VI
RESISTÊNCIA MOÇAMBICANA
Eleven, Backer avenue, again. Ao chegar à
pensão recebo as boas vindas de Godinho, ex-condutor de pesados do grupo dos comandos
e a novidade é que a pensão pertence agora ao Theófilo, ex-agente da DGS que
conseguira após dificuldades iniciais se firmar em Salisbury. É um amigo dos
tempos difíceis, que também teve que fugir pela fronteira rhodesiana, na mesma
odisseia que tantos outros. Antes de atravessar a pé a divisa dos dois países
incendiou seu carro, para que a Frelimo não o incorporasse às suas mordomias.
Tudo bem, estou "em casa"
novamente e até o Farinha é um dos hóspedes. Agora vamos trabalhar; à guerra,
senhores!
Repetindo o trabalho de Alves Cardoso em
1975, faço um levantamento de pessoal, ex-comandos ou não e seleciono-os.
Pretendo formar um grupo de guerrilha que entre em Moçambique recrutando elementos
da população africana e então procuraremos criar bases dentro do território
agora inimigo. Os papéis se inverteram, Frelimo é o governo e nós os guerrilheiros!
Reunir e equipar militarmente um grupo,
mesmo pequeno custa caro. Passamos a contatar os empresários portugueses e as contribuições
em dinheiro ou material começaram a chegar. Póvoa, ex-comando, conseguiu quase
a metade da verba que temos, são mais 1O mil dólares, suficientes para o início.
Godinho também é o grande relações públicas, incansável.
Por Rh$ 700
(dólares rhodesianos), compramos um Land Rover e com ele passamos à fase final,
que seria a aquisição das armas e equipamentos. Para evitar qualquer indiscrição
ou movimentos em demasia, reduzo o efetivo ao número de um grupo forte de guerrilha, 8 homens. Desligo os
outros, que permanecerão em disponibilidade, mas sem participar dos últimos
preparativos.
Em lojas de campismo encontramos mochilas,
botas, facas, capas especiais para caçadores; em farmácias adquirimos o
indispensável para nossa empresa, desde ataduras, grampos de sutura, injeções
anti-hemorrágicas, até soro antiofídico. O maciço montanhoso por onde passava a
linha fronteiriça na região de Untali, local que escolhera para nossa entrada,
era infestado de cobras cujo veneno matava em poucos minutos.
Conseguir armas era a tarefa mais difícil
e dispendiosa. Teria que escolher entre os tipos civis disponíveis, aqueles que
aguentassem um combate ou pelo menos sustentassem o primeiro embate com o inimigo,
de quem conseguiríamos bom armamento.
No meu quarto, na "Coimbra Boarding
House", acumulavam-se as mochilas empilhadas, cheias, e as armas no
armário. Com o dono da pensão, Theófilo, nenhum problema tínhamos, é claro. O
quarto permanecia trancado, só aberto pelo homem da limpeza, ex-carcereiro da
DGS e atual informante do Especial Branch, que ia seguindo ao longe nossa
evolução.
Conversara longamente com Jack Berry, o
chefe do S.B., que embora achasse minha ideia boa, indo de encontro inclusive
com outra que ele tinha, foi sincero ao afirmar que nada conseguiria com os portugueses,
ao seu ver "heróis de bar", muita bravata e pouca ação. Expliquei-lhe
que eram homens já com experiência em guerra, com bons serviços prestados em
Angola.
Jack, cujas mãos pararam de tremer após o
primeiro copo de cerveja com conhaque, pediu a segunda rodada, sorriu e disse
que ficaria a ver-nos, duvidava que eu chegasse, ao menos, à organização
completa do grupo.
Pois veria, assegurei, tomando minha Black
Label, a mais forte cerveja rhodesiana.
E ele estava recebendo seus informes
agora. Nosso "arsenal" se completava. Três Remington
.22 com silenciador e mira telescópica que seriam
usadas para a abertura de emboscadas, desorientando o inimigo, uma Winchester
33, uma Lee Enfield 303, uma Hornet, uma pistola Beretta 9mm e uma pistola Colt
32 para mim.
Biltong, a carne seca rhodesiana, era a
base de nossa alimentação, enriquecida com vitaminas e proteínas em cápsulas.
Um binóculo, uma bússola, mapas e uma máquina fotográfica completavam nosso equipamento.
Num bosque dos arredores de Salisbury foram afinadas as pontarias das
Remington; um amigo rodou 400 cópias de um panfleto, escrito por mim,
explicando quem éramos, o que pretendíamos e o que deveriam fazer para
ajudar-nos. Pensando no nome que deveríamos receber, veio-me a ideia de
Resistência, que completei finalmente com Resistência Moçambicana.
Nascia ali
hoje a poderosa e mundialmente conhecida Renamo.
Nada faltava, marquei o dia da partida e
designei os relações públicas que atuariam na retaguarda, através de informes e
propaganda. Estávamos prontos.
-Telefone
para ti:
-Diga!
- Jack quer falar contigo e quer que lhe
apresente o grupo. Vamos te ajudar... Esteja na esquina da Mofatt com a Jameson
hoje às 14:00h.
A velha raposa esperara até o último
instante e finalmente convencera-se que eu não blefara! Mas quem telefonara em
seu nome falava português correto e Jack não tinha assessores portugueses...
Não sabia até onde chegava o serviço de
informações da Frelimo e embora tivesse certeza que este era fraquíssimo,
resolvi me precaver.
Compareci ao encontro coberto à distância
por dois elementos de meu grupo, preparados para alguma surpresa. Anotariam a
matrícula do carro que me apanhasse e suas características, seguindo-o de longe
com o Land Rover.
Na hora marcada surgiu um Renault R-16
dirigido por um indivíduo um tanto quanto gordo, cabelos escuros. Embora alto,
tinha o fenótipo latino, aparentando uns 45 anos. Com o motor funcionando, apresentou-se
e subi ao veículo. Tratava-se de Peter, um rhodesiano nato que vivera muitos
anos na fronteira com Moçambique, falando português sem nenhum sotaque. Sempre
alegre, simpático, tornou-se um elemento precioso nas relações do grupo com o
Special Branch, até a sua morte, meses depois.
Lá atrás o Land Rover arrancou,
seguindo-nos à distância, num trajeto que nos levou ao Beverly Rocks Motel, bem
afastado da cidade. Numa mesa protegida por guarda-sol, no bem tratado relvado,
Jack me esperava, com seus inseparáveis conhaque e cerveja.
Pediu-me uma descrição detalhada dos
nossos progressos e propósitos, ouvindo pacientemente por uns dez minutos.
- Well -
principiou ele com sua voz pausada - "o que tenho a oferecer, e lhe
aconselho a aceitar, visto que em seu plano a audácia entra com a maior
porcentagem de responsabilidade pelo sucesso, é o seguinte: pela insegurança de
seu armamento civil, dou em troca Kalachnikovs, granadas, RPG-2 ou 7, minas,
todo o explosivo que necessitarem, de origem comunista".
Estiquei-me na cadeira com a atenção
dobrada, deixando a cerveja esquentar no copo. AK-47 Kalachnikov era a arma que
mais desejávamos para ações contundentes e rápidas. Continuei a ouvir, sem nada
dizer.
- Vocês não têm uma base e criá-la em
território inimigo leva tempo e muita resistência física, que os brancos não
possuem; dou-lhes urna fazenda, com sede, instalações completas, inclusive com piscina,
a 5 quilómetros da fronteira, um ex-motel abandonado por causa da guerra".
Comecei a
desconfiar de tanta generosidade.
-Dou ainda treinamento adicional, comida,
transporte. Que pensas?
- Bem até
agora, tudo ótimo. E o que daremos em troca? A resposta de Jack foi sem
rodeios:
- A libertação do campo de prisioneiros da
Gorongosa. Aos outros lhes comunicará quando estiverem todos concentrados na fazenda;
terão o direito de aceitar ou não. Realizarão uma missão difícil, mas que será
boa tanto para nós como para vocês, aumentando-lhes o efetivo e podendo
combater melhor a Frelimo, nosso inimigo comum.
- Não
preciso pensar nisto, a princípio aceito, Jack.
Um aperto de mão e retornei à cidade,
recebendo instruções de Peter para a apresentação do pessoal a Jack no dia
seguinte, numa das saídas de Salisbury.
Meus companheiros, sentados em meu quarto,
ouviram as novidades. Tive dificuldade de convencer a todos, pois alguns não
queriam se comprometer com o governo rhodesiano, fazer algo só "lusíada",
voltado única e exclusivamente para Moçambique.
Lembrei-lhes que a própria Frelimo
sobrevivera porque suas bases principais eram na Tanzânia, a FNLA no Zaire, o
MPLA na Zâmbia, a UNITA na Namíbia. Não podíamos prescindir da ajuda do governo
ou ficaríamos entre dois fogos. O argumento das AK-47 foi, porém, decisivo. Os
veteranos não resistiram à tentação de trocar seu heterogéneo armamento por
aquela máquina de fazer guerra. Conservaríamos, porém, as Remington, usando-as
como previsto.
O encontro do pessoal com Jack foi curto,
mas de impressão favorável. Apesar dos resmungos, pedi-lhes que fizessem ou
aparassem as barbas, cortassem o cabelo, coisas indispensáveis à visão inglesa do
chefe do SB... Tudo combinado, partiremos às 04:30h, máximo sigilo, nada de
despedidas ou bebedeiras comemorativas. Dormir cedo é minha ordem.
Reúno-me com um colaborador e delego-lhe
autoridade para receber correspondência em meu nome e respondê-la, como
Delegado da Resistência Moçambicana em Salisbury. Que, aliás, se transformara
em Resistência Nacional Moçambicana, ideia do Special Branch e que poria no ar
uma rádio pirata, a "Voz de Moçambique Livre".
Toda notícia relativa a combates e
progressos da Resistência seria divulgada na imprensa falada e escrita; o mundo
deveria saber que a reação contra a escravidão começara no jovem País africano banhado
pelo Índico.
À hora marcada somos recolhidos por dois
Land Rovers do S.B. Vou no da frente, dirigido por Mike, um agente dos mais operacionais
que conheci. Tinha gosto pela aventura e aventuras era o que não lhe faltava.
Só lamentava não poder participar da nossa missão.
Eu ainda
não sabia o local exato da fazenda, só seu nome, para mim
desconhecido. Dirigimo-nos para o sul, sempre bordejando a fronteira, por boas
estradas asfaltadas, mas desertas. Por ali, os civis só trafegavam em comboios
protegidos. Subindo sempre, o clima tornava-se frio e úmido. Transpúnhamos
belas florestas e não raro, bandos de macacos cruzavam à nossa frente.
Em Mellsetter, última vila branca antes de
chegar ao destino, Mike parou para compras. Depois penetramos por uma agradável
estrada de terra, cheia de curvas e estreita, por locais mais altos e frios.
Estávamos junto à fronteira, cada vez mais sós. Logo à frente, uma pequena
placa indicava: Alice Dale.
- Here we are! - exclamou Mike.
Curvou para a esquerda subindo por um
íngreme atalho, que contornava um morro. Lá em cima, toda cercada por
alambrados, estava nossa Base, uma aprazível "Guest-House" desativada
devido ao terrorismo. Alice Dale, com sua sede tipo suíço, sua lareira e sua piscina!
Nada mal!
Distribuí o pessoal pelos quartos de
hóspedes e me instalei na suíte. Afinal, não iria abrir mão de um pequeno
privilégio como este!
Mike mostrou-me o depósito de víveres,
atulhado de rações de combate rhodesianas. Poderíamos usá-las como reforço
alimentar enquanto lá estivéssemos.
A região era "zona 100%" e logo
atrás de nossas instalações se erguia uma montanha, a última antes de
Moçambique. Em caso de ataque com morteiro estaríamos como patos em barraca de
tiro. Mas quanto a isto nada havia a fazer; organizei um sistema de sentinelas,
apenas para evitar a aproximação excessiva do inimigo e dar o alarme. Todos
dormiriam com as armas ao alcance das mãos.
O motor gerador seria desligado às 20
horas, diminuindo assim o perigo de sermos ofuscados durante a noite.
Conhecendo nossos domínios, a escuridão nos ajudaria na defesa.
Naquele cenário aparentemente tranquilo,
cercado de verdes montanhas e respirando um ar privilegiado, fomos dormir. A
alvorada seria às sete horas e antes do breakfast havia prometido que teríamos corrida.
Tinha que tornar meus homens novamente operacionais, fazê-los expelir a cerveja
do corpo e agora era a oportunidade. Temia que me dessem trabalho em matéria de
resistência física, o que logo ficou demonstrado.
- Um,
dois, um, dois! Vamos lá pessoal! Descendo pela ladeira ninguém reclamava, esbanjavam forma. No sopé
do morro dei meia volta e ao contrário do que esperavam, atirei-me estrada
acima, lembrando que a minha única medalha ganha em esportes fora em Cross Country,
na EPCAR em Barbacena, sempre gostara de corrida rústica. Silva, o mais gordo
da turma, ex-membro da PATU (Patrol Anti Terrorisrn Unit) do Rhodesian Army,
começou a empalidecer e ficar para trás, mais dois o imitaram. Acelerei o passo
para ver com quem teria que forçar a barra futuramente. Entramos em fila
indiana pela "farm" e ao redor da piscina voltamos à calma. Ali, nas
espreguiçadeiras, estavam Mike e um estranho, haviam cruzado por nós na subida,
no Land Rover do S.B. com mais dois africanos.
-Helo,
Pedro!
-Hei,
Mike!
Apresentou-me Danny, outro agente, um dos
campeões de tiro da Rhodésia (sua esposa era a campeã feminina) e instrutor dos
Selous Scouts, a taskforce de elite do Exército. Sem dúvida um
profissional competente, mas com quem viria me antipatizar, por causa de seus métodos.
Danny ficaria conosco para acompanhar
minha instrução e para ministrar outras. Quis conversar comigo imediatamente
sobre a missão e do treinamento a ser dado. Após o banho e o café, reuni-me com
Mike e Danny, munidos de mapas e fotos.
O campo de prisioneiros da Gorongosa, no
coração do antigo parque do mesmo nome, distava uns 150 quilómetros da
fronteira em percurso a pé. Mantinha em suas instalações em regime de
escravidão, cerca de 1200 dissidentes da Frelimo, grande parte deles por
motivos fúteis.
Em duas partes distintas separadas por um
riacho, ao norte estavam localizadas as casas dos guardas e do comandante e ao
sul, as instalações reservadas aos prisioneiros. A Força Aérea Rhodesiana fizera
um bom trabalho de fotos, tiradas à grande altitude, mas perfeitas.
Danny fez
sinal para que os dois africanos se aproximassem. Quem aqui chamarei de Paulo
fora um comandante da Frelimo, entrara em dissidência por não participar da
corrupção que grassava entre os oficiais logo após a independência e com isso
ganhara uma estadia para
"reeducação" no campo da Gorongosa, de onde fugira para a Rhodésia
juntamente com Jonas, outro recluso. Ambos falavam português, inglês e os
dialetos africanos locais.
Todas as minhas dúvidas foram por eles
esclarecidas, tais como efetivo, armas, turnos de sentinela, entradas e saídas
de campo, obstáculos naturais e artificiais, moral dos prisioneiros e guardas,
etc. E melhor notícia, era que nos iriam acompanhar como guia e combatentes.
Apresentei-os ao pessoal e passaram a participar do treinamento.
Obrigava o grupo subir pela montanha várias
vezes, sempre seguindo técnicas de combate, observando silêncio, apagando
pistas, etc, etc e fomos aos poucos nos entrosando. Num stand escondido em meio
aos pinheirais exercitamo-nos com as Kalaschs no tiro de precisão, instintivo,
rajadas curtas, pois três dos homens ainda não conheciam a AK-47.
Apesar de alguns atritos com Danny
chegamos ao final do período de reaquecimento inteiros e prontos para a
partida. Fomos fechados na traseira de um Land Rover e, escondidos, rumamos
para as cercanias da vila de Umtali, cuja rodovia e ferrovia ligavam-na à cidade
da Beira, nas costas do Índico. Agora, ambas vias estavam cortadas e minadas na
fronteira.
No período colonial era por ali que
transitavam as centenas de turistas rhodesianos em busca da praia e dos afamados
camarões da Beira, Inhambane e outras localidades moçambicanas. Era pela
estrada de ferro também que o bloqueio económico contra a Rhodésia era furado
com maior intensidade, com a concordância do sensato governo português da
época.
Umtali igualmente era procurada pêlos
portugueses pelo seu clima de montanha, bons hotéis e boa bebida, além de
abrigar como residentes uma grande colónia lusa.
Num clube de campo abandonado, saltamos
finalmente de dentro da carroceria do Land Rover, ofuscados pela claridade.
Esticamos as pernas e preparamos uma espécie de pic-nic, enquanto aguardávamos a
chegada de Mike e Taborda para as instruções finais.
O velho
Taborda, que lutara em Angola, estava como chefe de uma base de S.B., onde treinavam
africanos vindo de Moçambique e de onde Paulo e Jonas saíram. Muitas das
informações que seriam dadas eram secretas e para evitar qualquer deslize, só
agora é que nos revelariam.
- Reunir o
pessoal!
O veículo
esperado se aproximava.
Sentados em semicírculo, iniciamos o
briefing. Mapas no solo, Mike mostrou rapidamente e com eficiência os pontos
minados, as zonas de patrulha que deveríamos evitar, trilhas, etc.
Ponto de partida: uma fazenda ao lado de
Umtali; ponto de chegada: um maciço montanhoso ao norte, j
á perto de Tete, o território inimigo encravado na
Rhodésia. Taborda e seus homens lá estariam, passados 10 dias, em vigília
diária.
Sempre camuflados no Land Rover, partimos
para o ponto de saída, seguidos pelo segundo veículo, mas bem afastado.
Eram pouco mais da 17:00h; de um caixote
retiramos uniformes da Frelimo e despimos nossos trajes civis. Perto, alguns
homens do S.B. mantinham-se alertas, porquanto logo abaixo da estrada onde estacionamos
iniciava-se o outro país, inimigo.
Uma novidade foi a pasta denominada de
"Black is Beautiful", que tivemos que passar nas partes do corpo que
não eram cobertas pelo uniforme. Com o rosto, mãos e pescoços enegrecidos pela
miscelânea criada pelo Rhodesian Army, seríamos facilmente confundidos, à
distância, com tropas africanas.
- Em forma!
Preparar para a revista!
À minha ordem, os 9 homens se perfilaram,
mochilas colocadas, armas cruzadas e abertas. Sem perda de tempo, inspecionei
em cada um a munição, arma, cantil, comida, a perfeição do "Black is
Beautiful" e a ausência de metais que pudessem criar reflexos luminosos.
Tudo em ordem. Chegou a hora, mais uma vez. Depois de uma pausa, aqui estávamos
nós. A guerra de Angola ainda estava bem viva nas mentes, todo aquele
sacrifício, aquele esforço do qual não pensara recuperar tão cedo. Mas o tempo
passou rápido e Angola transformou-se em apenas uma batalha, a guerra
continuava e nossas armas romperiam seu silêncio.
Enquanto pensava, com a bússola tirei o 1°
azimute a seguir na longa j ornada. OK, não falta
mais nada!
- Boa sorte! - Mike a Taborda, cumprimentaram um por um e o grupo seguiu-me trilha
abaixo, rumo a Gorongosa.