de São Marcos 3:29, a sentença é
mais categórica:
---Aquele que blasfemar contra o Espírito Santo
não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno
Vê-se, claramente, que o texto dos evangelhos
coincide com o texto do Alcorão, conforme os exemplos transcritos antes, os
quais querem dizer o seguinte:
1 - Jesus diz que Deus é o único Senhor.
11 -Jesus diz que somente a Deus deverá ser dado
culto.
III - Jesus diz que blasfemar contra o Espírito
Santo (na nossa opinião designando Deus) não tem perdão para sempre, e o
classifica de pecado eterno.
Contudo, alguém poderá alegar que a expressão
"Espírito Santo", nos textos evangélicos, não se refere a Deus. Nós
concordamos. Todavia, entendemos que o termo "Espírito Santo" usado
no texto bíblico em questão: (Marcos 3:29) e (Lucas 12:10), não se refere ao
anjo GABRIEL, e sim ao próprio Deus,
e entendemos que esse uso (talvez inadequado) é decorrente da tradução. Com que
lógica? É fácil: na ordem que os cristãos colocam as pessoas da TRINDADE, o
Espírito Santo vem em último lugar, sendo pela ordem:
1o- - 0 Pai;
22 - 0 Filho;
32 - 0 Espírito Santo.
• Pai é o Maior! É o Criador!
• Filho é posterior ao Pai e "procede"
do Pai. É criado.
0 Espírito Santo "procede" do Pai e do
Filho, ou mediante o Filho, portanto é também criado, e menor que o Pai e o
Filho. Inclusive, houve um bom lapso de tempo (no século IV) em que o Espírito
Santo não fez parte da DIVINDADE dos cristãos, a qual -a DIVINDADE -
restringiu-se ao Pai e ao Filho.
Pois bem. 0 texto em questão (Marcos 3:29 e Lucas
12:10) faz entender que o Espírito Santo (referido) é maior, BEM MAIOR que o
Filho do homem (que é Jesus), pois enquanto blasfemar contra o FILHO é
perdoado, não haverá perdão para quem blasfemar contra o Espírito Santo, porque
constitui pecado eterno. Como o texto bíblico, em questão, omite qualquer
consideração à pessoa do Pai, entendemos que o anjo não poderia ser maior que o
Filho e o Pai!
Isto posto, voltamos à salvação. Para uma pessoa
que Crê em Deus único e UNO, e a Ele somente dedica cultos e adoração, a
salvação é possível, desde que se procure, honestamente, agir de acordo com os
mandamentos deste Deus. Em outras palavras: salva-se quem acredita,
verdadeiramente, em Deus, o Verdadeiro. E esta crença, esta fé traduz-se em
ações. Provavelmente a esta fé referia-se Jesus quando dizia:
---A tua fé te Salvou 9:22)
E isto está registrado, tanto no Alcorão, quanto
na Bíblia
A - No Alcorão: "Os que crêem (em Deus) e praticam boas ações, terão o paraíso
como moradia."
Alcorão 18:107
B - No Novo Testamento: -Meus irmãos, qual o
proveito, se alguém disser que tem fé mas não tiver obras? Pode, acaso,
semelhante fé salvá-lo?
--A fé. se não tiver obras, por si só está morta.
Tiago 2:14
Para aprofundar-se mais no conceito: SALVAÇÃO,
recomendamos a leitura dos seguintes textos bíblicos: Mateus 7:24 / Marcos
16:15 / Lucas 19:9 / Romanos 1: 16 1 M ateus 9:22,29.
A
TRADUÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS
Deixamos este capítulo para o final do nosso
livro, porque nós nos referimos muito ao tema ao longo de quase todos os outros
capítulos. A questão da tradução das Escrituras Sagradas é importante, e mais
ou menos controversa e perigosa em todas as religiões.
Para a unanimidade dos teólogos muçulmanos
(ULEMÁS), a tradução do Sagrado Alcorão para qualquer idioma não se considera
Alcorão, e sim: Tradução dos significados (sentido) dos versículos corânicos.
Por quê?
Antes de respondermos, queremos evitar equívocos.
Deve-se traduzir os
significados do Alcorão para todas as línguas
faladas - e que venham a ser -
no mundo, pois a Mensagem Corânica é UNIVERSALISTA,
e como tal, deve
chegar a todos os homens, em todos os lugares e em
todos os tempos. Isto é
extensivo a todas as Mensagens Divinas! Porém, com
uma ressalva impor
tantíssima:
Deve, a Mensagem de Deus, chegar a todos: genuína,
autêntica, pura, fiei, verdadeira! E isto nem sempre é possível. Aí reside a
reserva em não considerar a TRADUÇÃO como se fosse a PRÓPRIA Escritura Sagrada.
Pois quem realiza a tradução pode não conhecer plenamente o idioma original da
Revelação Divina, esta é a primeira razão.
A segunda razão: Certamente o tradutor não alcança
todo o objetivo de Deus, contido nos versículos sagrados, pois ao passar dos
anos e dos séculos, as Palavras Divinas vêm revelando novos significados, à luz
da EVOLUÇÃO. A terceira razão é que o tradutor pode não dominar TOTALMENTE o
idioma para o qual verte as Escrituras Sagradas, e, então, recorre-se a
sinônimos e composições que, nem sempre expressam fielmente o conteúdo do
original.
Fazemos esta breve introdução para demonstrarmos a
eventualidade da ocorrência de deturpações não intencionais, e de distorções,
quando traduzem-se textos Sagrados. Isto sem falar em distorções e deturpações
INTENCIONAIS, fruto de interpretações casuísticas, as quais ocorrem - e
ocorreram - em maior ou menor profundidade em todas as religiões.
Para ilustrarmos a primeira hipótese, isto é: da
tradução deturpada sem más intenções, transcrevemos a seguir duas versões do
mesmo versículo corânico, para a língua portuguesa,
constantes nas únicas duas traduções efetuadas no Brasil.
Exemplo: Versículo 48 da Surata 3, assim traduzido
por Samir Hayek:
"Ele lhe ensinará a escrita, a sabedoria, a
Torá e o Evangelho."
Agora o mesmo versículo, traduzido por Mansour
Challita:
"E Deus ensinar-lhe-á as Escrituras e a sabedoria
e a Torá e o Evangelho."
OBSERVAÇÕES:
Um tradutor usou: "Ele", o outro usou: "Deus".
Um tradutor usou o vocábulo "a escrita", o outro usou:"as Escrituras". São
duas diferenças decorrentes de diferentes entendimentos, numa linha apenas do
texto corânico, sendo uma das diferenças bem significativa:
É a escrita... ou: as Escrituras?
Pois, convenhamos, não são sinônimos.
22
Exemplo: Versículo 55, Surata 3, tradução de Samir
Hayek: "E quando Deus disse: Ó
Jesus, por certo que porei termo à tua estada na terra; ascender-te-ei até Mim
e salvar-te-ei dos incrédulos.
Agora o mesmo versículo, na tradução de Mansour
Challita:
"E
quando Deus disse: "ó Jesus, matar-te-ei e elevar-te-ei até Mim, e
purificar-te ei dos que descrêem. . ."
Deus! Quantas diferenças num único versículo!
OBSERVAÇÕES:
É ascender-te-ei... ou: elevar-te-ei? É salvar-te-ei... ou:
purificar-te-ei?
É: dos que descrêem... ou: dos incrédulos?
E estas
diferenças, não são tão graves, embora dêem a quem não conhece o original árabe
idéias diversificadas, porém a gravidade está no que Deus disse a Jesus:
Teria dito: "Por certo porei termo à tua estada na
terra"? ou: "Matar-
te-ei"?
0 vocábulo
constante no original em árabe é UMA única PALAVRA, assim transliterada:
"MUTAUAFFICA", e nada mais! MUTAUAFFICA, deriva-se de UAFAT que se
traduz por MORTE. 0 único vocábulo em questão poderia ser traduzido por um
outro vocábulo apenas: MORRERÁS!
Entretanto, um
tradutor usou nove (9) palavras para verter SOMENTE UM vocábulo ao português, e
o outro tradutor não foi bem sucedido, uma vez que traduziu-o por
"Matar-te-eí", absolutamente incorreto!
Bastam, a nosso
ver, estes dois exemplos para ilustrarmos a nossa tese, e ressaltá-la, embora
tenhamos encontrado deturpações, distorções,
acréscimos e
omissões (exclusões) nas duas traduções aludidas do Alcorão. Porém,
acrescentamos outro exemplo:
Alguns exegetas
do Alcorão, em séculos passados, entenderam o vocábulo árabe: "ZARRAH", que indica tamanho
bem diminuto, entenderam traduzi-lo por FORMIGA,
uma vez que naqueles tempos não havia sido descoberto, ainda, 0 ÁTOMO, tradução correta de ZARRAH, e hoje ainda, encontramos em
língua portuguesa a palavra ZARRAH traduzida
como FORMIGA!
Mas o nosso
objetivo, neste capítulo, não é tanto comentarmos a tradução do Alcorão, pois
ele, felizmente, conserva-se no original árabe, num texto UNO, UNIFORME, IGUAL,
desde a sua Revelação, e qualquer erro, é imediatamente detectado e facilmente
corrigido.
Nosso objetivo
principal é a tradução da Bíblia Sagrada, mais precisamente: o EVANGELHO, o
qual foi revelado por Deus a Jesus em HEBRAICO (ou em ARAMAICO, segundo
outros), e os estudiosos da Bíblia, que são cristãos, sabem que o Evangelho de
São João - por exemplo - foi traduzido de um original GREGO, não hebraico, nem
aramaico.
A partir disso,
sabe-se que o Novo Testamento foi traduzido - ou parte dele - de uma outra
tradução, e não do original, da língua na qual foi revelado a Jesus. Disso
decorrem muitas diferenças de um evangelho - dos quatro - para outro, embora
refiram-se à mesma sentença dita por Jesus. E decorre, também, o fato de
constar, de algum dos quatro evangelhos, algum episódio, às vezes
importantíssimo, e o mesmo não constar dos outros. Como exemplo apenas, citamos
o fato de não constar no Evangelho de São João o episódio da Santa Ceia, um dos
pontos angulares da fé cristã.
Mas para
exemplificar sobre a asserção que desenvolvíamos, transcrevemos estes textos
evangélicos:
1 - Evangelho de São João 5:2
-Ora, existe ali junto à porta das ovelhas, um tanque chamado em
Hebraico, BETESDA. . .
Logo: Este texto
já é uma tradução de outra tradução, portanto não se encontrava no idioma
original.
11 - Evangelho de
São João 20:16
---Ela lhe disse,
em hebraico, RABÔM; que quer dizer mestre.
Aliás, nos quatro
evangelhos encontram-se vários vocábulos traduzidos - todos - por: MESTRE,
como: RABBI, RABI, RABONA, RABÔM, RABINA, etc.
111 - No
Evangelho de São João 9:7
---No tanque de SILOÊ que quer dizer Enviado.
No Evangelho de
São Lucas 13:14
-Desabou a torre
de SILOÉ... PERGUNTA-SE: SILOÉ era torre, ou tanque?
JESUS CRISTO NA VISÃO DE UM
MUÇULMANO
Como os exemplos
citados 71 comprovam, cabalmente, a nossa tese, vamos, em seguida, transcrever
alguns textos - e episódios - do Novo Testamento que, além de reforçar a tese,
comprovam sua gravidade:
1 - Texto de 1 Coríntios 1:25
---Porque a
loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte
do que os homens.-
É simplesmente
inaceitável atribuir a Deus fraqueza, quanto mais loucura!!! E o pior: em
outras traduções, para outros idiomas, a expressão: "loucura de Deus"
aparece como: "estupidez de Deus" ou "ignorância de Deus".
Simplesmente LAMENTÁVEL!
11 - Texto de
Gálatas 3:13
---Cristo nos
resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar,
porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro.
Para nós,
muçulmanos, Jesus é BENDITO, é ABENÇOADO, por Deus (onde quer que Jesus esteja)
conforme diz o Alcorão 19:33. E nos evangelhos encontramos:
-Bendito quem vem
em nome do Senhor.-
Portanto, é
absolutamente difícil - e impossível - associar "Maldição" e
"Maldito" à pessoa de Jesus Cristo!
111 - Quem
conhece BEM o Novo Testamento, sabe da importância do discípulo' PEDRO, tanto
para Jesus, quanto para o cristianismo como um todo. Mas no Evangelho de São
Mateus 16:23, lemos:
-Jesus disse a
Pedro: Arreda! SATANÁS! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das
cousas de Deus. . . "
É difícil aceitar
que Jesus tenha chamado PEDRO de Satanás e de pedra de tropeço, quando em outro
texto Jesus diz que sobre Pedro edificará sua igreja!
Mais difícil ainda de aceitar, é o
texto do Evangelho de São Marcos 8:32
71. Para um conhecimento
mais amplo sobre isto, recomendamos verificar os seguintes textos bíblicos,
entre outros: Marcos 5:41 / 7:34 / 14:45; João 1:38 / 1:41 / 1:42 / 19:13 /
19:171 Atos 9:36
26:14; Apocalipse 9:11.
---Mas Pedro,
chamando-o à parte (a Jesus), começou a
reprová-lo.-
Como, e com que autoridade,
pode Pedro reprovar Jesus? Só pode ser erro de tradução!
IV - Jesus é quem
teria dito, segundo São Mateus 19:24
---E ainda vos
digo que é mais difícil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que
entrar um rico no reino de Deus.-
Um camelo jamais
vai passar pelo fundo de uma agulha, logo: um rico jamais vai entrar no reino
de Deus!
É DIFÍCIL crer
que Jesus tenha dito isto, assim tão genericamente. Salvo... qualquer equívoco,
ou supressão, em relação ao texto original. Pois Jesus é bondoso, é justo, e
além de tudo, falava as palavras que o Pai (Deus) lhe transmitia, e o Pai
(Deus) não barrará a entrada de todos os ricos a Seu Reino, porque existem
ricos bons, caridosos, honestos, retos, bondosos, benfeitores e cumpridores de
seus deveres. E embora possam ser poucos, será que Deus impediria a entrada
deles para Seu reino, somente por serem ricos? Jesus não teve seguidores e
simpatizantes ricos?
Só podemos atribuir isto à tradução
equivocada.
V - Neste
contexto também, incluímos o diálogo havido entre Jesus e a mulher cananéia
segundo o Evangelho de São Mateus 15:24,25,26
-Jesus respondeu
(à mulher): Não fui enviado
senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Então, ele (Jesus), respondendo à mulher), disse: Não é bom tornar os pães dos filhos e lançá-los
aos cachorrinhos
Mateus 15:24-26
Neste caso, só
admite-se ter havido confusão na tradução, pois custa nos acreditar que Jesus,
que é todo bondade, ternura, e gentileza, além de ser SALVADOR, tenha comparado
a mulher cananéia aos cachorrinhos. No mínimo, seria inusitado, pois denota
violência, rudeza e discriminação, nada compatíveis com a missão humanizante e
igualitária de Cristo, além de aspereza com uma MULHER, comparando-a a
cachorrinhos.
Inegavelmente,
para nós, é um caso de equívoco na tradução. Aliás, esse caso suscita outra
estranheza: se a missão de Jesus é UNIVERSALISTA, como seria coerente
compatibilizá-la com estes dizeres atribuídos a Jesus:
---Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa
de Israel.---?
Vi - Para
finalizarmos este capítulo, dedicado à tradução de Escrituras Sã
gradas, com
eventuais distorções, deturpações e equívocos, transcrevemos do Evangelho de
São Marcos o seguinte relato:
---No dia seguinte, quando saíram de Betânia, (Jesus) teve fome. E, vendo de longe unia figueira com
folhas, foi ver se nela, porventura, acharia alguma cousa. Aproximando-se dela,
nada achou senão folhas; porque não era tempo de figo.
Então lhe disse Jesus: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E seus
discípulos ouviram isto.
Marcos 11:12,13,14
A nosso ver, este
relato deve estar prejudicado pela tradução de um idioma para outro. Porque se
fosse autêntico, nos obrigaria a considerar:
A -Se não era
tempo de figo, como exigir-se de uma figueira contrariar a própria natureza?
B - Como
acreditar que Jesus Cristo, todo AMOR e COMPREENSÃO, amaldiçoaria uma figueira,
secando-a, se a mesma não. era responsável pela falta de seus frutos?
C - A figueira
não era propriedade de Jesus. Como admitir que ele causaria danos ao
proprietário da figueira, inutilizando-a para sempre?
Neste contexto sobre equívocos
provocados pela tradução, lembramos a abordagem dos múltiplos sentidos dos
termos: "Espírito Santo" e "Senhor', por nós detalhados neste
livro, e outros comentários nossos, ao longo de toda a matéria do mesmo.
E para fechar, citamos uma notícia
interessante, veiculada por órgãos da imprensa escrita do Brasil, em maio deste
ano de 1989 72 vinda dos E.U.A., informando de que a Bíblia está sendo
submetida a uma revisão que modificará o texto da mesma, texto esse editado em
1952. Essa revisão inclui alterações que incorporam descobertas históricas e
reduzem discriminações de sexo e a confusão de linguagem, de acordo com
declarações de autoridades eclesiásticas do Conselho Nacional de Igrejas dos
E.U.A.
"Teremos uma bíblia adequada
aos nossos tempos", declarou o Secretário Geral adjunto do referido
Conselho.
A notícia diz que "A revisão
elimina o uso da palavra homem nas passagens bíblicas em que o texto se refere a homens e a mulheres
em geral". E foi citado como exemplo, um texto do Evangelho de São Mateus
onde se lê "Nem só de pão vive o homem", o qual passará a ter,
na nova edição, este texto: "Nem só de pão se vive". Outra
modificação citada pela autoridade cristã, prende-se a um texto do Cântico de
Salomão (V.T.) onde se lê: "Sou negro, porém belo", o qual passará a
ter outra redação, ou seja: "Sou negro e belo". Fim da notícia do
jornal.
Apenas dizemos que, notícias como esta, reforçam
nossa reserva em relação às traduções de "Escrituras Sagradas",
porque alteram, pela vontade dos homens, as Palavras de Deus que são
INALTERÁVEIS.
"Fundamentalismo"
como
entendido no ocidente,
é um
conceito estranho ao Islam
Abdullah bin Ali al-‘Ulayyan
escritor e jornalista de Oman
Em um mundo repleto de tensões, envolvimentos em
conflitos, padrões duplos e julgamentos apressados, fica difícil propor
critérios específicos com relação aos vários problemas intelectuais que ocorrem
e estudá-los cuidadosa e imparcialmente. Um termo problemático, por exemplo, é
"fundamentalismo" islâmico (ou muçulmano), uma palavra que carrega em
si, conotações cristãs e uma associação com o conflito entre a Igreja e outras
filosofias durante o século XVII. O objetivo deste conflito, existente há longo
tempo, foi vencer o argumento intelectual e religioso daquele tempo e assentar
o violento choque entre o poder temporal e religioso na Europa. O resultado foi
o triunfo do poder temporal e a limitação e redução do papel e influência da
Igreja.
Para a mente ocidental, fundamentalismo significa uma
rejeição à modernização e ao novo, acoplado a uma mentalidade dogmática. Mais
comumente, representa uma atitude psicológica e mental oposta à ciência e à
reforma. Esta impressão surgiu quando o fundamentalismo cristão era visto como
se opondo à ciência e à inovação e perseguindo cientistas e intelectuais, com
base em acusações frágeis, argumentos falsos e princípios dogmáticos
irracionais. A Igreja impôs um regime intelectual brutal que incapacitava a mente
e todo o esforço intelectual e científico. A Religião se tornou monopólio da
Igreja, elevando o clero
humano à condição divina e forçando homens a um sistema
desumano de celibato, advogando idéias e opiniões sem base na lógica e no senso
comum. A Igreja interferia em todos os assuntos científicos, concedia
indulgência aos pecadores e instituiu e conduziu a Inquisição. A expansão deste
estilo ocidental de "fundamentalismo" levou ao surgimento de
filosofias e movimentos contra a Igreja, tais como a Reforma e o Iluminismo. Ao
se opor à pesquisa científica e à invenção, e perseguir cientistas e
intelectuais, a Igreja distorceu e minou os verdadeiros fundamentos da
religião, relegando-a a um monte de dogmas e mitos. Esta forte reação contra a
Igreja, contribuiu para o alargamento do fosso entre a religião e a ciência,
não somente por razões meramente científicas, mas, também, psicológicas e
filosóficas. A Igreja, de sua parte, procurou representar todas as religiões e
isto levou a uma distorção das noções religiosas independentemente de seu
conteúdo, idéias ou princípios.
Contudo, apesar das diferenças mínimas no significado do
termo "fundamentalismo", no Ocidente e no Islam, o pensamento
ocidental permanece prisioneiro de sua experiência histórica e de seu longo
conflito com o fundamentalismo cristão. É esta visão paroquial que o Ocidente
está tentando, agora, aplicar ao Islam, admitindo uma atitude da Igreja com
relação ao poder temporal no Ocidente. Isto, é claro, não tem base na verdade
ou na realidade, porque o "fundamentalismo", de acordo com o Islam, é
o exato oposto ao daquele existente no Ocidente. Muitos pensadores ocidentais
estão, na verdade, conscientes disto, mas eles escolheram ignorar o fato por
muitas razões, inclusive por causa da profunda hostilidade ao Islam e da sua
imagem distorcida, promovida por orientalistas de várias gerações e, mais
recentemente, em razão das alegações de que, com a queda do comunismo, o Islam
emergiu como um novo inimigo. Os escritos de Samuel Huntington são típicos desta
tendência.
Consequentemente, o Ocidente tem muito da
responsabilidade por fortalecer o entendimento do "fundamentalismo
islâmico" como nos mesmos moldes do fundamentalismo cristão do século
XVIII. O orientalista alemão, Redolf Peters, escreve:
"É necessário criticar nossa imprensa porque ela vai
longe para vender um falso conceito, repetindo o entusiasmo excessivo visto
durante a Guerra Fria, em relação ao inimigo presumido. A imprensa usa o
fundamentalismo para atrair leitores porque, por um lado adota a violência e o
terrorismo e, por outro, discorda. No conflito com o Ocidente os jornalistas
podem ter boas intenções, mas, não podemos nos esquecer de que aqueles mais
próximos dos círculos políticos têm um capital investido na manipulação e
condução da opinião pública.
"Mesmo jornalistas objetivos, encaram obstáculos
profissionais quando cobrem assuntos islâmicos. Os editores estão depois das
notícias e, qualquer esclarecimento ou comentário moderado, não são
considerados notícia e não atrai leitores!"
Este é, sem dúvida, um problema de abordagem e uma
"crise de objetividade" que está acontecendo no Ocidente, o qual,
solidamente democrático e liberal como o é, deve permitir considerações mais
leves e visão mais realista de tal fenômeno. É claro que toda experiência
humana tem seu passado, suas raízes e suas causas, e deve, portanto, ser
tratada em profundidade; caso contrário, todo o problema se transforma em
crise, sem solução sob qualquer ângulo.
Este recuo do "impasse da objetividade", como
Borhan Ghalioun chama, refletiu-se no trabalho do orientalista francês, Maxime
Rodinson, intitulado "A Fascinação do Islam", no qual ele aponta
como, a partir do século XVII, o Islam, diferentemente do cristianismo, foi
visto no Ocidente como o epítome da tolerância e razão. O Ocidente ficou
fascinado pela ênfase do Islam no equilíbrio entre a adoração e as necessidades
da vida, e entre a necessidades morais e éticas e as necessidades corporais, e
entre o respeito ao indivíduo e a ênfase sobre o bem-estar social.
Em seu confronto com o cristianismo, intelectuais
ocidentais salientaram o papel reformista do Islam e a racionalidade de suas
crenças religiosas. Mas, como Dr. Ghalioun diz, foi somente a partir da segunda
metade do século XIX, que os europeus começaram a olhar para o cristianismo
como uma força de progresso e conquista na Europa e para o Islam como uma causa
de estagnação e retrocesso no mundo arábico-islâmico. Em lugar de usar o Islam
como um modelo para uma religião civilizada e racional em sua luta contra o
cristianismo "bárbaro e fanático", o panorama modificou-se
completamente para projetar o Islam como um epítome de barbarismo que ameaçava
o Ocidente. A impressão que cresceu é que a Europa é o berço da civilização e
que qualquer um que se oponha a ela é hostil à civilização e que o Islam, como
uma cultura, civilização e uma sociedade é o principal, mas não o único,
obstáculo que impede a expansão do Ocidente em direção ao sul e a outros
continentes e culturas. Lá emergiu uma necessidade por uma ideologia que
galvanizasse a hostilidade em relação ao Islam e que a justificasse para os
europeus e o mundo como um todo.
Deste entendimento rígido, veio o "fundamentalismo
secularista" no Ocidente, que aceita somente suas próprias proposições e
idéias. Deve-se dizer que, quando o Ocidente se voltou contra a Igreja, ele a
despiu de todo seu autoritarismo e desalojou-a da posição proeminente que
ocupava na sociedade. No entanto, não abandonou completamente as aspirações
papais e a disputa de que a Europa central seja o coração da civilização humana
e da história. Nem abandonou o desejo de eliminar "o outro", ou
marginalizá-lo intelectual e culturalmente, e criar uma memória histórica mais
recente, baseada no "ego" e na distinção do Ocidente sobre o resto;
mental, cultural e etnicamente. Esta mentalidade persistiu, mesmo após a queda
do poder papal e a emergência do secularismo.
Diz o Dr. Muhammad Abid al-Jabiri: "Cometeríamos um
erro se pensássemos que o Ocidente está completamente livre de sua bagagem
cultural e religiosa, racional e pragmática, porque se esta atitude está ainda
ativa nas mentes fanáticas e na Igreja, por toda a Europa e América, ela é
evidente nos elementos . . . seculares e liberais. Esta herança cultural e
religiosa continua a influenciar os jornalistas locais e os políticos que se
encontram entre os liberas e secularistas." (A Questão da Identidade)
Em sua rivalidade com a Igreja, sobre a influência e o
status social na sociedade européia, o secularismo tem buscado reviver a
autoridade do clero, pela distinção e dominação, através da reivindicação da
"globalização" e da singularidade do Ocidente, como também do ponto
de vista dos próprios filósofos. Eles estimularam o colonialismo. Este padrão
duplo sobre parte do secularismo no Ocidente, tem, na mente de alguns, minado a
credibilidade de suas alegações com relação à liberdade, tolerância e
pluralismo democrático dos outros. Contudo, isto ainda não foi materializado de
uma forma adequada.
Não é coincidência, mas antes conformidade intelectual,
como Roger Garaudy se refere, que o maior campeão desta escola secularista,
Julies Ferry, tenha sido também o maior incentivador da invasão colonialista de
Madagascar, Tunísia e Vietnam. Ele era o teórico francês mais ardente do
colonialismo, da mesma forma que John Stuart Mill o era na Inglaterra, e um
estudante do positivismo de Auguste Comte. Em seu discurso no Parlamento, em
27.07.1885, ele declarou: "Na verdade, nós sustentamos a política de
expansão colonial, baseada em um sistema que consiste em três pilares:
econômico, humano e político." Ele também disse: "Eu não devo hesitar
em declarar que isto não é nem política nem história, mas metafísica política.
Deve ser dito, em voz alta e com a maior franqueza, que as raças mais elevadas
têm um direito prático sobre as raças inferiores. (Fundamentalismos
Contemporâneos)
Este "secularismo" seletivo produziu um
tendência filosófica conhecida como "globalismo", baseada no
monopólio da ciência e civilização e no isolamento dos outros que se oponham a
seus dogmas ou, como o Professor Robert Solomons coloca, "a cultura da
dominação". Isto induziu o cientista inglês, Richard Webster a imaginar se
é um processo retrógrado com vínculo coletivo, através do qual uma cultura
velha espera reviver um pouco de sua infância; ou se é uma condição que
permitiu ao secularismo deixar cair sua máscara de racionalidade, a fim de
revelar sua verdadeira identidade, a qual, no fundo do coração, é uma
identidade religiosa. Webster acrescenta: "Uma vez compreendida melhor
nossa herança religiosa, começamos a duvidar se o secularismo, apesar da
frustração da herança judaico-cristã, provou, de fato, sua superioridade. O que
eu imaginaria é que se os valores religiosos não desempenham um papel
importante na sociedade secular, isto não significa que ela os tenha abandonado
ou marginalizado, mas seria a prova de sua penetração na mente do indivíduo e
em nossa identidade secular, a um grau que não temos necessidade de mostrar
externamente"!! (Seminário sobre "Secularismo" - Londres, 1994)
O problema é, portanto, mais do que uma visão ingênua
superficial ou emocional, e a proposição dupla em relação ao Islam estanca um
passado, determinando que o estudante perca os critérios de exatidão e
credibilidade. Quando vem o "fundamentalismo", apesar das claras
diferenças de entendimento do termo, o Ocidente continua a insistir em
descrever o Islam como um fundamentalista e ligando a expressão ao velho
conceito eclesiástico cristão. Fundamentalismo no Islam, significa adesão ao
modo de comportamento e aos valores de sua primeira geração, como compreendido
e definido pelos primeiros muçulmanos através da ijtihad e da análise de suas
regras e ensinamentos. No Ocidente, contudo, fundamentalismo denota rigidez
dogmática, oposto à ciência, inovações e modernização, uma atitude que é
denunciada pelo Islam.
O Ocidente também tenta ligar o fenômeno contemporâneo da
violência, do extremismo e do terrorismo com as origens do Islam e sua natureza
interior, o que não é correto. O Islam e seus métodos legislativos rejeitam a
violência, o terrorismo e o extremismo, independentemente das razões que
estejam por trás deles. Não é exagero dizer que o fenômeno moderno da violência
é parcialmente devido à injustiça no Ocidente e aos padrões duplos, porque
justiça e imparcialidade são os primeiros requisitos para a erradicação da
violência e do extremismo. O Alcorão diz: "Não permita que seu ódio às
pessoas o torne injusto. Seja amável; é o mais próximo de ser verdadeiramente
consciente de Deus". Do contrário, como Dom Quixote, seríamos encaminhados
para os moinhos de vento.
Compilado no dia 22 de
Outubro de 2001 por Yacub A Latif.