NO ANTIGO CONGO BELGA

O DC-10 belga aterrou no aeroporto N'Djli; no estacionamento, dois gigantescos aviões cargueiros C-191 do Military Air Transport, da Força Aérea dos Estados Unidos. Placas nos prédios avisavam da proibição de fotos.

Ainda na escada o Major é recebido por um Ministro da FNLA e nos dirigimos para a sala VIP, onde somos apresentados a outros membros da Frente de Libertação. Éramos os precursores do grupo, vínhamos preparar sua chegada e os angolanos não escondiam o quanto esperavam de nós.

Em minutos nossa bagagem é liberada sem passar pêlos demorados trâmites legais e levam-nos para o Intercontinental, o melhor hotel do Zaire, onde, confundidos como guarda-costas do major fomos alojados no apartamento ao lado do seu, após o ocupante anterior ser delicadamente transferido para outro!

Da janela vejo o rio Congo, preguiçoso e inteiramente coberto de plantas aquáticas, a contornar o hotel. Na outra margem, o para nós incómodo Congo-Brazaville, que apoia o MPLA.

Ocupamos o tempo de espera dividindo-o entre a piscina e os dois bares do Inter. Cinco dias passados e chega a primeira leva, sob o comando do Capitão Valdemar, assessorado pelo Alferes Esteves.

Haviam sido secretamente transportados de Salisbury para a Base Aérea de Gwelo, no interior da Rhodésia e ali embarcaram num velho mas sempre eficiente C-47 pilotado por belgas. Atravessaram a proibida Zâmbia e escalaram em Lumumbashi, ex-Elizabethville, onde dormiram, seguindo finalmente para o aeroporto de N'Djli onde os esperávamos.

Maldizendo a sacolejante viagem rasante através das montanhas, subiram apressados para as Kombis (made in Brazil) da FNLA e foram levados para o Hotel Matonguê, nos arredores.

Entrei no C-47 com alguns sacos vazios e transportei para

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